Nomes próprios têm sentido, diz
linguista em evento internacional

23/04/2013 - 11:24

/
Professoras Sheila e Mônica, organizadoras

Professoras Sheila e Mônica, organizadoras

Público em eventos no auditório do IA

Público em eventos no auditório do IA

Público em eventos no auditório do IA

Público em eventos no auditório do IA

Eduardo Guimarães, presidente de honra

Eduardo Guimarães, presidente de honra

Os nomes próprios têm sentido. Foi o que defendeu o professor e linguista da Unicamp Eduardo Guimarães, durante a II Jornada Internacional Semântica e Enunciação e o III Colóquio Internacional Marcadores Discursivos nas Línguas Românicas: um Enfoque Contrastivo, realizados nesta terça-feira (23) no auditório do Instituto de Artes (IA). Saiba mais sobre a Jornada e o Colóquio.

Para Guimarães, presidente de honra do evento, que atua na área de semântica e enunciação no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), mais especificamente com a semântica do acontecimento, a própria 'nomeação' estabelece uma relação do 'nome' com a pessoa. Segundo ele, trata-se de uma história de enunciações. "O acontecimento tem um futuro de enunciações do nome. É um futuro para sempre”, salientou. 

Guimarães analisou como os nomes próprios 'acontecem' e como a enunciação faz parte do funcionamento da língua, com suas relações políticas. Abordou a relação entre o nome próprio e as expressões ditas apositivas (que podem ser descritas como uma reescrituração - procedimento pelo qual a enunciação rediz o que já foi dito, que pode se dar por repetição, substituição, expansão, condensação, elipse). O linguista destacou dois aspectos: a relação do aposto com o nome próprio e a relação dos nomes próprios na estrutura interna do enunciado.

Os exemplos basais que ele empregou foram: "Dunga xinga jornalista Alex Escobar da Globo"; "Dunga xinga Alex Escobar"; e "Dunga xinga Alex Escobar, jornalista da Globo".

De acordo com Guimarães, cada um significa em acontecimentos distintos, recortando diferentemente o passado e o futuro. Também envolvem o conhecimento de quem é Dunga (ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol) e quem é Alex Escobar (jornalista da Globo). "Eles recordam o passado", frisa. Observa-se, por exemplo, que 'jornalista' atribui sentido a 'Alex Escobar'.

"No próprio funcionamento, que parece reduzir o nome próprio à sua referência, encontramos uma atribuição de sentido sobre o nome próprio, indicando  que a história de enunciações de um nome próprio constitui o seu sentido", constatou em sua abordagem sobre o aposto com o nome próprio, um dos pontos analisados por Guimarães na primeira conferência do dia.