Em livro, como integrar atividades de inovação
e empreendedorismo à realidade acadêmica

26/04/2013 - 16:11

Paulo Lemos: modelo de gestão com origem na biologia

Importantes universidades de pesquisa, em várias partes do mundo, vêm integrando as atividades de inovação e empreendedorismo à sua realidade acadêmica e organizacional. Um modelo gerencial e organizacional para promover essa integração está no livro Universidades e ecossistemas de empreendedorismo: a gestão orientada por ecossistemas e o empreendedorismo da Unicamp, que o professor Paulo Lemos lança nesta terça-feira (30). O evento está marcado para as 18 horas, no Empório do Nono, que fica na rua Albino J.B. de Oliveira, 1.128, em Campinas. A publicação é da Editora da Unicamp.

“O termo ecossistema remete à ideia de um conjunto de recursos e capacitações encontradas nas organizações e pessoas que  atuam em atividades de empreendedorismo e inovação. Esse ecossistema pode contribuir para que a universidade gerencie melhor as suas atividades de inovação e empreendedorismo. A origem está mesmo na biologia: nos componentes vivos de um ecossistema, dotados de características comuns que os levem a uma evolução conjunta, a uma coevolução”, explica Paulo Lemos, doutor em Empreendedorismo Tecnológico e Política Científica e Tecnológica pela Unicamp. “Quanto mais intensa é essa coevolução, mais dinâmico tende a ser o ecossistema de inovação e empreendedorismo”, acrescenta.

O autor do livro afirma que esta combinação é possível e cada vez mais necessária, até porque as melhores universidades de pesquisa tendem a ser, ao mesmo tempo, as mais empreendedoras e inovadoras. Um dos motivos dessa combinação é que as universidades sabem interagir com seus ecossistemas e transformar essa interação em processos concretos de gestão. “Quando as universidades precisam desenvolver atividades de inovação e empreendedorismo, a base interna de recursos e capacitações dessas instituições mostra-se restrita, pois foram criadas originalmente para ensino e pesquisa. A partir desses limites, as universidades podem perceber o ecossistema como um conjunto amplo de recursos a serem alavancados e com os quais devem interagir, inclusive por que passam por uma transição para integrar educação e pesquisa com mais inovação e empreendedorismo.”

Além de oferecer exemplos de universidades estrangeiras, o autor apresenta um estudo de caso sobre as empresas que atuam na rede Unicamp Ventures, entrevistando empreendedores que hoje estão à frente de algumas dessas spin-offs. “Em minha pesquisa, procurei saber qual é a visão destes empreendedores quanto ao conjunto de recursos e capacidades que a Universidade poderia buscar para melhorar sua relação com o ecossistema: formas interessantes de parceiras e de atividades de apoio aos estudantes interessados, como a educação em inovação e empreendedorismo. Os ex-alunos empreendedores e empresários já atuam como mentores e conselheiros de novas empresas, chamadas startups.”

Segundo Paulo Lemos, seu livro trata justamente de discutir um novo modelo de gestão para essas novas atividades de inovação e empreendedorismo, diante da necessidade da universidade em acessar e interagir com ecossistemas para, por exemplo, encaminhar mais tecnologias para licenciamento e criar novas empresas por iniciativa de alunos e professores. “Por se tratar de um modelo, pode ser pensado e praticado por  universidades e organizações atuantes em ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo. O foco maior do livro está, portanto, na discussão  conceitual e no oferecimento de práticas concretas relacionadas aos modelos de gestão do empreendedorismo e da inovação em organizações que trabalham com ciência e tecnologia, como é o caso das universidades e institutos de pesquisa.”

O livro pode ser adquirido na Editora da Unicamp