Em debate, os aspectos sociais
do desenvolvimento brasileiro
07/05/2013 - 14:52
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Está acontecendo de terça até quinta-feira, no auditório do Instituto de Economia (IE), o seminário “Desafios e oportunidades para o desenvolvimento brasileiro – Aspectos Sociais”, com transmissão on line. O evento é promovido por meio da Rede Desenvolvimentista e da Plataforma Política Social, contando com a organização do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE). O objetivo geral do seminário é identificar, debater e analisar as grandes questões do desenvolvimento nacional, bem como os principais desafios e alternativas e políticas para enfrentá-los.
Na opinião dos organizadores, esses desafios são derivados da crise do padrão global de acumulação e da transição para um novo modelo de produção e consumo dinâmico e adaptado às exigências da sociedade do conhecimento; modelo este focado na redução das desigualdades sociais e na elevação sustentada das condições de vida e do trabalho da população. “Esse seminário é a continuidade de um anterior, realizado em abril pela Rede Desenvolvimentista, que analisou os aspectos econômicos do desenvolvimento. Em uma agenda de desenvolvimento é fundamental que se tenha crescimento econômico, mas apenas ele é sabidamente insuficiente. Ela deve ter objetivos específicos também para enfrentar as questões sociais”, afirma o professor Eduardo Fagnani, da Plataforma Política Social.
Fagnani informa que a programação traz 12 mesas abordando o universo das políticas sociais, como saúde, previdência, assistência social, questão agrária, financiamento e reforço do papel do Estado. “Tradicionalmente, essas questões são tratadas setorialmente. Achamos que uma vertente importante é pensar essas políticas sociais no seu conjunto, nas suas articulações com as questões econômicas e políticas. Na verdade, o seminário procura uma aproximação entre nós, economistas, que lidamos com desenvolvimento, e os especialistas em políticas sociais que também tratam do tema. Vai ser uma articulação fértil.”
Ainda de acordo com Eduardo Fagnani, está prevista a elaboração de um documento ao final do evento contendo propostas concretas baseadas no que for discutido. “Trata-se de um primeiro seminário com esta vertente progressista e, nesse momento, ainda temos muito mais perguntas do que respostas. Mas considero um bom ponto de partida para enfrentar a questão. A ideia é que esse encontro seja balizador de uma série de oficinas de trabalho setoriais, aprofundando a discussão, mas a partir desta visão mais geral que esperamos proporcionar, visando à construção de uma agenda para o desenvolvimento com a perspectiva da proteção social.”
O professor Fernando Sarti, diretor do IE, observou que a abordagem da economia juntamente com a dimensão social é uma tradição do Instituto, que se tornou respeitado pelas propostas levadas ao âmbito governamental, muitas vezes fornecendo quadros importantes para implementar essas ideias. “Trabalhamos muito com o tema da economia política e não da política econômica. Temos um diálogo profícuo com o governo federal, mas é preciso independência. A academia deve ter autonomia para fazer reflexões, diagnósticos, críticas e proposições. Somos considerados interlocutores importantes e mantemos um diálogo franco e muito positivo para os dois lados.”
Palestrantes de inúmeras universidades e instituições de pesquisa brasileiras estão debatendo os seguintes temas: “Capitalismo, globalização e estado de bem-estar social”; “Desafios do trabalho e do sindicalismo”; “Perspectivas do financiamento do bem-estar social”; “Welfare State: tendências e lições da experiência internacional para o Brasil”; “Desafios da educação na sociedade do conhecimento”; “Questão urbana e políticas governamentais”; “Questão agrária e segurança alimentar”; “Estado, democracia e desenvolvimento”; e “Desafios da seguridade social” (com os subtemas da saúde, assistência social e combate à pobreza, previdência e seguro-desemprego, e organização, controle social e financiamento).