As transformações produzidas pela entrada massiva das mulheres na vida pública e social, no mundo do trabalho e na cultura ganham visibilidade desde as últimas quatro décadas, especialmente no Brasil. A cultura feminina tem tido um impacto sobre um mundo tradicionalmente organizado e estruturado a partir de ideais masculinos. Para a professora Margareth Rago, do Departamento de História, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, mesmo que a discussão do tema de forma tão democrática seja recente, a história aponta que sempre houve intenções de insurgência pelas mulheres do passado. Este e outros assuntos relacionados foram tratados pela docente em sua participação ao projeto Aulas Magistrais, promovido pela Pró-Reitoria de Graduação (PRG) e ocorrido no início da tarde da quarta-feira (9), no Ciclo Básico I.

De acordo com Margareth Rago, “as feministas estão preocupadas com o refinamento do espírito, beleza corporal, saúde, agilidade, elegância e  moda, na construção de si e de  uma nova ordem social e sexual”. Isso é chamado pela docente de “feminização cultural” e se trata do processo em curso de uma invasão feminina e feminista, que busca reinventar os signos da cultura de uma perspectiva não hegemônica.

As visões abordadas durante a conferência variaram desde autores seculares até confissões de prostitutas, o feminismo é a expressão inerente da luta por respeito e igualdade de todas as mulheres. Margareth ainda diz que “hoje temos conhecimento e possibilidade de discutir. Então cabe a nós a tarefa de mudar a história que se impõe toda formatada”. Destacou o exemplo da Literatura Brasileira, onde os livros mais completos sobre o assunto não citam mais que cinco autoras em toda a história

O projeto Aulas Magistrais é realizado uma vez ao mês. Os convidados são docentes e pesquisadores com destacada produção acadêmica e intelectual. As conferências são transmitidas ao vivo, gravadas e ficam disponíveis no site da PRG, neste link.