QUARTA, 20h
Sinfônica traz
os sons de
shakuhachi ao
Castro Mendes
27/05/2013 - 10:44
- Text:
- Images:
Que tal um repertório bem temperado com sons orientais de Koyama, Miyazaki, Tomaz Vital, e uma boa pitada de Villa-Lobos e Mozart? Um caldeirão sonoro e diferente será interpretado no concerto da Orquestra Sinfônica da Unicamp na próxima quarta-feira (29), às 20 horas, no Teatro Castro Mendes, em Campinas. Antes da apresentação, o público poderá apreciar, ainda, uma exposição de bonsai logo no hall do teatro.
Para deixar o programa ainda mais sedutor, os solos serão de shakuhachi, uma flauta de tradição japonesa, que já ganhou a partitura dos ocidentais. O instrumento será interpretado por Hiroshi, com regência de Daisuke Shibata.
Segundo Hiroshi, o shakuhachi, fabricado a partir do bambu madake, chegou ao Japão a partir da China e sofreu modificações ao longo dos séculos, com relação à sua estrutura física e ao contexto no qual participou. “Em sua trajetória foi utilizado pela nobreza, em práticas espirituais do budismo zen, na música folclórica e no repertório clássico japonês, por samurais, monges e músicos, empregado como ferramenta espiritual, arma de combate e instrumento artístico”, relata o músico, que também foi solista da Orquestra Sinfônica de Sorocaba.
Hiroshi destaca que o shakuhachi expandiu muito seu território e atuação. “Já o encontramos na música ocidental como jazz, bossa nova, música pop, entre outros gêneros, além do repertório tradicional japonês que é por si só é bastante amplo e rico”.
No concerto, o intérprete fará a estreia mundial da peça Musashi - Poema sinfônico para shakuhachi e orquestra, de Tomaz Vital (1986).
Obras japonesas
Sobre as obras japonesas, o maestro Daisuke Shibata detalha:
Kiyoshige Koyama (1914-2009) - "Ainu No Uta" para cordas. Ainu No Uta (Canção dos Ainu) é uma obra do compositor japonês Kiyoshige Koyama, encomendada para a turnê da Orquestra de Toho Gakuen na Europa em 1964. O caráter desta obra é baseado na melodia e nos ritmos folclóricos dos Ainu, uma tribo nativa do Japão. Originalmente foi escrita para cordas, e as percussões foram adicionadas como parte opcional pelo compositor durante o ensaio da turnê.
Kazuaki Miyazaki (1917-1980) - "Shimabara No Komoriuta" para shakuhachi e cordas. Shimabara no Komoriuta (Canção de ninar de Shimabara) foi composto por Kazuaki Miyazaki e faz parte do repertório de músicas folclóricas de Shimabara - cidade japonesa localizada na província de Nagasaki. A obra proposta para a performance com a Orquestra Sinfônica da Unicamp é um arranjo desta canção, escrito para solo de shakuhachi e cordas.
Tomaz Vital (1986-) - Musashi - Poema sinfônico para shakuhachi e orquestra. Musashi é um poema sinfônico do compositor brasileiro Tomaz Vital, produtor e compositor do grupo Trilheiros, e também ativo como pianista e compositor de música para teatro. A obra é baseada na parte inicial do livro "Miyamoto Musashi", do escritor famoso Eiji Yoshikawa (1892-1962). O livro é bem conhecido no Japão, tendo sido baseado na vida de um samurai de mesmo nome do título, Musashi Miyamoto (1584?-1645), que viveu na época de Edo.
Serviço
Concerto
Orquestra Sinfônica da Unicamp
Regência: Daisuke Shibata
Solista: Hiroshi Fuchigami
Quando: 29 de maio (quarta-feira)
Horário: 20 horas
Local: Teatro Castro Mendes (Praça Correa de Lemos, s/n. Vila Industrial. Campinas). Telefone: 19-3272-9359
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Programa:
· Koyama: Ainu no uta
· Miyazaki: Shimabara no komoriuta
· Tomaz Vital: Musashi – Poema sinfônico para shakuhachi e orquestra
· Villa-Lobos: Bachianas Brasileiras n˚9
· Mozart: Sinfonia n˚41 em Dó maior, K551