Os desafios dos sistemas públicos de saúde no mundo frente à crise financeira mundial reuniram na tarde desta quinta-feira (13) professores, alunos, pesquisadores de saúde coletiva, trabalhadores do SUS e representantes de Conselhos de Saúde do Brasil, Espanha e Estados Unidos no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O seminário internacional faz parte do Fórum Permanente de Esportes e Saúde. O evento é transmitido por videoconferência para os três países e pela RTV da Unicamp. Um chat para perguntas foi colocado à disposição na internet.

De acordo com os organizadores, o objetivo do seminário é discutir com a comunidade os desafios dos sistemas públicos de saúde em uma perspectiva global e comparativa. Outros pontos destacados são o estímulo de pesquisas multicêntricas e transnacionais entre os três países, a qualificação e preparação de trabalhadores e gestores da saúde para o trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) num cenário político e econômico neoliberal.

De acordo com o professor do Departamento de Saúde Coletiva da FCM Nelson Rodrigues dos Santos, a discussão do SUS pela sociedade brasileira na década de 1980 foi um debate além da saúde. Na mesma década, no mundo inteiro, o setor econômico-financeiro estava fazendo a revolução neoliberal, onde as conquistas públicas de direitos de cidadania foram postas de lado.

“O império do mercado da saúde chegou de forma avassaladora na América Latina. Os direitos básicos da população estão ficando marginalizados. Portugal e Espanha implantaram tardiamente sistemas públicos de saúde de primeira linha e também estão sentindo a pressão do mercado financeiro na Europa. Nosso desafio não é estatizar tudo. É fazer um sistema público de saúde que respeite os direitos da população”, disse Nelson.

A diretora-associada da FCM, Rosa Inês Costa Pereira, disse que é uma obrigação da faculdade facilitar a realização de um Fórum que aborda assuntos de interesse da sociedade. “Se consideramos a FCM como patrocinadora e pensadora do SUS, nada melhor do que abrir um espaço à discussão pautada na experiência de colegas estrangeiros e nacionais”, disse Rosa Inês.

O pró-reitor de extensão e assuntos comunitários da Unicamp, João Frederico da Costa Azevedo Meyer, disse que esse fórum é resultado de uma ação conjunta, comunitária, cooperativa e crítica em saúde pública, especialmente na área sindical e das doenças negligenciadas. “Estamos fechando um acordo com a Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi) sobre as doenças negligenciadas. Para a Preac, é uma honra participar desse esforço importante e bonito”, disse Meyer.

O fórum, organizaddo pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), conta com o apoio da Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS); e a parceria da Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso (ESPMT).

Link para acesso ao chat: www.ggte.unicamp.br/transmicao