'Sexta na Estação' teve
101 edições em dois anos

10/07/2013 - 13:11

“Este momento lembra meu Pernambuco, onde as pessoas plantavam para comer. Mas nem sempre as pessoas comem o que plantam, pois precisam vender para garantir educação e saúde a seus filhos”. Assim a culinarista e cantadora Nil abriu sua performance no aniversário de dois anos do evento Sexta na Estação, dia 5 de julho, que tem como principal atividade a Feira Agroecológica do CIS Guanabara. Mais que uma atividade de economia solidária, a feira promoveu o debate e a reflexão sobre o acesso a alimentos saudáveis por toda a sociedade, visto que produtos orgânicos ainda são comercializados por valores excludentes. “Durante dois anos, construímos e compartilhamos saberes e ações para promover a agricultura sustentável de base ecológica, em atividades que reuniram ensino, pesquisa e extensão”, declara a bióloga Giovanna Garcia Fagundes, coordenadora técnica do Sexta na Estação.

Parte do Programa de Extensão em Agroecologia da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp (Preac), coordenado por Mohamed Habib, o Sexta na Estação, segundo Giovana, foi responsável pela organização de um trabalho em rede, a qual permitiu parceiras com setores da comunidade interna e externa à Universidade. Foram realizadas 101 edições da Feira da Agricultura Familiar, da Economia Solidária e de Produtos Orgânicos com agricultores, artesãos e culinaristas da Rede Agroecológica da Unicamp. O Sexta na Estação também levou ao palco 28 artistas convidados. Dentro do projeto também foram realizados dois lançamento de livro, 11 projeções do Cine Socioambiental, seguidas de debate, 13 projeções de curta-metragem, 18 oficinas, três debates e depoimentos  e um seminário sobre política nacional de agroecologia e produção orgânica em parceria com a Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região (Itesp). A equipe também teve a oportunidade de participar da 10ª Semana de Agricultura Orgânica realizada pela Coordenadoria de Assistência Técnica e Industrial (Cati).

Nestes dois anos, conseguiu aproximar a universidade da sociedade, fomentar a transição agroecológica, reaproximar o rural e o urbano através da reconexão entre consumidores e agricultores, garantir alimentos de qualidade para o consumidor, promover saúde humana, ambiental e social, gerar renda, articular relações, trocar experiências e gerar novos conhecimentos através da parceria entre agricultores, técnicos, pesquisadores e consumidores, formar nossos alunos para atuarem num novo mundo, sensibilizar, vivenciar novos valores e uma nova ética socioambiental, promover a extensão universitária articulada com ensino e pesquisa.

O pró-reitor de extensão João Frederico Meyer agradeceu aos parceiros do projeto nestes dois anos, entre eles o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq). Surpreso com o número e a qualidade das realizações e o avanço da equipe em apenas dois anos, o coordenador-geral da Universidade, Álvaro Crósta, afirmou que a Universidade manterá o apoio ao projeto pela importância dele à sociedade.

“Utopia? Talvez pudéssemos ter achado que seria se não tivéssemos arregaçado as mangas para enfrentar a nossa realidade, transformando belas palavras e valores transcritos em linhas de papel em algo concreto”, discursou Giovana. Depois de relatar a lista de ações cuja reprodução precisaria de inúmeras páginas, ela concluiu: “Hoje viemos para festejar nossa colheita.”

 

 


Vídeo - TV Unicamp

 

Comentários

A Feira de Agricultura Orgânica se credencia como um marco da ação de extensão da Unicamp. Que projetos outros, espelhados neste, possam surgir e ampliar a visão de extensionismo mais próximo da população que a universidade pode realizar. Parabéns aos realizadores da matéria.

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