O professor Max Henrique Machado Costa, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, foi nomeado recentemente como fellow do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), entidade internacional fundada nos Estados Unidos que congrega aproximadamente 400 mil profissionais em todo o mundo. A distinção decorre das importantes contribuições feitas pelo docente para a teoria da informação de múltiplos usuários. “Trata-se, sem dúvida, de um reconhecimento honroso, principalmente porque é o resultado da iniciativa de meus pares. Menos de 0,1% dos sócios do IEEE recebe essa promoção a cada ano”, comenta Max Costa.

Antes de conferir a honraria, apresentada na forma de um certificado, o Instituto faz um levantamento da produção do indicado e analisa, entre outros aspectos, os artigos que causaram mais impacto na área de conhecimento na qual o eventual fellow pesquisa. No caso de Max Costa, as contribuições se concentram em canais de interferência, na desigualdade de potência de entropia e em canais de broadcast. Um dos trabalhos publicados nesta área, em 1983, já recebeu cerca de 2.900 citações.

Ainda atual, o artigo fornece bases matemáticas para a aplicação, por exemplo, de marcas d’águas em sinais digitais. Ou seja, assim como acontece com a cédula de dinheiro, o artigo do cientista propõe a possibilidade de “imprimir” uma marca digital imperceptível num arquivo digital de música ou filme, capaz de conter informações como a data da criação, autoria etc. “Esses dados podem ser especialmente importantes em contestações judiciais de propriedade”, explica Max Costa.

Outra aplicação baseada na técnica proposta pelo professor da FEEC é a sobreposição de um sinal digital sobre um sinal analógico, utilizando o mesmo espectro. A alternativa amplia a capacidade de sistemas de comunicação. “Ao utilizarmos a técnica de pré-codificação denominada de Dirty Paper Coding [codificação de papel sujo], é possível eliminar a interferência causada pelo sinal analógico (hospedeiro) sobre o sinal superposto. Não havendo interferência em uma das direções, podemos colocar sinais em camadas, o que significa, por exemplo, mais celulares operando na mesma faixa de frequência, ou novos canais de rádio superpostos sobre a faixa de radiodifusão de frequência modulada (FM)”, detalha Max Costa.