Árvores podem ajudar o
clima, afirma especialista
01/08/2013 - 10:14
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A mudança global do clima é um tema desafiador para as autoridades. Cientistas informam que essa mudança é um fenômeno em curso e que há mais de 90% de certeza científica de que é potencializada pelas atividades humanas. Em seu microcosmo, a população pode fazer algo fácil e benéfico: plantar árvores, porque elas são uma boa contribuição. Foi o que defendeu Ana Maria Heuminski de Ávila, pesquisadora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, durante palestra proferida nesta quinta-feira (1) no Fórum Permanente Meio Ambiente e Sociedade, promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e realizado no Centro de Convenções da instituição.
Uma árvore adulta, explicou ela, pode absorver do solo até 250 litros de água por dia. "Logo, plantar árvores ajudaria muito, sobretudo mediante a escolha do tipo de arborização." Uma árvore da espécie carvalho, por exemplo, é capaz de transpirar até 40 mil litros de água por ano.
Com a água absorvida, nutrientes de matérias orgânicas são também absorvidos pelas raízes e transformados, mediante a fotossíntese, em alimento para as plantas. Folhas, frutos, madeira e raízes servirão de alimento para muitos seres vivos. A camada de folhas formada abaixo das árvores serve de teto às sementes e para proteger o solo dos pingos da chuva que levam à erosão. "Folhas e galhos reduzem ainda a radiação solar que atinge a área abaixo da copa", descreveu a palestrante.
Conforme ela, nota-se alteração do clima com o aumento da temperatura. O fenômeno das "ilhas de calor" ocorre principalmente pela elevada capacidade de absorção de calor por superfícies como asfalto, paredes e telhados. Isso devido às sombras projetadas das construções e à impermeabilização da superfície do solo, reduzindo a evaporação, que implica aumento da velocidade do escoamento superficial da água de chuva e maior risco de cheias.
Outro aspecto é que acontece a absorção da radiação solar nas superfícies de baixa reflexão, sem falar ainda na maior concentração de gases poluentes que ampliam o efeito estufa. "Temos telhados recebendo essa energia, e o aquecimento diferencial entre prédios e corredores de vento, e a presença de chaminés das fábricas nas cidades, aumentam essas ilhas de calor. O efeito de ilha de calor nos países frios ou temperados é mais marcado no período noturno", salientou Ana Maria.