IB
apresenta sua
primeira defesa
de tese por
videoconferência
02/08/2013 - 15:31
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O Instituto de Biologia (IB) da Unicamp teve a sua primeira defesa de tese realizada por meio de videoconferência no prédio da pós-graduação da unidade. O estudo foi defendido recentemente pela pesquisadora Flávia Camila Schimpl. Participaram das discussões, além do docente do IB Paulo Mazzafera, orientador do trabalho, os professores Alexandra Savaia (do IB) e José Francisco Carvalho Gonçalves (do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazonia - INPA) , que atua na linha de pesquisa do guaraná.
A decisão de optar pela videoconferência foi motivada pela impossibilidade do docente do Impa comparecer à Unicamp. Segundo Mazzafera, a experiência foi muito positiva. “Economizamos com a viagem e tempo. Afinal, tudo isso custa. Deste modo, incentivo outras unidades da Unicamp a adotarem as defesas por videoconferência, contanto que as partes tenham um bom sistema em cada local de origem”, estimula.
De acordo com Mazzafera, que pertence ao Departamento de Biologia Vegetal, o estudo de sua aluna Flávia Camila Schimpl foi sobre um conhecido alcaloide: a cafeína, a partir de trabalhos que tiveram como alvo o guaraná.
O orientador relembrou que se sabe muito a respeito da cafeína – sobre como ocorrem a biossíntese de cafeína e os controles da biossíntese em café e no chá chinês Camellia sinensis, porém pouco se investigou acerca da cafeína em guaraná.
A dissertação de Flávia tentou desvendar essa via de síntese e também o isolamento do gene responsável pela síntese da cafeína, a cafeína sintase (CS). Foi assim que ela concluiu que há uma certa variação sobre o teor de cafeína na planta. Alguns tecidos têm cafeína, outros não. E isso é controlado exclusivamente pela maior expressão do gene de cafeína sintase.
Um aspecto interessante é que esse gene já tinha sido isolado em outras plantas; e, em guaraná, mostrou uma peculiaridade. A enzima originada por esse gene exibiu um tipo de afinidade com o substrato, diferente da afinidade encontrada em chá ou em café. "Vimos que é uma enzima única", comemora o orientador.
Tal gene foi enviado para um especialista em purificação e cristalização de proteínas, que reside na Suíça. Agora ele deve promover estudos estruturais para saber porque existe essa maior afinidade por outro determinado tipo de substrato, além daqueles que já são conhecidos na cafeína sintase.
A ideia é eliminar a cafeína do guaraná?, indaga Mazzafera. De maneira alguma, responde, uma vez que o grande apelo do guaraná é realmente a cafeína, usada também na bebida do guaraná. A cafeína é um potente estimulante. “O guaraná chega a ter, dependendo da variedade, até 5% ou 6% de cafeína. Isso é quase cinco vezes mais do que é achado no café. Então é uma fonte rica em cafeína.”
O estudo, prossegue Mazzafera, tem igualmente implicações biológicas, dado que exige saber a razão pela qual algumas aves comem o fruto do guaraná e que no entanto não quebram a semente que contém cafeína. Por isso ela passa intacta pelo trato digestivo.
Comentários
parabelizar
Parabenizo ao docente Prof.Dr.Paulo Mazzafera e os demais por ter mantido a evolução da defesa de tese pela videoconferência. Afinal a evolução das pesquisas tem que ser demostrada mesmo pela distância e ausência de um dos representantes.