Especialistas discutem guarda de
documentos arquivísticos digitais
15/08/2013 - 16:14
- Text:
- Images:
- Images Editor:
Dos pictogramas gravados em tabuletas de argila na Mesopotâmia aos vídeos, a história está disponível em bibliotecas e arquivos para quem precisar ou quiser conhecer. A preservação de documentos sempre foi uma preocupação da sociedade, e as bibliotecas sobrevivem dessa preservação e conservação da memória, protegendo a história em papiros ou pergaminho. Mas o que acontece com a chegada das mídias digitais?
A discussão foi iniciada há muito tempo por profissionais e pesquisadores da área de arquivos, mas, na opinião do especialista em gestão e preservação de documentos arquivísticos digitais do Arquivo Nacional, Carlos Augusto da Silva Ditadi, ainda não há consenso sobre o tema. Durante o Fórum Permanente de Arte Cultura e Educação, intitulado “Arquivos Digitais: experiências em preservação”, nesta quinta-feira (16), no Centro de Convenções da Unicamp, ele falou sobre os esforços para garantir a preservação deste tipo de documento.
Citadi reforçou que o problema não é somente do tempo de vida útil da mídia utilizada, mas do avanço tecnológico e da rápida obsolescência de softwares capazes de ler essas mídias. É o caso do Cd e do DVD que já perdem espaço para a banda larga. Na ocasião, Ditadi esclareceu a diferença entre digitalização de documento e preservação digital. A preservação é um conjunto de estratégias, abordagens, novas políticas e recursos necessários para manter e dar acesso a materiais em formato digital. Já a digitalização pode apenas ampliar o uso de um documento.
De acordo com Neire do Rossio Martins coordenadora do Sistema de Arquivo Central da Unicamp, desde 2004, a Universidade tem feito eventos para tratar as questões da preservação de documentos arquivísticos digitais. A instituição faz parte do InterPARES, projeto da Universidade British Columbia do Canadá que definiu conceitos de preservação arquivística. Segundo a conselheira do Siarq e uma das coordenadoras do Projeto de Memória da Faculdade de Educação, professora Maria do Carmo Martins, a Universidade criou grupo de estudos para tratar assuntos relacionados ao tema, já que a instituição produz um grande volume de documentos digitais.
O coordenador-geral da Unicamp, Alvaro Crósta, afirmou que a Reitoria tem destinado recursos para aquisição de equipamentos e adequação de sistema informatizado e outras ações para a guarda de documentos autênticos.