Público e crítica já se dobraram aos pés da pianista Karin Fernandes - uma das mais expressivas da atualidade -, solista do concerto de hoje (25), da Orquestra Sinfônica da Unicamp. A apresentação, com regência do norte-americano Jack Fortner, acontece às 20 horas, no Teatro Castro Mendes, em Campinas. O repertório traz obras de Darius Milhaud (Saudades do Brasil op. 67), Beethoven (Concerto para piano n. 3, op. 37, dó menor),  Jack Fortner (Traces) e Antonín Dvorák (Czeck Suite, op. 39, B.93, ré maior).

Premiada em 21 concursos de piano, Karin Fernandes venceu por unanimidade do júri o “X Prêmio Eldorado de Música”, em 1999. Em 2012 foi uma das finalistas do Prêmio Bravo Bradesco Prime de Cultura, com o CD “Baqte Ensemble”. Karin se apresentou em festivais no Brasil e no exterior, com destaque para o “Third Oxford Philomusic Festival”, “Festival de Música e Teatro do Porto” em 2004,  e o 43º Festival de Inverno de Campos do Jordão”. Quando estudante, participou de cursos e masterclasses com pianistas renomados, como Menahem Pressler e Cristina Ortiz (Inglaterra); Bernard Flavigny (França); Maria João Pires e Caio Pagano (Portugal).

Como solista, esteve ao lado da Camerata OSESP, Orquestra Sinfônica de Campinas, Orquestra Sinfônica da USP, Sinfonia Cultura, Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra do Theatro São Pedro, Orquestra Sinfônica de Sergipe, Orquestra de Sopros de Caxias do Sul, Orquestra Sinfônica Paulista, dentre outras. A pianista dedica-se especialmente à execução do repertório para piano dos séculos 20 e 21, mas não exclusivamente. Seu repertório traz algumas peças estreadas por ela mesma, tanto para piano solo quanto para música de câmara e concertos com orquestra. Dentre elas, destacam-se algumas dos compositores brasileiros Edson Zampronha, Mario Ficarelli, Ronaldo Miranda, Edmundo Villani Côrtes, Arrigo Barnabé, e do americano Jack Fortner.

Karin possui seis CDs gravados, dentre eles dois lançados em 2012 - CD “Baqte Ensemble” (obras brasileiras para piano e percussão), finalista do Prêmio Bravo 2012; e CD “Edmundo Villani Cortes –opus 80″ (CD em homenagem aos 80 anos do compositor, com dois concertos para piano e orquestra e quatro peças para piano solo). E dois CDs junto ao Trio Puelli. O primeiro, “Trio Puelli – Primma”, lançado em abril de 2011, só com trios brasileiros: Marlos Nobre, Mario Ficarelli (inédito, primeira gravação mundial), Edson Zampronha (inédito, encomenda especial do Trio, primeira gravação mundial), Ronaldo Miranda, Ricardo Tacuchian e Edmundo Villani Cortes. E o segundo, “Trio Puelli 3 Américas”, lançado em maio de 2013, com trios de: Leonard Bernstein, Claudio Santoro, Mauricio Kagel, Alejandro Cardona e Roberto Victorio.

Seu segundo CD solo, “Karin Fernandes, piano”, com Sonatas de Sergei Prokofiev, Alberto Ginastera, Mário Campos, Lorenzo Fernandez e a Sonatina de Maurice Ravel, foi muito elogiado e indicado a vários prêmios, dentre eles o de “Melhor CD Erudito de 2000” e “Artista Revelação de 2000”. Paralelamente à carreira como pianista recitalista e solista, Karin desenvolve intenso trabalho camerístico.

O maestro
Jack Fortner nasceu em Grand Rapids, Michigan. Completou seu doutorado na Universidade de Michigan, onde atuou como maestro e professor de composição entre 1966 e 1970, até se mudar para o Estado da Califórnia. Desde então, tem atuado como presidente do departamento de música, professor de composição, diretor do estúdio de música eletrônica da Universidade Estadual da Califórnia em Fresno (CSUF) e ainda maestro da CSUF Symphony Orchestra.

Fortner atua como o diretor artístico do Orpheus, um grupo de câmera profissional que fundou em 1978 em Fresno, dedicado à performance de músicas pouco tocadas de todas as épocas. Participou também como diretor musical da Merced Symphony por seis temporadas (1971-1976), da Sinfonia Chamber Orchestra (Grand Rapids, Michigan), como regente do Contemporary Directions Ensemble na Universidade de Michigan e como maestro convidado da Detroit Symphony.

Trabalhou como maestro convidado na Alemanha e Romênia, apresentando composições próprias com o renomado Ars Nova Ensemble durante o Cluj Musical Autumn (1993).  No verão de 1996 gravou sua peça Symphonies com a State Philharmonic Orchestra da Transylvania, e Trois Gymnopédies com o Ars Nova Ensemble.

Na América Latina, além de atuar como diretor artístico do Ensemble, um grupo de música de câmara paulista dedicado à performance de música contemporânea, foi maestro convidado na abertura do Festival de Música Nova em São Paulo (2000), da Orquesta Sinfônica de Guanajuato (México, 2001), Orquesta Sinfônica de Assunção (Paraguai, 2004) e a Orquestra Sinfônica da Bahia, durante o primeiro Festival de Música Nova de Salvador (2007).

Como compositor, recebeu inúmeros prêmios e comissões, incluindo o International Composition Prize da Fondation Royaumont, na França (1966); o prêmio de Rome Prize Fellowship da Academia Americana em Roma (1967); e também uma encomenda da NEA, em 1978, para compor uma peça para dança, Found Objects.

Programa
Darius Milhaud - Saudades do Brasil op. 67
Beethoven - Concerto para piano n. 3, op. 37, dó menor
Jack Fortner - Traces
Antonín Dvorák - Czeck Suite, op. 39, B.93, ré maior
I.       Praeludium (Pastorale): Allegro moderato
II.     Polka: Allegretto grazioso
III.   Menuetto (Sousedská): Allegro giusto
IV.  Romanze: Andante con moto
V.    Finale (Furiant): Presto

Serviço
Concerto – Orquestra Sinfônica da Unicamp
Regência: Jack Fortner
Solista: Karin Fernandes (piano)
Quando: hoje, quarta-feira, às 20 horas, no Teatro Castro Mendes (Praça Correa de Lemos, s/n. Vila Industrial). Informações: (19) 3272-9359
Ingressos: R$ 20 e R$ 10.