Pesquisadores reúnem-se para discutir papel
das congregações católicas na educação

02/10/2013 - 16:37

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Águeda Bernadete Bittencourt

Águeda Bernadete Bittencourt

Pesquisadores em evento

Pesquisadores em evento

A Faculdade de Educação (FE) sedia entre esta terça (2) e a quarta-feira (3) o 1º Colóquio Internacional Congregações Católicas, Educação e Estado Nacional.  O evento, organizado pelo grupo de mesmo nome, reúne pesquisadores brasileiros e três assessores conselheiros internacionais na Sala da Congregação da FE. Estão presentes Rebecca Rogers e Angela Xavier de Brito, professoras da Universidade René Descartes;  e Rodolfo de Roux, professor da Universidade de Toulouse. Também participam os assessores brasileiros Evaldo Amaro Vieira, da PUC-São Paulo, e Maria José Rosado, que são de são Paulo.

“Estamos pesquisando as práticas do catolicismo; como ele ao longo do tempo altera suas práticas para sobreviver no lugar que ocupa de certa hegemonia religiosa. Nossa preocupação é com a educação e a cultura, por isso estamos investigando temas como santuários e espaço urbano, editoras católicas e a produção de material cultural e educacional. Alguns pesquisadores investigando especificamente algumas congregações”, informa a professora da FE Águeda Bernadete Bittencourt.

Ela enfatiza que o objetivo geral do grupo é entender a imigração das congregações católicas para o Brasil durante o século 20. “Há ilusão de que o Brasil é católico tal como é hoje desde a colônia. Mas, na verdade, o catolicismo foi muito reprimido, enquanto na república, as organizações vêm, por um lado, por um projeto do vaticano, por outro lado, porque são expulsas de seus países de origem e estão num projeto de laicização.”

Um terceiro eixo das pesquisas, segundo Águeda, é o fato de que o Brasil não tinha quadros formados para poder bancar todo o sistema educacional brasileiro e nem mesmo a própria assistência médica. “E as congregações são um contingente de gente formada que vem de fora e se instala no Brasil. Com isso, vamos ter uma história construída de um baixo nível, de laicização do estado. Temos dificuldade para a educação laica, a escolarização laica, porque a igreja tem uma força histórica no Brasil que é essa cultura formada a partir da imigração.”

De acordo com a professora, quando os pesquisadores começam a observar a história das editoras, constatam que há editoras centenárias e religiosas, enquanto outras editoras laicas não aguentam mais que 50 anos.