A obra Ipês, de autoria do compositor e professor aposentado do Departamento de Música do Instituto de Artes (IA) da Unicamp Raul do Valle, teve sua estreia nesta quarta-feira (3) na XX Bienal de Música Brasileira Contemporânea de 2013, a mais abrangente mostra de música erudita brasileira. Essa obra foi uma das 39 encomendadas pela Funarte. O evento, bastante aplaudido, ocorreu no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e teve a participação de um público superior a 200 pessoas.

A Orquestra Sinfônica da UFRJ abriu a Bienal, representada por seu naipe de cordas. Sob a regência de Cláudio Cruz, os músicos interpretaram ainda outras obras encomendadas, entre elas A estrada do rio morto, de Mario Ferraro, e Impropérios harmônicos em palavras afáveis, de Matheus Bitondi.

Pela primeira vez na história das Bienais, as obras apresentadas em estreia mundial foram difundidas pela Internet, para todo o mundo, mediante os seus registros audiovisuais. Essa novidade assinala uma ampla perspectiva de possíveis vantagens para os compositores e intérpretes, sob a forma de encomenda de obras e de convites para apresentações, por exemplo. 

Em Ipês, obra em estreia mundial, Raul do Valle mostra três movimentos curtos que se encadeiam ao sabor da sedução sonora de timbres da flauta e do flautim, num jogo de trocas e transformações. Uma particularidade: o compositor participou de 19 bienais. O evento foi criado no ano de 1975. De acordo com a organização, para as encomendas, foi adotado um sistema eletivo, em que um colégio eleitoral de 67 compositores e regentes enviou à Funarte 670 votos.