Linha de
pesquisa em
história da arte
não-europeia
gera interesse
11/10/2013 - 10:55
- Text:Da redação
A notícia de que a Unicamp passará a oferecer uma linha de pesquisa em arte não-europeia dentro do Programa de Pós-Graduação em História a partir de 2014 – o primeiro curso do gênero no Brasil – já motivou quase 20 mil acessos à versão online do Jornal da Unicamp. Tanto interesse sugere a existência de uma grande demanda de pesquisadores propensos a produzir estudos em história da arte que extrapolem a tradição europeia, seguindo uma tendência registrada nos últimos dez anos nos cursos oferecidos no exterior, que passaram a expandir seus currículos.
“Estive no Rio de Janeiro na semana passada e, por conta da foto na reportagem, fui reconhecida na rua por uma pessoa interessada em integrar a linha de pesquisa. A repercussão tem sido excepcional”, afirma Claudia Valladão Mattos, professora de pós-graduação do Instituto de Artes (IA) e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). “Infelizmente, as inscrições para a primeira turma foram encerradas em 1º de outubro e, quem ficou sabendo pelo jornal, talvez não tenha tido tempo hábil para apresentar o projeto e toda a documentação. Acredito que vamos ter uma demanda alta a partir de 2014, pois todos poderão se informar melhor sobre o curso em nossa página.”
Uma correção feita por Claudia Mattos é que não se trata de um novo programa de pós-graduação no IFCH. “O Programa de Pós-Graduação em História, criado em 1976, tem entre suas áreas de concentração, há vinte anos, a História da Arte; e, dentro dessa área, onde já existiam duas linhas de pesquisa – Estudos das Tradições Clássicas e Questões de Arte Moderna e Contemporânea –, foi incluída uma terceira – Questões de Arte Não-Europeia. O novo curso vai tratar de arte pré-colombiana e ameríndia, arte africana, teoria da arte e arte japonesa.”
Recapitulando, Claudia Mattos lembra que a oportunidade de criar essa terceira linha de pesquisa veio com a doação de obras de arte não-europeia pelo físico Rogério César de Cerqueira Leite, composta por cerca de 500 peças africanas e 200 pré-colombianas. “Um aspecto importante é que criamos condições para receber esta coleção de maneira vinculada à pesquisa: a Universidade não deve apenas abrigá-la e expô-la, mas pesquisá-la para produzir conhecimento a partir das obras. É também uma oportunidade de nos atualizarmos sobre o que vem acontecendo no campo da história da arte.”
Segundo a professora, quando a vinda da coleção de Cerqueira Leite estava sendo negociada, em 2012, ela foi convidada a trabalhar como pesquisador a no Instituto Getty de Los Angeles, fundação que financia grandes projetos em história da arte pelo mundo. “Conversei com pessoas do Getty sobre a possibilidade de apoio para a criação dessa linha de pesquisa e mostrei as obras doadas. Apresentamos um projeto que foi aprovado no primeiro semestre e a fundação vai financiar, durante dois anos, a vinda de especialistas de outras partes do mundo para ministrar cursos na Unicamp. O projeto com o Getty também está vinculado à realização de workshops, compra de material didático para dar início a uma biblioteca e formação de uma rede de pesquisadores que atuam nessa linha de pesquisa no Brasil e no mundo.”
Comentários
Achei muito interessante a
Achei muito interessante a iniciativa! Inclusive, ajudarei na divulgação do programa!