Reunião no IEL discute marco de referência
para níveis de proficiência na América do Sul

11/10/2013 - 12:15

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Reunião na sala de videoconferência do IEL

Reunião na sala de videoconferência do IEL

Professora Matilde Scaramucci

Professora Matilde Scaramucci

Reunião na sala de videoconferência do IEL

Reunião na sala de videoconferência do IEL

Reunião na sala de videoconferência do IEL

Reunião na sala de videoconferência do IEL

Maria Cristina Moura, do Inep

Maria Cristina Moura, do Inep

“Vamos pensar num marco de referência de níveis de proficiência para ser utilizado na América do Sul, tal como existe na Europa, que possui o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas”, revelou a diretora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e coordenadora do Celpe-Bras Matilde Virgínia Ricardi Scaramucci, durante reunião na sala de videoconferências do Centro Cultural do Instituto.

No modelo do CECR, é oferecida uma base comum para a elaboração de programas de idiomas, de referenciais, de exames, de manuais na Europa, entre outras frentes. Esse modelo descreve o que os estudantes de uma língua devem aprender para atingir seu objetivo – a comunicação – e também enumera os conhecimentos e habilidades que eles devem adquirir para o uso eficaz do idioma. Esse Quadro de Referência define os níveis de competência.

Cerca de vinte pessoas das comissões do Celpe-Bras (certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros), do Celu (exame de espanhol argentino, equivalente ao Celpe-Bras) e do Inep (responsável por viabilizar o exame) estão reunidas desde a última quinta-feira (10) no local para compreender melhor as semelhanças e diferenças entre os dois exames. Outros aspectos que estão sendo debatidos perpassam como avançar nos diálogos do grupo e nas perspectivas de pesquisas conjuntas. O encontro encerra nesta sexta-feira (11).

Segundo Matilde Scaramucci, a primeira reunião do grupo, em 2006, abordou possíveis equivalências, níveis e questões teóricas de exames, como por exemplo o desenvolvimento desses exames. A Unicamp é um posto do Celpe-Bras e sedia esse exame desde 1998, como um centro  credenciado para sua aplicação, duas vezes ao ano: nos meses de abril e de outubro.

Celpe-Bras e Celu
O Celpe-Bras é o exame oficial do governo brasileiro, do Ministério da Educação (MEC). Trata-se de um exame obrigatório para várias profissões cujos candidatos desejem convalidar seus diplomas. É aceito em firmas e instituições de ensino como comprovação de competência em língua portuguesa e, no Brasil, é exigido pelas universidades para ingresso em cursos de graduação e em programas de pós-graduação.

É o único certificado brasileiro de proficiência em português como língua estrangeira reconhecido oficialmente e tem se tornado um instrumento dos mais importantes na área de política linguística no Brasil neste momento, afirmou a professora Matilde Scaramucci. Essa iniciativa teve seu embrião na Unicamp, que já tinha um exame de proficiência para uso interno de seus alunos.

Quando se formou a comissão para a elaboração do exame instituído na Sesu (Secretaria de Educação Superior), o IEL foi convidado a participar com mais outras universidades brasileiras que tinham programas de português para estrangeiros. “O Celpe-Bras veio a ser implementado em 1998, primeiramente nas universidades que tinham membros nessa comissão e mais em três centros no exterior: Argentina, Uruguai e Paraguai”, relatou a professora.

Hoje esse exame está presente em mais de 50 centros no exterior. “Na primeira aplicação, foram 127 candidatos inscritos e nesta próxima (que acontece no dia 22 deste mês) são quase seis mil em todo o mundo, para se ter uma ideia do crescimento do exame”, dimensionou a docente. "No caso do Celu, ele atua como um exame de proficiência que busca certificar pessoas que queiram trabalhar ou estudar usando-se o espanhol. Foi desenvolvido um pouco depois do Celpe-Bras e inspirado nele, sendo representado por um consórcio de universidades", informou.

Para Maria Cristina Moura, uma das participantes da reunião e uma das responsáveis pela logística de aplicação do exame de certificação de proficiência em língua portuguesa do Inep, o órgão pretende abrir vagas para novos postos e credenciá-los. Segundo ela, em 2014, deverão ser credenciados seis postos na África, um na Colômbia e outro no Paraguai. “Desde 2011, não credenciávamos novos postos. Mas o exame está crescendo muito, bem como a sua demanda. São atualmente 21 postos aplicadores no Brasil, distribuídos em várias unidades federais. A Unicamp é uma das grandes participantes no Estado de São Paulo [e a que tem mais examinandos]. Outras instituições que tomam parte no Estado são a UFSCar e o Imesp.