Noventa equipes de vários estados brasileiros estão participando do Desafio Jovem Engenheiro, competição organizada pela Fundação Vale, CNPq e Unicamp, tendo como unidade coexecutora a Escola Técnica Estadual Rosa Perrone Scavone de Itatiba. “O desafio tem como objetivo incentivar os alunos do ensino médio a prestarem vestibular para os cursos de engenharia, devido à carência desses profissionais na área produtiva. Esta não é a realidade na Unicamp, mas afeta outras regiões do país”, afirma a professora Marisa Masumi Beppu, diretora associada da Faculdade de Engenharia Química (FEQ).

Pela Unicamp, organizam o Desafio Jovem Engenheiro o Laboratório de Engenharia e Química de Produtos (Lequip) da FEQ, coordenado por Marisa Beppu, e o Laboratório de Informática, Aprendizado e Gestão (Liag) da Faculdade de Tecnologia (FT), do professor Marcos Augusto Francisco Borges. Também estão na organização os professores Cristiano Augusto de Oliveira e Humberto Zanetti, da Etec-Itatiba (mais dois bolsistas), além do bolsista Matheus Ferreira de Andrade e vários alunos e funcionários da FEQ. “Optamos por um projeto simples para chamar atenção para as áreas tecnológicas em geral, e não especificamente para as engenharias. É quase uma gincana, com a diferença de que é toda disputada em ambiente virtual, por computador. Um aspecto importante é o custo praticamente zero”, explica a diretora associada da FEQ.

Segundo a professora, os competidores foram todos inscritos no TelEduc, um ambiente de ensino a distância bastante disseminado na Unicamp, desenvolvido conjuntamente pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) e pelo Instituto de Computação (IC). “Foi uma excelente forma de vencer barreiras geográficas. Também nos surpreendeu o número de inscritos, pois tivemos poucas semanas para divulgar o desafio e basicamente pelas redes sociais, por onde os alunos estão mais acostumados a navegar. Registramos mais de três mil acessos em uma semana.”

Do Desafio Jovem Engenheiro participam equipes de três ou quatro integrantes, cada qual podendo contar com um mentor (graduando de engenharia ou de cursos correlatos e professores de ensino superior, médio e fundamental) responsável por orientar as atividades ao longo da competição. “São seis rodadas classificatórias, até a definição dos quatro grupos finalistas e do ranking geral em 22 de novembro. O primeiro desafio exigiu muito de matemática e o segundo visou principalmente a engenharia de produção. Mas as soluções são todas intuitivas, justamente por causa da orientação para o ensino médio.”

Marisa Beppu ressalta o caráter lúdico do desafio, informando que os ganhadores receberão um certificado, a divulgação no site da Unicamp e prêmios oferecidos pelos patrocinadores. “Os vencedores também receberão um kit contendo materiais para um experimento que eles deverão montar, filmar e disponibilizar na internet. O aprendizado nesta primeira edição é que não precisamos de um grande arsenal para despertar o interesse dos alunos do ensino médio. E a expectativa é que as próprias engenharias da Unicamp abracem a proposta, colaborando para a realização de competições futuras.”