Tadeu faz balanço de 2013
20/12/2013 - 11:18
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No dia 30 de abril de 2013, em seu discurso de posse como reitor da Unicamp pela segunda vez, o engenheiro de alimentos José Tadeu Jorge destacou, entre outros pontos de seu programa de gestão, a importância de intensificar as ações para ampliar a inclusão social nos cursos de graduação, a necessidade de uma revisão nos estatutos da Universidade e a disposição para atuar pelo aperfeiçoamento da representação institucional. Oito meses depois de assumir o cargo, pode-se dizer que o balanço é positivo. A pontuação concedida no Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS) dobrou; um grupo de trabalho criado recentemente dará início à revisão dos estatutos; e alterações na área administrativa estão garantindo maior agilidade aos trâmites institucionais. Na entrevista que segue, concedida na última quinta-feira (19) ao Portal da Unicamp, Tadeu Jorge analisa o início de sua gestão e relaciona as principais ações implementadas em 2013.
Portal: Uma das principais demandas da comunidade nos últimos anos era por maior agilidade no estabelecimento de convênios. Como sua gestão está tratando esse assunto?
Tadeu: Essa foi uma das maiores demandas que recebemos durante a elaboração do programa de gestão e a ideia era a de criar uma câmara que tratasse exclusivamente desse assunto. Isso foi feito, como uma das primeiras medidas que tomamos. Uma resolução determinou a criação da Câmara de Convênios e Contratos, que tem na sua composição todos os órgãos que, de uma maneira ou de outra, precisam opinar sobre contratos e convênios, como por exemplo as pró-reitorias mais envolvidas, a DGRH (Diretoria Geral de Recursos Humanos), a DGA (Diretoria Geral de Administração), a PG (Procuradoria Geral) e as vice-reitorias. Isso permitiu uma agilização enorme na tramitação, porque num mesmo momento o convênio ou o contrato são apreciados por todos os atores de todas as instâncias envolvidas. Com isso conseguimos reduzir enormemente o tempo de tramitação. Estamos assinando a documentação em no máximo trinta dias. Na verdade o tempo médio está abaixo de quinze dias, mas estamos conseguindo aprovar qualquer convênio ou contrato em no máximo trinta dias.
Portal: Antes, esse tempo médio era de quanto?
Tadeu: Antes, esse tempo era de seis meses em média, com alguns convênios levando até um ano para serem assinados. O impacto disso nas atividades da Universidade, em especial nas atividades de pesquisa, é muito grande. Porque tramitar durante seis, oito meses uma proposta ou um plano de trabalho em pesquisa, traz um risco enorme de desatualização porque o assunto evoluiu mais rapidamente do que a burocracia permitiu aprovar. Aprovando em semanas, nós estamos conseguindo colocar em prática um plano com sintonia total com as necessidades na área de pesquisa.
Portal: Outra demanda que havia dizia respeito à recomposição do quadro docente. Recentemente, o Consu (Conselho Universitário) aprovou medida nesse sentido, elevando de 1,8 mil para 2 mil o número de docentes da carreira MS. Em 1989, quando da instituição da autonomia universitária, a Unicamp contava com pouco mais de 2 mil docentes nesse nível. A ideia é voltar aos níveis daquela época?
Tadeu: Nosso programa de gestão falava em duas prioridades principais. Uma delas era exatamente a recomposição do quadro docente. O atual quadro docente está totalmente pressionado em termos numéricos porque veio sendo reduzido ao longo do tempo a partir da autonomia (1989). Ao mesmo tempo, todas as nossa atividades apresentaram indicadores significativamente crescentes. Aumentou o número de alunos de graduação, de pós, de outros cursos. A publicação de artigos científicos cresceu enormemente ao longo desse tempo. As atividades de extensão, de assistência, enfim tudo na Unicamp apresentou indicadores muito significativos de crescimento e, de uma maneira paradoxal, o corpo docente foi diminuindo ao longo desse período e chegou numa posição quase que insustentável. Então, essa era efetivamente uma necessidade urgente da Universidade e conseguimos equacioná-la já nesse primeiro ano com o Consu aprovando vagas que elevam o número de docentes da carreira MS para 2 mil. Isso nos coloca num patamar intermediário, semelhante ao registrado em meados da década de 1990. Havendo possibilidade orçamentária, a ideia é tentarmos voltar, até o final da gestão, pelo menos ao número de 2103 docentes da carreira MS, que é o número registrado quando da instalação da autonomia universitária.
Portal: Qual o impacto disso nas atividades da Unicamp?
Tadeu: O impacto certamente se traduzirá em mais presença do professor em sala de aula, mais presença nas atividades didáticas efetivas, portanto os alunos certamente poderão contar com mais professores experientes, ministrando efetivamente as disciplinas. Certamente os grupos de pesquisa serão reforçados e isso indica que teremos uma produção de conhecimentos maior. Isso deve se refletir, também, no aumento do número de publicações da Universidade. E, pelo próprio modelo da Unicamp, certamente serão aumentadas as ações de relacionamento com a sociedade, porque isso é uma característica intrínseca do modelo da Unicamp para qualificar as atividades de ensino.
Portal: No campo da internacionalização, a medida que gerou mais impacto foi a criação da Vice-Reitoria de Relações Internacionais. Por que criar uma vice-reitoria nessa área e qual expectativa dos resultados?
Tadeu: O tema internacionalização é muito velho. Quem trabalha com produção do conhecimento tem que fazer internacionalização. A pesquisa científica é caracteristicamente uma atividade que precisa de integração, troca de opiniões, debates sobre os temas pesquisados, e isso tem que ser feito com quem está na ponta do conhecimento. Nos últimos anos, esse tema tem crescido em termos de importância, a qualificação das nossas atividades, cada vez mais, depende de uma forte integração com o exterior. Então é importante que a Universidade crie mais mecanismos para permitir que isso aconteça. A criação da VRERI foi uma maneira de dar ao tema a relevância que ele precisa e ter um potencial maior de ações efetivas em internacionalização.
Portal: Que ações seriam essas?
Tadeu: Nós produzimos um programa de internacionalização novo, que mantém tudo o que já tínhamos, não há nenhuma ação que a Universidade vai deixar de fazer, mas acrescenta algumas para preencher determinadas lacunas. Os esforços seguem sempre a ideia de que mais estudantes e mais professores possam ir a outros países e que possamos recebê-los aqui também, cada vez com maior intensidade dentro dos programas já existentes. Mas há algumas questões novas que podemos citar desse projeto, ao qual foram destinados R$ 2 milhões no orçamento. Primeiro, um apoio à área de Humanas. O Ciência sem Fronteiras é um programa do governo federal voltado às áreas mais duras, às áreas tecnológicas de aplicação imediata, e ignorou a área de Humanidades, que não pode participar do programa. Então, criamos na Unicamp uma linha chamada Humanas sem Fronteiras, que é para apoiar nossa área de Humanas na atividade de internacionalização, um pouco nos moldes do Ciência sem Fronteiras em termos de resultado para obter uma internacionalização maior. Acho que isso preenche uma lacuna, porque tínhamos uma Universidade com todos podendo usufruir de um programa grande do governo federal, menos a área de Humanas. Agora então temos esse programa complementar que corrige essa distorção.
Portal: Esse novo programa vai ser financiado pela Unicamp?
Tadeu: Isso vai ser financiado pela Unicamp dentro desses recursos que eu citei. Também criamos uma linha para iniciar a internacionalização dos colégios técnicos. A ideia é que professores e estudantes dos colégios comecem a viver experiências de internacionalização. Também criamos uma linha que permite aos funcionários ter a oportunidade de internacionalização nas suas áreas. Enfim, ações que permitam fazer com que toda a Universidade viva o clima e incorpore a questão da internacionalização como algo institucional. Acho que é um avanço e a ideia é que à medida que o programa vá se desenvolvendo, nós possamos destinar mais recursos do orçamento para isso.
Portal: Outra ação que também se destacou nesses primeiros oito meses foi a transformação da PRDU (Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário) na VREA (Vice-Reitoria Administrativa). Além de uma nova configuração, o que muda efetivamente em termos administrativos?
Tadeu: Isso também vai na linha da agilização administrativa. A VREA passou a ter sob sua responsabilidade basicamente a questão dos serviços. Os órgãos voltados a recursos humanos que estavam a PRDU, vieram para o Gabinete (DGRH/AFPU/CECOM). Os órgãos de cunho mais burocrático administrativo (DGA/Prefeitura/CCUEC/CEMEQ) passaram a constituir a VREA. Aí estão basicamente os serviços e a ideia é que a gente tenha mais agilidade para que os serviços prestados internamente pelos próprios órgãos da Universidade tenham mais eficiência e mais eficácia.
Portal: Um dos principais pontos do seu programa de gestão se referia às políticas de recursos humanos. Passado esse período inicial, já é possível uma avaliação das principais ações implementadas e o que se pode vislumbrar daqui para frente?
Tadeu: A primeira questão é justamente essa de integração dos órgãos que cuidam da questão de recursos humanos. Trouxemos para o Gabinete alguns órgãos que estavam na PRDU (DGRH/AFPU E CECOM). No Gabinete já se encontrava o GGBS, que é a área de benefícios da Universidade e com isso integramos os órgãos que atuam com recursos humanos no sentido de aumentar a qualidade das ações realizadas. Essa integração ainda se dá de uma maneira pragmática de gestão através de ter os quatros órgãos reunidos debaixo do mesmo comando, que é o Gabinete, mas estamos fazendo reuniões periódicas das direções desses quatro órgãos para que seus programas tenham uma integração total. E isso já mostra alguns resultados importantes.
Portal: E a questão da isonomia salarial com a Universidade Estadual de São Paulo?
Tadeu: Disse que o programa de gestão tinha duas prioridades. Uma era o quadro docente a outra era o estabelecimento ou restabelecimento da isonomia salarial da carreira dos funcionários com a USP. E dizíamos no programa que era possível fazer num espaço de dois anos. Fizemos uma primeira etapa nesse ano de 2013, corrigindo de uma maneira significativa o piso dos níveis básico, médio e superior e tivemos a possibilidade de aplicar uma referência, no mínimo, aos funcionários da Universidade. A ideia é repetir esse procedimento no ano que vem, e com isso poderemos produzir os últimos acertos tanto no piso quanto no enquadramento por volta de abril de 2015. Já no ano que vem, o nível básico estará totalmente igualado ao da USP, e o nível médio e o nível superior muito próximos. Esse acerto final faremos em 2015. Acho que é um projeto que, até por ser prioridade, se implantou rapidamente.
Portal: Ainda na área de RH, havia ainda outras demandas, como a implantação das 30 horas semanais na área de saúde, a questão da mudança de regime CLT para Esunicamp (Estatuto dos Servidores da Unicamp).
Tadeu: Dois velhos temas da Unicamp entre os funcionários. Primeiro, a mudança de regime para funcionários que ingressaram no período de 1985/1988, antes da Constituição, coisa que dependia unicamente do Esunicamp, e que fizemos também em meados desse ano. Em poucos meses de gestão já foi possível encaminhar ao Conselho Universitário a alteração do Esunicamp, que permitiu dar a opção aos funcionários. Parte já exerceu essa direito enquanto outros ainda estão dentro do prazo para que isso seja concretizado. Acho que assim se faz justiça aos funcionários que não tiveram a oportunidade de escolher que regime queriam. Então a proposta corrigiu essa distorção. Estamos trabalhando agora no período 1988/1998, que é um período que não depende apenas da alteração do Esunicamp, depende de uma sustentação jurídica e acreditamos que em 2014 vamos poder discutir e abrir a possibilidade de opção para esse período.
Portal: E quanto às 30 horas semanais para o pessoal da área de saúde?
Tadeu: Outra demanda antiga. Rapidamente, também no início da gestão, compusemos um Grupo de Trabalho que nos entregou, há cerca de quinze dias, o documento que mostra a viabilidade e o que é necessário fazer para a implantação dessa medida. O assunto está na Procuradoria Geral para formatação jurídica, e certamente ao longo do primeiro semestre do ano que vem vamos caminhar para a implantação da jornada de 30 horas, um antigo anseio e reivindicação da área da saúde.
Portal: Na graduação, qual teria sido a principal ação de sua gestão nesse período?
Tadeu: Creio que o destaque seja a reformulação do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS). Dobramos o número de pontos, de trinta mais dez para sessenta mais vinte e esperamos que isso vá resultar em mais inclusão nos cursos de graduação da Unicamp. Na primeira fase, que são os dados já concluídos, temos um acréscimo de escolas publicas relativizado. O percentual de egressos das escolas publicas que passou para segunda fase é maior que no ano anterior, mas isso ainda não reflete o PAAIS porque a pontuação do PAAIS vai causar reflexo na segunda fase. Entretanto, mostra que há uma boa possibilidade de um acréscimo de ingresso com beneficio do PAAIS em relação aos anos anteriores, pela pontuação que vai ser aplicada agora na segunda fase. Essa é uma ação que vai na linha de um programa de inclusão mais efetivo como foi aprovado no Conselho Universitário, de até 2017 chegarmos em 50% de alunos egressos da escola pública, que é o balizamento tanto do governo federal quanto do governo estadual, e a proporção IBGE de Pretos, Pardos e Indígenas (PPI) no estado de São Paulo. Já o Profis (Programa de Formação Interdisciplinar Superior) prossegue também. Há uma discussão sobre a ampliação do Profis, que deve ser concluída no primeiro semestre do ano que vem, para buscarmos essa meta de 50% em proporção do IBGE de PPI até 2017. Confiantes de que a estratégia de aumentar o ingresso de alunos provenientes de escola publica e auto declarados PPI na graduação, reforçamos o programa de bolsas, que de 2013 para 2014 está crescendo quase 35% em termos de número e de valores.
Portal: E na pós? A Capes acabou de divulgar mais uma avaliação trienal em que a Unicamp aparece com destaque. Especificamente para essa área sua gestão tem alguma coisa pontual a acrescentar? Tem como melhorar algo que já atingiu um nível muito elevado?
Tadeu: Sempre há possibilidade de olhar para o aperfeiçoamento da qualificação contínua dos cursos. Já temos a melhor pós-graduação do país e certamente da América Latina. As avaliações CAPES, os prêmios, são indicadores fortes da qualidade da nossa pós-graduação. Uma ação que consideramos importante é procurar atrair mais alunos vindos do exterior para a pós-graduação. Isso é um elemento importante porque traz visões e culturas distintas para o programa de pós-graduação. A Pró-Reitoria de Pós Graduação está discutindo algumas missões para divulgação dos nossos cursos de pós-graduação na América do Sul, num primeiro momento, e América Latina num segundo momento, para atrair mais alunos de pós-graduação desses países.
Portal: Queria voltar um pouco à questão administrativa e retomar a questão do Planes (Planejamento Estratégico), que ganhou no orçamento desse ano um aporte significativo de recursos. Passou de cerca de R$ 2 milhões para R$ 10 milhões. O que se pode esperar desse salto orçamentário em termos de ações no Planes?
Tadeu: A ideia é que cada vez mais o planejamento estratégico seja o fator determinante da alocação de recursos na Universidade. Nossa meta é chegar ao final da gestão com R$ 30 milhões nessa alínea do orçamento. Porque a melhor maneira de saber o que é mais prioritário, mais necessário, para a Universidade, é o planejamento estratégico. Não é o julgamento de uma pró-reitoria ou o julgamento do reitor que é a maneira correta de escolher a destinação dos recursos. Pelo orçamento, nós jamais teremos todos os recursos que precisamos. Então, temos de eleger as prioridades para a aplicação dos recursos orçamentários. O passo iniciado em relação ao Planes é colocar na metodologia de planejamento a responsabilidade pela definição do uso dos recursos, ou seja, de maneira bem objetiva, retirar da mão do reitor o poder de decidir sobre o que é prioritário na aplicação dos recursos da Universidade.
Portal: Uma das questões mais debatidas durante o ano está relacionada à segurança nos campi da Universidade. Houve recentemente o lançamento do Programa Campus Tranquilo, que é a principal iniciativa dentro desse contexto. Qual o principal desafio a ser enfrentado?
Tadeu: Nosso programa de gestão já apontava algumas preocupações com as deficiências no nosso sistema de segurança. Os acontecimentos ao longo desse ano infelizmente demonstraram que temos coisas a corrigir, temos ações a implantar no sentido de ter um sistema de segurança mais eficiente para o funcionamento do campus. Como ficou acertado com a comunidade, a ideia é fazer um grande debate para estabelecer esse plano. O início disso foi um seminário realizado no começo de dezembro e nós vamos passar o primeiro semestre do ano que vem discutindo intensamente essa questão. As ações que falávamos no programa de gestão nos parecem muito importantes e talvez urgentes. Nós falávamos, por exemplo, em bases fixas de segurança em lugares de muita movimentação no campus. Pensávamos em estabelecer posições no campus da Unicamp em que teríamos a vigilância permanentemente ali sediada 24 horas por dia. Essa talvez seja uma medida importante de se estabelecer da maneira mais rápida possível. O importante é aumentar a sensação de segurança e ter efetivamente um campus mais seguro.
Portal: Seu programa de gestão também fala em reformulação dos estatutos. Qual sua visão sobre isso?
Tadeu: Nossos estatutos são completamente caducos. Eles nunca tiveram uma revisão sistematizada. Os estatutos da Unicamp são de 1966, boa parte do texto nunca foi atualizada ao longo desses 47 anos. Uma série de coisas foram pontualmente modificadas, criando uma falta de sintonia entre capítulos. Há sessões modernas convivendo com coisas que a Universidade nunca praticou e que estão escritas nos estatutos.
Portal: É possível apontar algum gargalo?
Tadeu: São muitos. Temos um regime disciplinar nos estatutos da Universidade que espelha o que existia em termos do que se considerava disciplina no regime militar em 1966, quando os estatutos foram criados. O país passou por uma série de fases, reabertura política, redemocratização, hoje uma democracia plena e os nossos estatutos são os mesmos. Por isso que eu digo que eles são caducos.
Portal: Isso significa, em termos estatutários, passar a Unicamp a limpo?
Tadeu: É passar a Unicamp a limpo. A Unicamp foi instituída e o documento maior da Universidade nem ligou para isso. Por exemplo, hoje a única carreira que existe nos estatutos é a carreira MS. A Unicamp tem uma carreira de funcionários que não está nos estatutos, tem uma carreira de pesquisador que não está nos estatutos, tem carreira dos colégios que não está nos estatutos, magistério artístico que não está nos estatutos. O estatuto em vigor não é da Universidade que temos hoje. São lacunas enormes e que a todo momento criam dificuldades para o funcionamento da instituição. Então, precisamos rever tudo. Designamos na semana passada o grupo de trabalho que vai coordenar o processo de revisão dos estatutos. Esse grupo criou um cronograma e a ideia é que essa revisão possa ser feita e entregue ao Conselho Universitário em março de 2015. Portanto a ideia é comemorar os 50 anos com um novo estatuto.
Portal: Essa marca dos 50 anos será atingida em 2016, portanto ainda dentro da sua gestão. Em que a Unicamp se distingue hoje no cenário das demais instituições de ensino superior brasileiras?
Tadeu: Acho que a principal distinção é o fato de ter conseguido em menos de 50 anos ser a Universidade que é e com a qualidade que tem demonstrado. É importante registrar esses 50 anos resgatando um pouco da memória da Unicamp, do modelo de Universidade que foi determinado para Unicamp. Acho que esse modelo foi o grande responsável pelo sucesso obtido. Vamos comemorar uma série de eventos, seminários, debates, edição de livros, enfim estamos designando uma comissão, ao longo do primeiro semestre do ano que vem, para cuidar das comemorações.