Uma saudação aos participantes do Programa Ciência & Arte nas Férias (CAF) para aproveitarem a oportunidade de vivenciar o dia a dia da Universidade e uma despedida que soou como um convite: “espero revê-los em breve como estudantes da Unicamp”. Com essas palavras, o reitor da Unicamp José Tadeu Jorge cumprimentou e se despediu dos 158 alunos do ensino médio da região de Campinas, de 81 escolas, que ingressaram nesta quarta-feira (8) nas atividades do programa. A abertura do evento, que é promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e já tem 12 edições, ocorreu na Faculdade de Ciências Médicas (FCM). A primeira palestra foi ministrada pelo clínico Jamiro da Silva Wanderley, sob os olhares atentos da plateia, que lotou o auditório da unidade.

A mesa diretiva foi composta pelo reitor da Unicamp José Tadeu Jorge; pela pró-reitora de Pesquisa Gláucia Maria Pastore; pelo pró-reitor de Graduação Luis Alberto Magna; pelo pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários João Frederico Azevedo Meyer; pela secretária de Educação de Campinas Solange Villon Kohn Pelicer; pelo diretor de ensino Campinas Oeste Antonio Admir Schiavo; pelo representante da Diretoria de Ensino Campinas Leste Odirlei José; pelo coordenador do CAF Fernando Coelho; pelo ex-pró-reitor de pesquisa Ronaldo Aloise Pilli e pelo diretor da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec) Carlos Alberto da Silva Lima, que na cerimônia representou o prefeito de Campinas Jonas Donizette.

O reitor Tadeu Jorge enfatizou, ao se pronunciar, que os alunos estão conhecendo a melhor Universidade do Brasil e justificou: “temos a melhor produção de conhecimento per capita entre as universidades brasileiras. Não somos a maior, mas somos a melhor. Temos ainda a melhor média na pós-graduação, pela avaliação da Capes, e na graduação temos a melhor nota do Enade, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes".

Tadeu Jorge parabenizou os alunos que deixaram suas férias de lado para ingressar no programa e adquirir conhecimento na instituição. “Fico contente em ver que muitos de vocês trocaram a Copa Júnior de futebol e a Sessão da Tarde para estar aqui”, brincou. “Vocês vão ver como é estar aqui e observar como trabalhamos no meio acadêmico, nos laboratórios, e como agimos no cotidiano.”

O Ciência & Arte é uma grande oportunidade de conhecerem uma instituição pública antes de fazerem a opção profissional definitivamente, que acontece numa segunda etapa, realçou o reitor. “Saibam que o número de ingressantes da universidade pública é proporcional ao número de inscritos das escolas públicas. Então percebam que é possível ser estudante da Unicamp com as condições que vocês mesmo têm", encorajou. "A educação começa na educação infantil e não termina nunca.”

A professora Gláucia Maria Pastore, pró-reitora de Pesquisa e anfitriã do evento, falou da emoção de trazer os alunos para conviverem com a comunidade universitária pelo período de um mês. “Esse ensinamento é para a vida toda. Aqui vocês enxergarão muitas oportunidades. A Unicamp se preparou com carinho para recebê-los", afirmou.

Gláucia Pastore recordou que há muitos anos a FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos), sua faculdade de origem, recebe os participantes do programa. No Laboratório de Bioaromas, ao qual ela pertence, há quatro anos um grupo de alunos fez um vídeo sobre o trabalho desenvolvido lá e o apresentou aos professores de suas escolas. "Eles mostraram como enxergavam a Unicamp. Foi gratificante ver o interesse deles", lembra. "Aqui os alunos vão ter contato com metodologia, forma e objetivos, além dos resultados. Espero que tenham uma experiência exitosa e que esse ensinamento seja para a vida toda", desejou. 

O coordenador do CAF, Fernando Coelho, reforçou que o programa é uma chance de se inteirar sobre o que a Unicamp realiza e os mecanismos que adota para selecionar talentos que poderão se tornar jovens cientistas. "Espero que o nosso programa atenda à expectativa de cada aluno", comentou. Solange Villón parabenizou a PRP por permitir que os alunos se aproximem dos muros da Universidade, e fez um apelo aos estudantes: "sejam curiosos, questionem e procurem reconhecer suas vocações nesse breve tempo". 

Primeiras impressões

As alunas Mariana Scompari, 15 anos, e Evelyn Salles, 16 anos, da Etec "Trajano Camargo", em Limeira, pisaram o chão da Unicamp pela primeira vez e notaram que essa experiência está sendo muito convidativa. Ambas relataram que pretendem estudar nesta Universidade e que ter recebido informações na escola para ter acesso a esse primeiro contato lhes abriu novas possibilidades. “Além de ouvir falar muito bem daqui, vejo que este será o canal que auxiliará a minha escolha profissional. Pretendo cursar Medicina. E o ideal seria estudar em uma universidade pública”, contava Evelyn. “Este será o meio para eu desenvolver o que mais gosto de fazer, que é estudar Física ou Química”, acrescentava Mariana Scompari.

Junto com Evelyn e Mariana, vieram 18 alunos da mesma escola. Vão cumprir o programa na Faculdade de Tecnologia (FT) da Unicamp. Eles e os 140 alunos serão levados a diferentes unidades de ensino e pesquisa da instituição, no campus de Campinas e de Limeira. O programa encerra no dia 31 de janeiro e teve apoio da Fapesp, Funcamp, Faepex, GGBS e Comvest. Neste ano, participam seis alunos surdos. 

No ano passado, o CAF certificou 150 estudantes, distribuídos em 77 projetos de todas as áreas do conhecimento. A ideia é que durante as férias escolares eles desenvolvam um estágio e tomem parte de conferências, oficinas e visitas monitoradas ao longo do mês. A Unicamp entende que a melhor maneira de despertar jovens talentos para a pesquisa científica e atividades artísticas é envolvê-los desde cedo em atividades práticas onde haja contato com os desafios atuais da ciência, com a metodologia do trabalho científico, com o ambiente humano dos laboratórios de pesquisa e as diferentes formas de expressão artística.