Química abre portas
para o ensino médio

14/01/2014 - 14:05

Cerca de 80 estudantes do ensino médio de escolas públicas de Campinas participam, ao longo desta semana, do programa Química em Ação, realizado pelo Instituto de  Química (IQ) da Unicamp, assistindo a palestras de professores, realizando experimentos nos laboratórios do IQ – inclusive um para a produção de sorvete – e, também, participando de uma excursão ao Museu da Língua Portuguesa à Fundação Catavento Cultural, em São Paulo.

“O objetivo dos experimentos é mostrar a química que existe por trás do cotidiano, ilustrar os conceitos que os alunos veem nas aulas na escola e mostrar também que a universidade não é uma coisa inatingível”, disse uma das organizadoras do evento, Rita Zacardi de Souza. Na sexta-feira, último dia do Química em Ação com estudantes, haverá uma atividade de orientação pessoal com psicóloga. “Será uma dinâmica de orientação pessoal que vai abordar as opções futuras dos estudantes, incluindo as profissionais”, explicou a professora Adriana Vitorino Rossi, coordenadora-geral do evento.

“Vários estudantes que participam do Química em Ação depois reaparecem em outras atividades e programas da Unicamp”, acrescentou outra organizadora, Acácia Adriana Salomão. “Achamos gente do Química em Ação no Profis”, disse ela, referindo-se ao programa de inclusão social da universidade para estudantes de graduação. Este ano marca a quinta edição do evento. “A gente quebra esse paradigma de que a universidade não é para aluno de escola pública”, acrescentou, afirmando ainda que os estudantes são interessados e assíduos: mesmo em plenas férias, a maioria dos inscritos participa de todas as atividades da semana.

A impressão da organizadora se reflete na opinião dos estudantes. Mayara dos Santos Nogueira, aluna do segundo ano do ensino médio da ETECAP – Escola Técnica Estadual Conselheiro Antonio Prado – participa, pela segunda vez, da semana Química em Ação. “Eu gosto muito disso. Estou pensando em seguir carreira na área”, disse. “Os experimentos ajudam muito”. Tatiane Reis, do terceiro ano da Escola Estadual Carlos Alberto Galhiego, participa pela primeira vez da programação do IQ, e disse que estava “adorando” o tarbalho no laboratório. “Isto é muito bom. No meu primeiro ano de ensino médio não tive química, então o que não aprendi na escola estou aprendendo aqui”. Dividindo a bancada com Mayara e Tatiane, Tayná Dias Norberto, estudante de segundo ano da Escola Estadual Escritora Rachel de Queiroz, disse que a atividade de laboratório é “fascinante”. “É uma coisa que eu nunca tinha visto. Você vê que em muitas coisas que nem imaginava tem química”.

Os estudantes são acompanhados, no laboratório, por monitores, em sua maioria estudantes de graduação ou pós. Um deles é William Leonardo Gomes da Silva, mestrando do IQ. “Já trabalho há três anos em monitorias aqui”, disse ele. “É muito bom. Para a gente que pretende seguir a carreira acadêmica, ser professor, agrega muito. Depois de uma semana, estimula a gente a continuar”. William valoriza especialmente a interação com os estudantes. “A gente ensina para eles, eles ensinam para a gente. E eles gostam muito de conversar, de saber como é a universidade. É um convívio muito bom”.

Professores

 Além da semana com estudantes de ensino médio, o Química em Ação também realiza uma semana de atividades com professores dessa mesma faixa escolar. A edição para mestres está em seu segundo ano, e foi criada por conta da demanda dos próprios professores. “Para eles, funciona como uma espécie de reciclagem”, disse a organizadora Acácia. Os professores serão recebidos na semana de 20 a 24 de janeiro. As inscrições oficiais para as 50 vagas disponíveis já se encerraram, mas a chamada para a lista de espera acontece até a próxima quinta-feira. Mais informações podem ser obtidas na página do evento.