Perda urinária é lembrada
em palestra do Dia da Mulher
07/03/2014 - 14:29
- Text:
- Images:
- Images Editor:
Em algum momento da vida, as mulheres irão se preocupar com o termo "assoalho pélvico" – conjunto de músculos localizados na bacia e que sustentam órgãos abdominais como a bexiga e o útero – e poderão ter queixas urinárias como dor, prolapsos, disfunções sexuais. A incontinência urinária aparece em cerca de 23% da população brasileira, podendo atingir 35% da população idosa, promovendo perda da elasticidade e insuficiência circulatória, que vão determinar enfraquecimento e hipotrofia do assoalho pélvico.
“A obesidade e a constipação são fatores que aumentam a perda urinária principalmente a partir dos 55 anos. Além disso, muitas das consequências estão ligadas aos hábitos de vida, a uma provável causa genética e até mesmo à alimentação inadequada”, informa Andréa Marques, fisioterapeuta que atua na área de Uroginecologia do Hospital da Mulher "Prof. Dr. J.A. Pinotti" - Caism. A sua fala fez parte do contexto das comemorações do Dia Internacional da Mulher (no dia 8), que integrou a programação do Caism nesta sexta-feira (7) no anfiteatro da unidade.
Segundo Andréa, a musculatura sofre impactos ao longo dos anos e é ela justamente a responsável por equilibrar o assoalho pélvico. Recursos da fisioterapia são empregados hoje para fortalecer os músculos. “Mas infelizmente exercícios práticos que poderiam auxiliar a mulher não lhes são ensinados”, comenta.
Atualmente fala-se de tratamento com cinesioterapia (tratamento por meio de movimento orientado por profissionais) do assoalho pélvico, estimulação elétrica, biofeedback, entre outras possibilidades. Os exercícios de Kegel são tidos como um bom recurso para tratar o prolapso vaginal e prevenir o prolapso uterino nas mulheres. Consistem na contração e na descontração dos músculos que dão sustentação ao assoalho pélvico. O objetivo é restaurar o tônus muscular e a sua força.
Andréa diz que ainda contribui muito a busca do controle do peso, a adoção de hábitos saudáveis, a preocupação postural e o fortalecimento da região pélvica. "Essas orientações podem ser dadas pelo ginecologista, pelo professor de ginástica e mesmo pelos postos de saúde. Não precisam necessariamente partir do fisioterapeuta. Contudo, as orientações para a realização dos exercícios devem ser de fato adequadas pois, do contrário, não servem para nada", alerta ela.
O Caism da Unicamp tem, há alguns anos, o Ambulatório de Disfunção do Assoalho Pélvico, que oferece atendimento todos os dias das 13 às 17 horas às mulheres com queixas urinárias. De acordo com Andréa, a equipe de fisioterapeutas ajuda as pacientes a recuperarem as funções urinárias e é possível que isso aconteça em duas a três semanas, fazendo com que a musculatura da região pélvica ganhe força novamente.
Abriu o Dia Internacional da Mulher o diretor-associado do Caism, o ginecologista José Roberto Erbolato Gabiatti, com a participação de uma plateia predominantemente feminina. Ele lembrou que pequenas atitudes no dia a dia podem trazer grandes benefícios às mulheres. Os exercícios pélvicos, além de fáceis, podem colaborar grandemente para a prevenção das perdas urinárias, que tanto incômodo causam às suas portadoras.
Juliana Amaral, que tem acompanhado a sua mãe em tratamento na área de Oncologia, parabenizou a iniciativa de comemorar o Dia Internacional da Mulher com uma palestra do interesse das próprias mulheres. "Elas necessitam de atenção, de orientações e de autoconhecimento. Percebi que muitas pacientes chegam ao Caism sem nunca terem ido a um ginecologista em toda sua vida. Muitas fazem o primeiro exame aqui. A minha sugestão é que no próximo encontro seja abordada a alimentação adequada", sugere.