No campus...
Famílias
colorem
gramado em
tarde musical

17/03/2014 - 14:30

 Voz e viola: Ana Salvagni e Paulo Freire

À sombra, no gramado do Instituto de Biologia e sobre uma colcha trazida de casa, o geógrafo Alex Maretta quase adormecia ouvindo a suavidade melódica da voz de Ana Salvagni, parceira do violeiro Paulo Freire. A dupla foi a primeira a se apresentar na tarde deste sábado, 15, na edição do programa Música no Campus, organizado pelo Gabinete do Reitor e pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ciddic) da Unicamp.

Alex e a mulher Fabiana Ghisolfi vieram pela primeira vez e trouxeram a filha Luna, de um ano e nove meses. “É muito bom vir aqui, a gente consegue relaxar”, disse o geógrafo. A cena se multiplicava pelo gramado: famílias com crianças pequenas, carrinhos de bebê, cestas de piquenique, animais de estimação. Um dia ensolarado e musical, que continuava ao som de causos e clássicos da música popular como “Cajuína”, de Caetano Veloso.
Público no gramado do Instituto de Biologia

Brincadeira em família
Com um ano e três meses, João se aninhava no colo da mãe. Joana Magalhães estava surpresa com a quantidade de gente. “Estou adorando, é um programa que pretendo fazer sempre”, disse. Como o casal Mário Porto e Mariana Castrillon Pereira. Eles sempre trazem a Olívia, de dois anos. E reforçam o pedido de outros entrevistados desta reportagem: “podia ter Música no Campus duas vezes por mês!”.

Pais e filhos: Joana e João, Mariana, Pedro e Olívia, Luna, Fabiana e Alex, que aparecem no início da reportagem

O clima gostoso do evento influencia a escolha do repertório de quem vai se apresentar. Paulo Freire se sentiu em casa. “Eu adorei, o público todo sentado na grama, a gente fez um show totalmente à vontade. A receptividade do público fez a gente começar algumas músicas de novo, ou fazer coisas que não estavam no programa porque foi como se estivéssemos tocando no quintal mesmo”.

“Fantastic” é uma palavra que não exige tradução. Assim o professor canadense Aled Edwards descreveu a tarde de sábado com música. Se o evento fosse em seu país, provavelmente haveria um metro de neve no chão, brincou.

Professor canadense e a altura da neve

Sai a viola, entra a rabeca

Sai a viola, entra a rabeca
A segunda apresentação da tarde foi do grupo Carcoarco, quarteto de cordas e percussão formado pelo professor e músico Esdras Rodrigues, do Instituto de Artes, além de Luis Fiaminghi e Roberto Peres, o “Magrão”. Com um trabalho fundamentado nas pesquisas e composições de Zé Gramani, que foi docente da Unicamp, o quarteto traz o instrumento popular para território mais erudito. O repertório do terceiro e último disco “Tem carrego?” fez sucesso com o público.

Rabeca em território erudito

“Uma tarde de sol dessas, todo mundo aqui no gramado curtindo música, é uma ideia que precisa ser explorada aqui. Outra coisa interessante é a quantidade de crianças mirando o palco”, observou Rodrigues .
Mãe e filhos em frente ao palco

Paulo Freire e Esdras Rodrigues

O professor tirou a curiosidade da repórter. “Tem carrego?” Foi uma pergunta feita certa vez pelo rabequeiro alagoano seu Nelson da Rabeca ao grupo, referindo-se à pilha do gravador de som. Sim! Tem carrego seu Nelson! Também no palco e na plateia, tanto que agora o Música no Campus vai ser estendido para Limeira e Piracicaba.

No próximo sábado, 22, na Faculdade de Tecnologia (FT), a programação já está fechada. O grupo Açaí Jazz Band e a cantora italiana Maria Sole Gallevi, com seu Hot Jazz Club se apresentam a partir das 11h30. A entrada é gratuita. Em Piracicaba o Música no Campus acontece no dia 9 de abril, quarta-feira, às 12 horas, também com Açaí Jazz Band e o grupo Moringa de Sinhá.