A Unicamp participará, junto com a USP e a Unesp, das atividades do Centro Tecnológico da Baixada Santista (CTBS), unidade da Petrobras voltada ao desenvolvimento de pesquisas para apoiar a exploração e a produção de petróleo e gás na área do pré-sal. Os investimentos estão avaliados em R$ 77 milhões. A expectativa é que o CTBS entre em operação em dois anos. “O projeto conceitual já foi concluído e agora o projeto executivo está em elaboração. Esperamos que dentro de aproximadamente seis meses as obras físicas já tenham condições de ser iniciadas”, afirma o diretor do Centro de Estudos de Petróleo (Cepetro), professor Osvair Vidal Trevisan, que participou da cerimônia de assinatura do termo de compromisso de implantação do Centro, ocorrida no último dia 14 de março, em Santos.

De acordo com Trevisan, que acompanhou a pró-reitora de Pesquisa da Unicamp, Gláucia Pastore, na cerimônia em Santos, o CTBS será uma referência na área de gerência de operações. Ele contará com uma sala de controle que receberá dados em tempo real das diversas atividades desenvolvidas pela Petrobras na Bacia de Santos. Essas informações serão analisadas por um grupo de técnicos, que tomarão decisões imediatas, por exemplo, em relação à correção de alguma falha ou à otimização de um processo. “Ao lado desse espaço, haverá uma sala-espelho, na qual as universidades atuarão com seus docentes, pesquisadores e estudantes. A nossa missão será analisar esses mesmos dados, mas de uma maneira mais aprofundada”, adianta Trevisan.

O conhecimento gerado por esses estudos, prossegue o diretor do Cepetro, servirão para alimentar os operadores da sala de controle, que terão assim mais elementos para se basear em relação às próximas avaliações. “O interessante é que cada universidade tem uma expertise diferente, que são complementares entre si. O Cepetro, por exemplo, tem larga experiência nas questões relacionadas à engenharia de petróleo, que envolve perfuração e produção, para ficar em dois exemplos. A Unesp tem um ótimo conhecimento no que se refere à organização do trabalho e à saúde no trabalho. Já a USP tem um amplo domínio sobre engenharia submarina e logística”, elenca Trevisan.

Futuramente, segundo ele, outras instituições deverão a colaborar com o CTBS, como as universidades particulares da Baixada Santista, o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “De parte das universidades públicas paulistas, a Unicamp em particular, esse tipo de colaboração é muito importante. Por meio dessa parceria vamos ter a oportunidade desenvolver novas pesquisas e de treinar os nossos estudantes com base em dados reais fornecidos pela Petrobras”, pondera.

A implantação do Centro na Baixada Santista também será importante, no entender do diretor do Cepetro, porque a unidade estabelecerá um vínculo mais estreito entre o Estado de São Paulo e a Petrobras. “Isso sem falar que o CTBS será muito importante para a cidade de Santos, visto quer o empreendimento também gerará emprego e renda para os moradores da cidade”.