O ambulatório de Oncologia Clínica e Quimioterapia do Hospital de Clínicas da Unicamp poderá ampliar o atendimento em até 20%, ou cerca de oitenta casos novos por mês, com a readequação da área, reaberta na manhã desta sexta-feira, 16. O espaço - com 285 metros quadrados - foi reformado, climatizado e adequado ao atendimento dos pacientes, que agora contam com 14 poltronas especiais de quimioterapia. No local serão realizadas cerca de 1000 quimioterapias e 1500 consultas por mês, realizadas por uma equipe multiprofissional.

A readequação levou um ano e o investimento nas obras e materiais, de R$ 850 mil, foi assegurado pela reitoria. “Vai melhorar a qualidade do serviço. No momento o atendimento está descentralizado, o que dificulta a locomoção dos pacientes e também a atuação da equipe multiprofissional de maneira sinérgica. A repercussão maior neste momento será o atendimento mais efetivo e humanizado”, afirmou a responsável pelo serviço de Oncologia Clínica do hospital, professora Carmen Sílvia Passos Lima.

Com a readequação, a primeira parte do espaço servirá ao atendimento ambulatorial, onde fica a equipe multiprofissional. Os pacientes que fazem quimioterapia são atendidos em uma sala localizada na segunda parte do serviço. “Ficou bem dividido e individualizado para que o trânsito dos pacientes não seja maior do que o necessário” salientou.

O local também recebeu oito banheiros - inclusive para cadeirantes, uma sala de atendimento de enfermagem, um laboratório de procedimentos de enfermagem. Outro destaque foi a adequação definitiva da farmácia de quimioterápicos que conta com uma capela de fluxo laminar classe II tipo B, a mais indicada para a manipulação de produtos quimioterápicos.

A reforma também contemplou a instalação de sprinklers (chuveiros automáticos) para proteção contra incêndio, com um sistema que processa a descarga automática de água, sob a forma de neblina ou chuveiro, sobre um foco do incêndio em uma densidade satisfatória para controlá-lo ou extingui-lo em sua fase inicial. O acionamento de um ou mais chuveiros é ativado por sensores de temperatura e fumaça que monitoram o aumento da temperatura local e disparam um alarme.

A diretora regional de Saúde, Márcia Bevilacqua, representou o secretario estadual David Uip, que enviou uma mensagem elogiando a readequação da área: “Uma nova área que combina humanização, responsabilidade e qualidade dos atendimentos, assegurando aos usuários a excelência na qualidade da assistência à saúde”.

O superintendente do HC, Manuel Barros Bertolo, lembrou, assim como a professora Carmen, a história do serviço de oncologia, que há dez anos passou por reformulações e, em 2007, recebeu uma área com a criação de nove consultórios, uma sala de procedimento e uma para cuidados paliativos.

O coordenador geral da Unicamp Álvaro Crosta disse que o espaço ficou muito melhor e ao mesmo tempo o atendimento poderá ser expandido. “Quanto às limitações que nós temos tanto de recursos quanto de espaço físico, este é um bom exemplo de como a criatividade e a visão de inovação podem ajudar na melhoria do serviço e na sua expansão”. Crosta frisou que o serviço não foi interrompido durante a reforma.

No Serviço de Oncologia Clínica do hospital também são realizadas pesquisas e estudos clínicos com a participação voluntária de pacientes em tratamento. Os projetos avaliam a eficácia de novos medicamentos e procedimentos, ou mesmo de medicamentos e procedimentos que já estejam aprovados pelos órgãos regulamentares para certos tipos de tumores, mas que possam ser usados em outros tumores.

Os projetos estudam também, a variabilidade genética a quimioterápicos e à radioterapia, tendo como possível repercussão um futuro tratamento personalizado de pacientes com câncer. De acordo com a responsável pelo serviço de oncologia há uma grande quantidade de alunos que passam pelo ambulatório. “Nós estamos formando profissionais especializados para atuar na pesquisa do câncer”, frisou a professora Carmen.

Hospital Oncológico
Os planos para a construção de um hospital oncológico foram mencionados durante toda solenidade. Carmen Passos Lima disse que a equipe tem um projeto maior para a área. "Temos fôlego para contribuir mais com a região. Já temos um projeto de hospital de oncologia com aceno positivo tanto do Ministério da Saúde, como da reitoria da Unicamp”.

Da mesma forma a diretora regional de Saúde afirmou “maior vontade e capacidade de dar um passo maior na oncologia”. A aquisição da área da Fazenda Argentina foi citada. “Podemos sonhar com esse novo salto no futuro que é um hospital oncológico, algo reconhecidamente necessário nesta região e no Estado”. O coordenador geral da Unicamp afirmou que o hospital é necessário. “Temos que focar nosso serviço na humanização, qualidade e expansão”.