Workshop discute suas coleções
biológicas e de outras instituições
28/05/2014 - 11:07
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As coleções biológicas são conjuntos de organismos, ou partes destes, organizados de modo a fornecer informações aos interessados sobre a procedência, coleta e identificação de cada um de seus espécimes. Essas coleções não são propriamente uma novidade. Elas sempre existiram. É o caso do The Royal Botanic Gardens, que data de 1761.
A Coleção de Plantas Medicinais e Aromáticas (CPMA) da Unicamp possui hoje 28 coleções biológicas, depositadas no Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) desde 1989. Para avaliar como é esse trabalho, está sendo realizado nesta quarta-feira (28) o Workshop Coleções Biológicas e seu Impacto no Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nacional e Internacional, promovido por esse centro e apoiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP). O objetivo é divulgar as coleções da instituição ao público acadêmico e empresarial, a fim de atender a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico com qualidade, embasamento científico e em conformidade com a legislação vigente.
Na abertura do evento, a pró-reitora de Pesquisa da Universidade, Gláucia Pastore, disse o porquê de sua Pró-Reitoria estar apoiando o Workshop. "Reconheço o valor das coleções como algo de grande necessidade para o país e sei que elas geram grande preocupação aos órgãos aos quais elas estão ligadas. Vemos que o mundo vai se transformando numa questão 'bio' e, quando se pensa nisso, não somente se fala das células, mas da obtenção de novos produtos que podem tornar melhor a vida das pessoas", salientou.
Em sua opinião, é preciso implementar no Brasil os processos biotecnológicos, desde vacinas a biofármacos, isso porque grande parte da comunidade internacional tem esses processos e “o nosso país fica refém deles". Como conservar as coleções?, elas estão catalogadas?, elas podem ser utilizadas?, questionou Gláucia Pastore.
Segundo a pesquisadora Glyn Mara Figueira, coordenadora do CPMA, nessa coleção, que fica em seu campo experimental, há plantas do Brasil e de outros países. Essa coleção é constituída de um banco de germoplasma vegetal e de banco de DNA com a finalidade de preservação, pesquisa, programas educacionais e disseminação de coleções. A sua equipe tem experiência na preservação de espécies, domesticação e aclimatação de plantas medicinais e aromáticas, e no desenvolvimento de tecnologia de cultivos potenciais. "Procuramos avaliar, conservar e proteger as coleções, que envolvem um grande custo, já que requerem guardar a variabilidade das espécies. Temos também um herbário onde são guardadas amostras do material da nossa coleção e de doações."
Para Ivo Raimundo, diretor do CPQBA, o workshop é uma ótima estratégia para discutir as coleções biológicas da Unicamp. "Temos aqui um repositório de grande relevância e acredito que esse evento seja um marco para a sua expansão", expressou. Para Shirlei Pimentel, diretora do Instituto de Biologia (IB), muitos têm trabalhado para conservar essas coleções, que são úteis para pesquisa, mas também para atividades de extensão. "A sua manutenção é importante para as nossas instituições e para as agências de fomento. Creio que desse workshop poderá sair uma moção de apoio às coleções para ser encaminhada aos órgãos financiadores", sugeriu.
O responsável pela Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen), Jurandir Zullo, relatou, na abertura do evento, que em outras áreas também nota-se a magnitude das coleções. Ele afirmou que, no passado, era muito difícil obter dados espaciais nacionalmente, mas que o Inpe começou a distribuir dados ambientais e programas, o que mudou o panorama da área espacial no Brasil. Outro exemplo é na área de meteorologia. "Na Unicamp, temos uma estação que aumentou o número de usuários que querem inclusive saber se em determinado dia o tempo seria bom para casar", ilustrou.
Outras experiências que serão apresentadas ao público no Workshop são as da Embrapa e a da Fiocruz. A Fiocruz, por exemplo, é uma das coleções mais antigas, que começou a ser composta no início do século 20, quando – durante as expedições científicas – pesquisadores da instituição coletaram, analisaram e depositaram material biológico de diferentes regiões do Brasil.
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Vídeo produzido pela RTV Unicamp