Samba, valsa,
ciranda e jazz
cigano em mais
um “Música
no Campus”

02/06/2014 - 13:35

/
Grupo Telecoteco

Grupo Telecoteco

Os namorados Drielly e Marquiano

Os namorados Drielly e Marquiano

Bruna Luchesi, do Telecoteco

Bruna Luchesi, do Telecoteco

Pedro Destro, do Grupo Telecoteco

Pedro Destro, do Grupo Telecoteco

Música no Campus

Música no Campus

Daniel Saad e família

Daniel Saad e família

Luigi Passeri e o pai, Luis Augusto

Luigi Passeri e o pai, Luis Augusto

Música no Campus

Música no Campus

Maria Luísa, uma das organizadoras do projeto

Maria Luísa, uma das organizadoras do projeto

A cantora italiana Maria Sole

A cantora italiana Maria Sole

Quem esteve no último sábado, dia 31, nos arredores do gramado do Instituto de Biologia da Unicamp, em Campinas, apreciou música de boa qualidade em diversas línguas. Em mais uma edição do Projeto Música no Campus, o Grupo Telecoteco e Maria Sole Gallevi & Hot Jazz Club encantaram o público. Samba, valsa e ciranda dominaram a primeira apresentação do dia. Juntos desde 2009, Bruna Luchesi (voz), Thomaz Souza (sax soprano), Victor Polo (guitarra), Diogo Nazareth (piano), Pedro Destro (baixo elétrico) e André Oliveira (bateria) formam o grupo Telecoteco.

“A gente tinha o show ‘Nem choro nem vela’ com as leituras do repertório de Noel Rosa, que fizemos para a Unicamp, comemorando o centenário dele”, explica a vocalista Bruna, que é ex-aluna do curso de Música. Com o tempo, o grupo foi alterando as apresentações com mais músicas autorais e, aos poucos, essas tomaram conta dos shows. Assim surgiu o espetáculo “É hora de trocar as válvulas”, apresentado no gramado do IB. Bruna conta que o novo cd foi gravado ao longo de 3 anos - final de 2011, de 2012 e de 2013 - com os cachês que ganhavam. Por isso, é um cd independente, com músicas autorais de integrantes ou de parceiros do grupo.

Victor e Diogo ainda estão na Unicamp, também no curso de Música. Os demais já se graduaram.  O grupo se entusiasmou com a primeira participação no projeto. “Pra mim é nostálgico tocar na Unicamp. Eu gosto do ambiente familiar, dos amigos. Acho uma bela iniciativa. Dá a possibilidade de cantar ao ar livre, com as pessoas bem perto de você. É uma troca muito próxima que a gente consegue gerar”, comenta Bruna. Já Pedro diz que “é gostoso ver do palco a plateia sentada nesse gramado. É uma experiência bem diferente pra gente, que está acostumado a tocar em casas noturnas, em ambientes fechados, escuros. É totalmente diferente.” O grupo se apresentou pela primeira vez no projeto e espera voltar em outras oportunidades.

Grupo TelecotecoQuem se divertiu com a apresentação do grupo foi o casal de namorados Drielly Peyerl e Marquiano Okopny. Drielly é aluna de pós-graduação do Instituto de Geociências. Ela já assistiu outra edição do projeto e, dessa vez, resolveu trazer o namorado, que mora em São Paulo, para curtir o final de tarde de outono. “Eu gosto de música ao ar livre, de jazz. Acho bacana participar e conhecer também o projeto”, disse Marquiano. Drielly explica que os motivos de sua vinda “é por ser ao ar livre, ter um pouco de contato com a natureza, e também de sentar na grama e escutar uma boa música”.

Já Carolina Darcie trouxe a família inteira. Ela é ex-aluna de Ciências Sociais. “Eu achei muito bom esse horário e o fato de ser ao ar livre porque pra trazer criança é uma delícia”, comenta Carolina ao lado das filhas Helena e Teresa e do marido Ricardo.Carolina e família
A segunda apresentação da tarde levou ao público um mistura de músicas brasileiras, italianas, americanas e francesas com o jazz cigano. A italiana Maria Sole Gallevi se juntou ao Hot Jazz Club para um segundo show neste ano no projeto Música no Campus – o grupo já havia se apresentado em março na Faculdade de Tecnologia, em Limeira.

O Hot Jazz Club, que começou a apresentação com músicas do jazz cigano, é formado por Ernani Teixeira (violino), Bina Coquet, que nesta edição substituiu Marcelo Modesto (violão cigano), Fernando Seifarth (violão cigano) e Gilberto de Syllos (contrabaixo acústico). “Essa é uma formação característica de um estilo de música chamado jazz manouche, que nasceu na França nos anos 30 e que teve especialmente em Django Reinhardt um dos seus principais patronos. O Django foi um belga radicado em Paris que incorporou a linguagem da música cigana ao jazz que estava chegando na Europa por causa da guerra”, esclarece Ernani.

A banda existe há mais de 10 anos, mas com o trabalho vocal é recente. “A gente tinha vontade de fazer um trabalho com uma cantora há bastante tempo. Começamos a tocar juntos com a Maria Sole desde o ano passado, quando ela chegou ao Brasil”, diz Ernani. Sole é graduada em canto lírico, mas também gosta de jazz. “Acho importante ter uma mistura. Às vezes eu coloco coisas de estilo lírico no jazz. Faço uma comunicação entre os estilos”, explica a cantora. Maria Sole resolveu deixar a Itália em 2013 e escolheu o Brasil porque era um país com o qual já tinha uma ligação através de um projeto de música brasileira que ela acompanhava na Europa. Conheceu Gilberto de Syllos no conservatório Sousa Lima, onde dá aulas de jazz em SP. Depois, Ernani. Assim começou a parceria. Sole ainda encantou o público ao cantar “Trem das onze”, de Adoniran Barbosa, em francês.

Música no Campus

Maria Sole e Hot Jazz Club

Entre aqueles que apreciavam o show, estava Luigi Passeri, de 11 anos. Ele acompanhava o pai, o professor Luis Augusto Passeri, da Faculdade de Ciências Médicas. “Eu achei muito legal a apresentação. Já vim outras vezes para acompanhar meu pai”, diz o garoto. Já o pai afirma que “vale muito a pena vir. O projeto é sensacional”. O professor completou dizendo que é muito importante ter um evento desses na universidade e que ambos pretendem voltar nas próximas apresentações.

Um frequentador assíduo do projeto é o analista de sistemas do Instituto de Computação, Roland Scialom. Junto com sua esposa, Márcia Scialom, os dois acompanharam as apresentações sentados em cadeiras de pesca.  “O evento é uma contribuição importante que a universidade dá para a comunidade e sempre tem boa música”, declara Roland. “Como moramos em Barão, é muito prático pra gente. É uma diversão muito agradável”, completa Márcia. Quem também aproveitou muito a tarde de shows foi a pequena Luisa. A garotinha, filha do ex-aluno de Engenharia Elétrica Daniel Saad, dançava toda serelepe pelo gramado com sua fantasia de princesa. Daniel disse que foi a primeira vez que levou a família ao evento e que pretende voltar sempre que possível.
Música no Campus

De acordo com Maria Luísa Fernandes Custódio, uma das organizadoras do Música no Campus, é preciso ficar atento às alterações das duas próximas edições. A que ocorreria em Limeira, no dia 12 de junho, foi antecipada para o dia 11, às 17 horas, na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA).  Quanto ao encerramento do 1º semestre, que ocorreria no dia 28 de junho em Campinas, foi antecipado para o dia 14, às 16 horas, no gramado do IB. As modificações ocorreram devido à coincidência de datas dos jogos da seleção brasileira na primeira fase da Copa do Mundo de Futebol e ao início da fase semifinal do campeonato mundial.

O Projeto Música no Campus é organizado pelo Gabinete do Reitor e pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ciddic). Teve sua primeira edição em 2011 e, a partir de 2012, tornou-se um evento fixo mensal.  “O gramado ficava vazio. Agora, com este evento, a gente traz um grande número de crianças que ficam brincando e ocupamos um espaço que antes era ocioso”, conclui Fernando Vasconcelos, curador do projeto. 
Além das apresentações de junho, estão previstas mais oito edições do projeto para o segundo semestre de 2014. Serão cinco edições em Campinas, duas em Limeira e uma em Piracicaba.
 Música no Campus