Gramado
verdinho para
o evento
Música no
Campus

16/06/2014 - 13:44

Nem os jogos da Copa, sediados no Brasil, foram capazes de segurar o público que esteve neste sábado (14) no Gramado do Instituto de Biologia (IB) para o projeto Música no Campus. Era cerca de 18h40, e a grama verdinha já estava repleta de gente que foi para a programação musical ‘de mala e cuia’. O último evento deste semestre contou com as festivas participações de Rafael Lima Quarteto e o samba do Praça Onze, duas formações musicais compostas por alunos e ex-alunos da Unicamp.

Mais de 200 pessoas estiveram ao local com a promessa de ouvir música de boa qualidade, em evento promovido pelo Gabinete do Reitor (GR) e pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ciddic). Rafael Lima, indicado ao Grammy Latino de 2013, aceitou ao convite para se apresentar com o seu quarteto, criado desde 2008, ele que desenvolve o doutorado em Jazz Composition na Universidade de Miami, nos Estados Unidos. 

“A primeira vez que nos apresentamos no Música no Campus, em 2009, estávamos nos formando. Hoje, cinco anos mais tarde, mais amadurecidos profissionalmente, trabalhamos muito com sonoridades, com construção e descontruções, questões de identidade, volume e sons aéreos. Já temos um público fiel e já lançamos três CDs”, comenta o líder do Quarteto, formado ainda pelos músicos Zé Alexandre Carvalho (contrabaixo acústico), Eloá Gonçalves (piano) e Fábio Augustinis (bateria), além de Rafael (saxofone).



Rafael conta que os ensaios atuam como um laboratório de criação. O seu repertório musical é totalmente inédito, composto e escrito pelos próprios músicos, que estudaram no Instituto de Artes da Unicamp.

O Praça Onze começou a tocar por volta das 19 horas, fazendo uma varredura no samba e no choro, relembrando os memoráveis Adoniran Barbosa, Beth Carvalho, Cartola, Nei Lopes, João Nogueira, Paulinho da Viola, Noel Rosa, Teresa Cristina, Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus, Nelson Sargento, Wilson das Neves, Jacob do Bandolim, Pixinguinha. O grupo é integrado pelos alunos da Unicamp Gabriela Coelho (flauta transversal e sax), Daniel Bueno (violão sete cordas), Luiza Pierre (cavaquinho) e Lívia Carolina (pandeiro). O público dançou e cantou junto.

Gramado
Ele saiu de Alexandria, Egito, quando tinha 11 anos de idade. Hoje Roland Scialon vive em Campinas, é casado com a docente do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) Márcia Scialon, é funcionário do Instituto de Computação (IC), tem três filhos e é um daqueles que não perde o Música no Campus. Roland e Márcia já são mesmo veteranos no evento e bastante populares entre os seus habituées. “A comunidade da Unicamp deveria prestigiar mais uma programação que é nossa. Além disso, o evento é gratuito e de boa qualidade”, qualificou ele.


Sua esposa, Márcia, contou que recentemente esteve na Sérvia e que observou que a Academia de Música de lá promove eventos de música regularmente, pelo menos duas vezes por semana. "São óperas lindas, adequadas para um menor espaço de tempo, e que fazem parte da cultura local. Eu acredito que essa atividade deva ser sempre incentivada e que faça parte da nossa cultura universitária e da cidade”, salientou.

Também uma espectadora assídua, Rosana Longhini esteve no Gramado do IB para levar seu filho Enzo andar de bicicleta num espaço igualmente para o lazer. Enzo estava com a camiseta do Brasil, enquanto os italianos se preparavam para jogar futebol contra a Inglaterra. Rosana é funcionária do IC e se diz encantada com a diversidade do repertório musical, que acaba atraindo um público também muito diversificado. “Acho que quem mora aqui perto poderia ser mais frequente. O ambiente é agradável, seguro e com pessoas que de fato apreciam boa música”, opinou.




Sozinho e pela primeira no Música no Campus, o estudante segundanista da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) ficou bem-impressionado com o evento. Ele, que é do Ceará, terra que respira música o ano todo, realçou que pretende vir nas demais programações e lamenta que o evento no sábado não acabe contemplando grande contingente de estudantes da Universidade, já que eles viajam sempre aos finais de semana. "Precisaria ser repensado o horário, quem sabe no final da tarde ou à noite, para ter mais frequência, salientou.

“Esta é a primeira vez que temos algo mais contemporâneo. Já tivemos música celta, marchas carnavalescas, instrumentais, samba de roda, homenagens a Noel Rosa, Luiza Gonzaga”, explicou Fernando Vasconcelos, curador do Música no Campus. Ele revelou que provavelmente o próximo evento ocorre no dia 14 de agosto, um espetáculo vocal. Fernando disse que há muitos músicos para serem encaixados nas futuras exibições deste ano. “Temos pelo menos 22 grupos aguardando para mostrarem seus trabalhos na Unicamp, e já planejamos agregar à música uma apresentação cênica”, adiantou a novidade.


Na FCA, pôr do sol e lua cheia
acompanham o primeiro Música no Campus

Um cair de tarde musical: o pôr do sol prestigiando o Trio Pau de Arara e a lua cheia acalentando a alma dos que se deixavam embalar pelo violão, pandeiro e acordeon da banda Choro Pro Santo. Alguns até arriscaram dançar e outros, ainda, somaram às apresentações musicais suas próprias artes. Assim foi o primeiro Música no Campus na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, em Limeira, que atraiu professores, funcionários e alunos na tarde-noite de 11 de junho.

Para Luis Godoy, aluno de Ciências do Esporte e profissional das artes de circo, o trabalho de formação de plateia é essencial na Faculdade. "Somos o campus mais novo da Unicamp e, portanto, é preciso estimular a participação de todos em eventos culturais. O clima fica muito bom, alunos de diferentes cursos de aproximam, é uma oportunidade ótima para quebrar barreiras e construir uma relação mais próxima e descontraída entre todos – alunos, funcionários e professores", afirmou. Enquanto a música rolava, ele e alguns amigos faziam também uma apresentação com malabares, já famosa na Faculdade.

Música no Campus promoveu fim de tarde musical em Limeira
Vanessa Menck, nutricionista e aluna do mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais, também avaliou positivamente a realização do evento. "Está muito gostoso, apesar do público ainda não ser muito grande. Pelo que vejo, vem aumentando o número de apresentações e intervenções artísticas no nosso campus. Ago
ra temos malabares, música, dança e eu não via isso muito frequentemente quando estava na graduação" avaliou.

Já segundo Marta Fuentes Rojas, professora de Saúde Coletiva e Psicologia nos cursos de Nutrição e Ciências do Esporte, eventos como o Música no Campus trazem uma outra visão de universidade para os alunos. Ela acredita que a faculdade não deve ser somente um local onde se ensina e aprende conteúdos científicos, mas também um ambiente onde há promoção e vivência de arte e cultura. "Só assim faz sentido o nome 'universidade', que remete a todo um universo de conhecimentos, espaços de socialização e formas de comportamento", diz. Ela assistia as apresentações e aproveitava o clima musical numa conversa com Enzo Gomes Beato, funcionário da Área de TIC. Apreciador de boa música, Enzo até mesmo ensaiou alguns passos de dança com Bruna Lopes, da Área Acadêmica.

A Banda Choro Pro Santo nasceu em 2005 com a proposta de interpretar música brasileira com a fusão de compositores clássicos de várias épocas. A principal característica do grupo é a junção de três instrumentistas virtuoses numa formação inusitada e original. Em meio aos arranjos do grupo – que toca desde Pinxiguinha e Ataulfo Alves a Vila Lobos e Stravinsky - são interpretadas também composições próprias. Outra grande característica do grupo é a de trabalhar emoções e afetividades através de trechos incidentais com trilhas de filmes, desenhos, sons do cotidiano, músicas emblemáticas de várias fases e estilos como rock, jazz e erudito com muita sensibilidade, domínio e irreverência. O Trio Pau de Arara é composto por músicos formados na Unicamp e pelo Conservatório de Tatuí e propõe o resgate e a releitura instrumental da canção brasileira. Os arranjos unem influências do jazz, choro, samba, afro, entre outros. Na formação de guitarra, contrabaixo e bateria, o grupo aproxima o envolvimento da música instrumental com o público através de melodias conhecidas que possam atrair a qualquer ouvinte, sem restrição ou grau de conhecimento musical exigido.

Banda Choro Pro Santo 

Os alunos Vanessa Fracaro Menck e Luis Godoy acompanharam o evento 

Trio Pau de Arara se apresenta e é acompanhado por alunos de Ciências do Esporte 

O aluno Luis Godoy: arte com a arte musical 

Momentos do Música no Campus em Limeira