Médico da seleção brasileira de Futebol
de Sete ministra palestra na Unicamp

07/08/2014 - 11:51

/
Agnaldo Bertucci, médico da Seleção Brasileira de Futebol de Sete

Agnaldo Bertucci, médico da Seleção Brasileira de Futebol de Sete

Mesa de abertura do fórum

Mesa de abertura do fórum

José Irineu Gorla, organizador do evento

José Irineu Gorla, organizador do evento

Com a proximidade das Olimpíadas e das Paraolimpíadas em 2016, que serão sediadas pelo Rio de Janeiro, ainda muitos aspectos precisam ser discutidos. Nesta quinta-feira (7) alguns desses detalhes estão sendo pontuados durante o Fórum Permanente de Ciência, Tecnologia e Inovação, designado Ciência nos Eventos Esportivos no Brasil: Olimpíada e Paralimpíada, que acontece ao longo do dia no Centro de Convenções da Unicamp, organizado pela Faculdade de Educação Física (FEF) e promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU). Veja a programação.

Agnaldo Bertucci, renomado neurologista que atua como médico da Seleção Brasileira de Futebol de Sete, ligado ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, acredita que alguns problemas, ainda por serem resolvidos, devem ser, antes, entendidos como desafios a serem enfrentados. “É sempre assim que deve ser encarada uma dificuldade para a obtenção de um determinado objetivo.” 

Bertucci salientou que o Futebol de Sete é o mais próximo do normal, embora na prática seja completamente diferente. “Primeiro que o normal envolve 11 jogadores e o de Sete, como o próprio nome sugere, envolve sete jogadores. Outra coisa: no futebol normal o foco é a habilidade, já no Futebol de Sete são a adaptação e a habilidade do deficiente."

No Futebol de Sete, compara, a bola é a bola da Fifa e o campo é um pouco mais reduzido que no futebol normal. As dimensões do campo normal são entre 90 e 120 metros de comprimento e no Futebol de Sete entre 50 e 70 metros de comprimento. O lateral não é batido como no futebol normal. É batido rolando no chão e não existe impedimento. Essas são as características básicas, conforme Bertucci. 

Ele explicou que atualmente podem jogar internacionalmente os jovens acima dos 15 anos de idade e que o jogador tem, necessariamente, que ter uma lesão grave no sistema nervoso central (SNC), sendo a principal a encefalopatia crônica não progressiva, mais conhecida como paralisia cerebral. Essa paralisia ocorre até um ano e dois meses e deixa como sequela um braço e uma perna mais enfraquecidos, o braço e as duas pernas e, às vezes, os dois braços e as duas pernas, podendo gerar distúrbios de movimento. Essas pessoas podem praticar o Futebol de Sete, porém não brincando e sim jogando, comentou o neurologista, para quem a palavra ‘impossível’ já não faz mais parte do seu vocabulário desde 2002, quando assumiu o cargo e teve um contato mais estreito com os jogadores. "Já ficamos em quarto lugar, já fomos vice-campões e podemos ser campões”, afirmou. 

Segundo Bertucci, os jogadores são sempre classificados por um profissional médico, por um fisioterapeuta e por um educador físico. São visualizados e filmados no ato de jogar bola. A partir daí então é feita a seleção. Mas essa modalidade esportiva, como outras, também tem seus sustos, relatou o médico. Em geral, são preocupantes os casos de queda, infecção urinária (que é a primeira causa de septicemia) e pneumonia.