A análise e a criação musical utilizando modelos computacionais como suporte é o tema de um colóquio internacional realizado por pesquisadores brasileiros e franceses. O evento, organizado pela Unicamp, ocorre entre os dias 18 e 28 de agosto. Participam, ministrando aulas teóricas e práticas, pesquisadores e músicos da Unicamp, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Équipe de Représentations Musicales (RepMus) do IRCAM (Institut de Recherche et Coordination Acoustique/Musique), da França, centro de ponta na área. Ao final do Colóquio, no dia 28, às 21h00, haverá um concerto aberto e gratuito ao público no bar Almanaque Café (Av. Albino José Barbosa de Oliveira, 1240, Barão Geraldo, Campinas, SP).  
“Há modelos computacionais, em forma de softwares, que podem ser utilizados para analisar uma música. Você pode, por exemplo, analisar, com o computador, a expressividade em música. Verificar se aquele músico é menos ou mais expressivo, analisando as nuances que um intérprete coloca na música. Outra análise que pode ser feita é como um compositor organiza a estrutura de uma música, o seu processo criativo. Além da análise, os modelos computacionais podem ser empregados para a criação musical, interagindo com o músico, em tempo real. São esses os pontos abordados no Colóquio”, explica o compositor e matemático Jônatas Manzolli, docente do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, um dos organizadores do evento e coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS).
De acordo com ele, até o dia 22 serão ministradas palestras e aulas pelos três convidados franceses do IRCAM: Gérard Assayag; Jean Bresson e Moreno Andreatta. O grupo, explica Manzolli, realiza pesquisa de relevância internacional sobre a representação de estruturas musicais, linguagens e paradigmas computacionais aplicados à música. Grandes compositores da música contemporânea já realizaram pesquisas ou compuseram obras no IRCAM.

No dia 25 acontecerão palestras e mesas-redondas com docentes e pesquisadores da USP (Silvio Ferraz e Fernando Iazzetta), Unesp (Flo Menezes) e Unicamp (Jônatas Manzolli e Stéphan Schaub). Nos dias 26, 27 e 28 acontecerão ensaios para o concerto de encerramento. O Colóquio abordará três temas chaves da área de análise e criação musicais com suporte computacional: processos avançados aplicados à análise e criação musicais; interação musical em tempo real; e formalização de estruturas musicais. 

As atividades acontecem na Faculdade de Engenharia e de Computação (FEEC) da Unicamp; na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP; no Studio Panorama, da Unesp, e em salas de conferências dos NICS da Unicamp. O evento conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e parceria  da FEEC, IA e Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (CIDDIC). 

Concerto de encerramento
O concerto de encerramento do Colóquio será uma noite dedicada à exploração das fronteiras digitais, de acordo com Jônatas Manzolli. “Tecnologias que desafi(n)am os sentidos, algoritmos que dialogam com instrumentistas humanos. Cabe ao espectador desvendar quem é quem. Dilatar essas fronteiras, espreitar e vivenciar os seus limites. Abrir seus ouvidos e deixar-se surpreender”, escreve o professor no texto que divulga a apresentação, que acontece no dia 28, às 21h00, no bar Almanaque Café. O concerto contará com a participação de instrumentistas e pesquisadores do NICS, CIDDIC, FEEC, IA, ECA-USP e IRCAM.