Defesa Civil e Cidades Engajadas
são tema de Fórum Permanente

14/10/2014 - 11:02

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Gerson Agata, da Defesa Civil de Campinas

Gerson Agata, da Defesa Civil de Campinas

Jurandir Zullo e Orlando Fontes na abertura

Jurandir Zullo e Orlando Fontes na abertura

Público no Centro de Convenções

Público no Centro de Convenções

Desabamento residencial na Vila Industrial em 2005, soterramento no balão do Timbó em 2007, incêndio no Núcleo Guararapes em 2007, vazamento de ácido sulfúrico na pista da Rodovia dos Bandeirantes em 2007, inundação em Santa Catarina em 2008. Estes são apenas alguns exemplos em que a presença da Defesa Civil é requerida para atuar em situações de risco. Segundo o engenheiro civil Gerson Agata, da Defesa Civil de Campinas, “somente neste município são pelo menos 77 áreas de risco”, informou durante o Fórum Permanente Sociedade e Desenvolvimento: Defesa Civil e Cidades Engajadas, realizado no Centro de Convenções da Unicamp nesta terça-feira (14).

Gerson Agata comenta que até 2005 não havia no Brasil uma maior preocupação com os aspectos preventivos. E em Campinas, até bem pouco tempo, eram cinco mil ocorrências por mês.

“No mundo, foram mapeados 140 tipos de potenciais acidentes. Setenta deles poderiam ocorrer em Campinas e 40 já ocorrem ou já ocorreram. Hoje para essas 70 ocorrências foi efetuado um plano de ação para ser desenvolvido em conjunto com as outras defesas civis (além da esfera municipal,  estadual e federal)”, relata o engenheiro civil.

Ele reconhece que há muito a ser feito e que no momento a Defesa Civil da cidade conta com quatro equipes que se revezam para atender às ocorrências com medidas de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação. Uma das frentes principais, lembra, consiste em atuar na prevenção, e isso já vem sendo feito por meio de palestras, campanhas, simulados, monitoramentos. Essas medidas integram o programa de Cidades Resilientes da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na opinião de Gerson Agata, uma das áreas que exige mais cuidado e medidas preventivas é o Aeroporto de Viracopos. De acordo com ele, a população possui o hábito de jogar restos de alimentos perto da cabeceira da pista, colocando em risco os voos, por atrair grande contingente de aves que podem entrar na turbina das aeronaves, lamenta.

O engenheiro civil falou da ampla atuação da Defesa Civil na cidade e ressaltou a necessidade de ficar mais próxima da comunidade. Além disso, ressaltou que Campinas foi certificada pela ONU como a primeira cidade-modelo na construção da resiliência. Outra novidade é que Campinas é a primeira cidade do Brasil a assinar o Protocolo Nacional Conjunto para Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas e Pessoas Portadoras de Deficiência que estejam em situação de risco durante um desastre natural. A cidade foi escolhida porque é a cidade mais avançada no país em estruturas para proteger essa população. O telefone da Defesa Civil é 199 e o órgão surgiu de forma embrionária durante a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, principalmente após o afundamento dos navios de passageiros Arara e Itagiba na costa brasileira, totalizando 56 vítimas. O governo criou, em 1942, o primeiro esboço de Defesa Civil.


Fórum

O fórum desta terça-feira, organizado pela Cocen, Cepagri e Núcleo de Políticas Públicas (Nepp), e promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade, discute ao longo do dia, em conjunto com a Defesa Civil, questões como a Universidade e os Institutos de Pesquisa, através de seus vários órgãos e profissionais, podem colaborar para uma redução mais efetiva dos riscos que envolvem as populações urbanas, entre eles enchentes, deslizamentos e violência. Veja a programação.