Programa Campus Tranquilo
entra na etapa final de construção
14/10/2014 - 17:23
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Uma das últimas reuniões abertas para construção do Programa Campus Tranquilo foi realizada na manhã desta terça-feira, com os profissionais da Administração Central. Os participantes souberam o que já foi feito e o que está sendo feito ou programado, e puderem debater e sugerir ações para garantir a tranquilidade dos usuários dos campi da Unicamp. Uma reunião geral com todas as unidades, órgãos e representantes dos funcionários, alunos e docentes está prevista para 12 de novembro, a fim de ultimar a proposta a ser submetida à aprovação do Conselho Universitário (Consu).
O professor Alvaro Crósta, coordenador-geral da Universidade e também do programa Campus Tranquilo, afirmou que há propostas apresentadas nestas reuniões já em implementação, por serem consensuais, enquanto outras continuam em discussão. “Iniciamos as reuniões em março e o cronograma está atrasado por conta da greve, quando deixamos de realizar várias delas por respeito a quem gostaria de participar dos debates. Mas vamos cumprir a meta de promover uma reunião ampla de toda a comunidade para elaboração da proposta final, encaminhando-a ao Consu para fechá-la esse ano.”
Ainda que toda esta discussão tenha sido suscitada por fatos gravíssimos, que levaram à morte de quatro jovens no campus desde 2002, Alvaro Crósta observou que a Unicamp não sofre com um quadro agudo de insegurança, como vemos agora na USP. “Entretanto, são fatos que transmitem sensação de insegurança para as pessoas e é em cima disso que precisamos trabalhar, pois se não agirmos logo, podemos vir a ter problemas similares aos de outros campi no país. Acreditamos que o tributo mais significativo que podemos prestar a esses jovens é adotar medidas preventivas para que isso não ocorra novamente no futuro.”
Segundo o coordenador, o programa está estruturado em um tripé: da prevenção, a cargo da Prefeitura do campus e do Cecom; da informação, sob a responsabilidade da Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC); e do convívio, a cargo da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC). “Em paralelo à discussão, algumas medidas de ordem operacional, que não envolvem questões polêmicas, já estão sendo executadas. Uma delas é a implantação, pelo Cecom, de um atendimento de urgência e emergência dentro do campus, com ambulância e equipe treinada. Outra é a instalação de uma unidade do Corpo de Bombeiros, perto da antiga guarita no limite com a PUC Campinas.”
O professor Armando José Geraldo, prefeito do campus, informou que mais de 80 mil pessoas circulam na Unicamp por dia: 40 mil alunos, 28 mil usuários externos e 12 mil servidores. O trânsito é de 40 mil veículos, a metade cadastrada e outra metade que usa o campus apenas como rota de passagem. “A rota mais intensa é de entrada pela portaria do HC e saída pela Prefeitura, e vice-versa. O que fazer com as portarias – se ficam como estão, se instalamos cancelas, se deixamos a passagem livre ou monitoramos por câmeras – é uma questão que precisamos resolver juntos.”
O prefeito listou entre as ações em andamento a correção pontual de iluminação das vias, a poda de árvores, o aumento de viaturas de segurança, treinamento e capacitação dos vigilantes, a compra de um veículo para base móvel e a reativação da base fixa no Ciclo Básico. “Um item dos mais importantes é o termo aditivo a um convênio assinado com a Prefeitura de Campinas, em que o Cimcamp [Centro Integrado de Monitoramento de Campinas] vai nos auxiliar no monitoramento por câmeras, assim como faz em toda a Região Metropolitana.”
Coordenador do CTIC, o professor José Raimundo de Oliveira explicou que seguindo o eixo de estabelecer facilidades de comunicação para o usuário, o foco está na conexão sem fio, na conexão via celular e em ferramentas como o Unicamp Serviços (conjunto de aplicativos para celular e smartphone). “Em relação à conexão sem fio, a ideia é melhorar a conectividade dos sinais no campus, tanto em espaços abertos como dentro das salas de aula, pois ainda temos pontos sem cobertura. O trabalho já foi iniciado, com recursos alocados para isso.”
Em relação ao celular, Oliveira informa sobre negociações com uma das concessionárias para direcionar as antenas de seus pontos de acesso para melhor cobertura do sinal no campus. “Nós da Unicamp não temos muito controle sobre esse assunto, que depende do interesse comercial das operadoras. Também observamos um problema no interior dos prédios, onde na maioria o sinal é praticamente inexistente. São construções em concreto armado, que significa ferro, que significa blindagem, que significa isolamento do sinal. Há a opção dos boosters: uma antena fora do prédio e, dentro, o reforçador que reproduz o sinal que vem da torre.”
Carmen Lúcia Arruda, a Malu, supervisora de Ação Cultural da CDC, lembrou que a necessidade de avançar na programação cultural da Unicamp já fazia parte do programa da atual gestão. “Em julho do ano passado foi restabelecido o Conselho de Desenvolvimento Cultural (Condec) da Universidade, justamente para formular e definir políticas nesse sentido. Passamos a levantar as produções já existentes, que são inúmeras, mas que estão desarticuladas e não se conversam, quando poderiam fomentar umas às outras.”
Malu informa que para o Programa Campus Tranquilo foi criado um projeto específico, o Conexão Cultural, visando estimular eventos artísticos e esportivos. “O objetivo é promover o convívio da comunidade universitária em espaços externos. Já realizamos espetáculos de música, circo e teatro, das 17 às 19 horas, horário de rush e de troca de turmas, convidando as pessoas a permanecerem no campus para apreciar os eventos. Acreditamos que uma política cultural efetivamente implantada também traz uma sensação de segurança nesses espaços. Em outra vertente, das práticas esportivas, queremos montar academias ao ar livre, sendo que a primeira será inaugurada nas próximas semanas, na praça da Paz.”