MIT completa 25 anos e
produtores voltam à cena
23/10/2014 - 08:00
- Text:Divulgação Mostra 25 anos
- Images:Siarq-UnicampDivulgação
Em 1989, ano em que foi realizada a Mostra Internacional de Teatro (MIT), Campinas viveu o auge de seu momento cultural: artistas, produtores e diretores de todas as partes do mundo estavam reunidos ali para fazerem da cidade o centro das atenções e o palco de produções nacionais e internacionais. Para comemorar e revisitar esse momento histórico, os produtores voltam à cena, após 25 anos, com a proposta de fazer um balanço do cenário cultural da cidade, tendo como pano de fundo a produção realizada à época, com exposições de fotos, vídeos, material gráfico, do acervo do Arquivo da Unicamp e também com mesas de debates com profissionais ligados ao evento e convidados.
A organização acredita que esse link com o passado da produção cultural da cidade poderá ajudar a estimular novas e promissoras ações para colocar Campinas de volta no circuito dos ótimos espetáculos, do fazer experimental artístico de qualidade e de novas pesquisas, costurando as áreas culturais e revelando novos fazeres artístico-culturais ainda não conhecidos pela cidade e seu público.
O evento Mostra 25 anos, acontecerá de 5 a 14 de novembro, na Estação Guanabara e fará homenagens a personalidades ligadas ao teatro e à Unicamp: Paulo Renato Costa Souza (1945- 2011), ex-reitor da Unicamp, Bernardo Caro (1931- 2007), artista plástico e ex- diretor do Instituto de Artes da Unicamp, Adilson Barros (1947- 1997) ator e ex Diretor do Departamento de Artes Cênicas da Unicamp e Luiz Octavio Burnier (1956-1995) ator e criador do Lume Teatro- Unicamp.
25 anos da MIT
A idealização da MIT, que teve a chancela do Instituto de Artes da Unicamp, e foi concretizada pelo ator e produtor Marcos Kaloy, em parceria com um time de produtores culturais, entre eles José Tonezzi, Augusto Marin, Rafael Vasconcellos e Adilson Siqueira, em sua única edição bastou para fazer nascer o Festival Internacional de Teatro de Campinas, mais conhecido como FIT Unicamp.
A Mostra reuniu grupos teatrais e diretores internacionais que na época passavam pelo Brasil compondo a programação do Festival Latino Americano de Teatro de Londrina (FILO). Contrariando as dificuldades econômicas daquela época, os coordenadores da Mostra souberam driblar todos os contras e brindar a cidade e região, com espetáculos teatrais da Nicarágua, Alemanha, Canadá, entre outros, criando uma nova geração de atores e produtores na cidade.
No ano seguinte, a Unicamp realizou o Festival Interacional de Teatro, fruto da mostra, e, foi ai que a cidade começou a respirar novos valores culturais - bebendo diretamente da fonte de nomes consagrados do teatro e pesquisa teatral nacional e internacional, oficinas montagem, workshop e performances - e fez com que diversos artistas locais se conhecessem a passassem a também trocar informações e experiências entre si.
Nomes consagrados do teatro como o reconhecido The Living Theatre, de Nova Iorque, comandado pela atriz Judith Malina, foi um dos exemplos da qualidade artística que por aqui passaram, além de Stephen Motran e Natsu Nakagima, entre outros. Todas as 3 edições do FIT Unicamp não perderam de vista o espírito inicial da Mostra, valorizar e repercutir o experimental, moderno e de ponta em teatro e outras artes que o complementam: música, artes plásticas, fotografia e a dança. Tanto a Mostra de 1989, assim como as edições do FIT, foram todas alicerçadas na trilogia Pesquisa, Ensino e Extensão. Permeando isso a utilização de espaços públicos da cidade ganharam força e visibilidade. Essa base concreta foi fundamental para o sucesso dos projetos e acabou imprimindo na cidade e seus artistas novas formas de diálogos, busca por seus espaços próprios e a consolidação de seus trabalhos junto ao público, que, anteriormente, viajava até a capital para se nutrir de novas experimentações artísticas e culturais.
Com toda a certeza tanto a Mostra quanto o FIT deram espaço, para que grupos alternativos e independentes, pudessem se consolidar na área cultural da cidade e criar seus espaços, se aventurar em empreitadas fora da cidade e revelar a fruição nata dos artistas campineiros para novas descobertas e criação de um novo espaço artístico mais promissor.
QUEM É QUEM NA ORGANZAÇÃO DA MOSTRA EM 1989
MARCOS KALOY: Idealizador da Mostra e do FIT, ator, diretor e produtor cultural, ex-presidente do Conselho de Cultura de Campinas, com vasta experiência em gestão cultural, criador de diversas ações e projetos afins, tais como o Escritório de Ação Cultural da Unicamp, Oficina Cultural de Campinas, batizada com o nome da Poetiza Hilda Hilst. Atualmente atua na Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp).
ADILSON SIQUEIRA: Ator, autor e diretor de teatro, criador de diversos projetos culturais em Campinas, foi diretor de comunicação e arquivo na Mostra e de todas as edições do FIT. Atualmente é professor titular do Curso de Teatro do Departamento de Letras Artes e Cultura (DELAC) da Universidade Federal de São João del-Rei.
JOSÉ TONEZZI: Foi diretor na Mostra e nos FIT Unicamp. É também autor, ator e diretor de teatro.
JOSÉ AUGUSTO MARIN: Foi Diretor na Mostra e nos FIT Unicamp. É diretor, autor e ator de teatro e gestor do espaço cultural Commune em São Paulo.
LAVÍNIA PANNUNZIO: Atriz premiada e produtora cultural. Foi da diretoria da Mostra e das edições do FIT.
RAFAEL VASCONCELOS: Foi Diretor de Produção Executiva através da Secretaria de Cultura de Campinas na Mostra e nas edições do FIT.
SEBASTIAN MARQUES: Poeta, ator, diretor e autor de teatro de Mamulengo. Foi assessor na Mostra e depois Coordenador da Mostra paralela das edições do Fit Unicamp. Atua em projetos culturais e coordena oficinas de Teatro de Bonecos pelo Brasil.
GISELE BERTINATTO: É artista da fotografia com experiência em pesquisa, aulas, workshops e palestras. Já realizou diversas exposições e ministrou cursos para a Oficina Cultural Hilda Hilst. Foi da diretoria de comunicação e registro das edições do FIT.
CRISTINA SEGATTO: Atou como voluntária, com participação em algumas produções e na comunicação da MIT. É jornalista e tem experiência em comunicação com viés nas artes e cultura.
CABETO ROCKER: Na Mostra acabou assessorando um grupo da Espanha por acaso e resolvendo a produção deles, fato que chamou a atenção de Marcos Kaloy e Lavínia Pannunzio - atriz que na época cuidava da logística do evento. Cabeto Rocker passou a assessorar a diretoria do FIT Unicamp. É músico, compositor, produtor cultural e atua hoje com ações em Direitos Animais e Sustentabilidade.