Workshop discute hidrogênio
e outras energias renováveis

04/11/2014 - 14:17

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O professor Ennio Peres da Silva

O professor Ennio Peres da Silva

O professor Hilton Silveira Pinto

O professor Hilton Silveira Pinto

A professora Virginia Parente de Barros

A professora Virginia Parente de Barros

Ao contrário do que alguns setores chegaram a considerar, inclusive o Itamaraty, o Brasil terá muito a ganhar caso o mundo amplie as exigências em torno de bens produzidos de forma sustentável e a custos menores. Por causa das suas variadas fontes energéticas, o país tem condições de atender a esses requisitos sem despender o mesmo esforço de nações que não dispõem dos mesmos recursos. A análise foi feita na manhã desta terça-feira (4) pela professora Virginia Parente de Barros, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, durante a abertura do 7º Workshop Internacional sobre Hidrogênio e Células a Combustível (WICaC) e 1º Seminário sobre Energia e Sustentabilidade (SES), realizados no auditório da Biblioteca Central Cesar Lattes (BC-CL) da Unicamp.

Virginia participou da primeira mesa-redonda do dia, que contou também com a presença do professor Hilton Silveira Pinto, integrante do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura (Cepagri) da Unicamp. De acordo com a docente, o Brasil tem boas chances de valorizar seus produtos no mercado mundial, agregando a eles o chamado selo verde.

“Isso representa uma vantagem competitiva muito importante. A matriz energética brasileira conta com uma significativa participação da hidroeletricidade, que pode ser mesclada a outras fontes renováveis, como o hidrogênio, a biomassa e as energias eólica e fotovoltaica. As condições estão dadas, mas precisamos fazer a lição de casa, que é regulamentar e planejar”, defendeu.

Em sua fala, Silveira Pinto destacou a divulgação do mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que apontou que há 100% de confiabilidade nas pesquisas que apontam para a existência das mudanças climáticas, embora alguns poucos céticos as neguem. Segundo o docente, o mundo como um todo e o Brasil em particular precisam se preparar para os impactos produzidos por esse fenômeno.

Além de reduzir o consumo de combustíveis fósseis e o desmatamento de florestas, conforme Silveira Pinto, também é necessário desenvolver plantas mais resistentes ao calor e ao estresse hídrico. “A Unicamp e a Embrapa criaram um modelo que simula os impactos das mudanças climáticas na agricultura brasileira. Segundo essa simulação, se a temperatura subir acima de dois graus celsius, em 2040 o PIB nacional sofrerá uma quebra de 2,5% caso nenhuma medida mitigadora seja adotada”, alertou.

De acordo com o professor Ennio Peres da Silva, coordenador do 7º WICaC, o objetivo do evento é promover a troca de experiências entre pesquisadores de diferentes áreas, de modo a manter o Brasil atualizado em relação a tecnologias voltadas à produção de energias renováveis, entre elas o hidrogênio. “Queremos discutir quanto essas vias devem ser pesquisadas e fomentadas, tendo como prognóstico a melhoria da qualidade de vida da sociedade”, considerou. As atividades terão continuidade nesta quarta-feira, no mesmo local. A programação pode ser conferida neste link.