De Tom Jobim a Tchaikovsky: orquestras da Unicamp homenageiam Guerra Peixe
05/11/2014 - 10:43
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- Images:Ana Paula Sidoti e Lúcia Helena Agulhari
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A Orquestra Comunitária (OCU) e a Orquestra de Flautas da Unicamp participaram no último dia 1 de novembro, no Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro-RJ, da 2ª récita do 2º Concerto oficial do “Projeto de Extensão Orquestra Comunitária da Unicamp”, da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac). A 1ª récita foi realizada em junho deste ano, no Espaço Cultural Casa do Lago. O concerto ocorreu em comemoração ao centenário do maestro e compositor petropolitano Guerra Peixe. Esta é a primeira vez que as orquestras se apresentam fora do Estado de São Paulo.
A Comunitária foi regida pelo maestro convidado Carlos Völker Fecher, acompanhada pelo solista de tuba, Alberto Tavares Dias. A Orquestra de Flautas contou com a regência da maestrina Sarah Selles. Ambas executaram obras de compositores renomados nacionais e internacionais como Tom Jobim, Antonio Vivaldi, Tchaikovsky, Ricardo Tacuchian, César Guerra-Peixe, Ernani Aguiar e Sergio Di Sabbato [estes dois últimos prestigiaram pessoalmente o concerto], entre outros. Antônio Marcos Pereira de Moura, diretor da Casa do Lago, também marcou presença no evento.

“Nós tínhamos a obrigação de fazer esse concerto. Foi uma emoção muito grande estarmos no berço do império e levarmos a música dos compositores petropolitanos para a população local. A Orquestra de Flautas tocou ao lado da carruagem de D. Pedro II, enquanto a Comunitária, nos jardins do Museu. Foi emocionante”, disse Stecca, maestro e coordenador do Projeto de Extensão da Comunitária.
O Projeto de Extensão da Orquestra é aberto à comunidade, independente de formação. Seus objetivos são: ensinar aos alunos a prática de conjunto ou a prática de orquestra; divulgar e executar composições e arranjos de músicos brasileiros principalmente, inclusive os desconhecidos do público; dar oportunidade aos alunos de atuarem também como solistas; atender as pessoas da terceira idade e desenvolver integração com as pessoas, visando uma boa convivência social.

O evento cultural - É uma realização da Preac, da Orquestra Comunitária da Unicamp, e da Sociedade de Amigos do Museu Imperial de Petrópolis-RJ. Atuaram como co-realizadores: o Espaço Cultural Casa do Lago, a Mitra Diocesana, a prefeitura e a Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis. O Concerto foi apoiado pelo Instituto Robert Bosch do Brasil, pelo Fórum Itaboraí – Política, Ciência e Cultura na Saúde, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pela ONG Amocamp, Imperador Self-Service e Hipershopping ABC.
Um pouco sobre Guerra Peixe - Nasceu em Petrópolis. Seu pai, que trabalhava como ferrador de cavalos e era músico amador, começou a ensinar-lhe violão aos seis anos de idade. Aos sete já tocava bandolim, aos oito, violino e aos nove, piano. Começou seus estudos musicais formais na Escola de Música Santa Cecília. Em 1928 conseguiu seu primeiro trabalho, como violinista em sessões de cinema mudo, em Petrópolis. Em 1929 começou a desempenhar-se como professor na Escola e em 1931 passou a viajar periodicamente à cidade do Rio de Janeiro para ter aulas particulares de violino. No ano seguinte, entrou para o curso de violino do Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, atual Escola de música da UFRJ, onde estudou harmonia elementar. Com apenas cinco anos de estudo, obteve a medalha de ouro oferecida pela Associação Petropolitana de Letras. Após prestar concurso para ingressar na Escola Nacional de Música, obtendo o primeiro lugar, Guerra Peixe transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde, para sobreviver, passou a trabalhar como músico em orquestras de salão que tocavam em confeitarias e bares, além de integrar um trio alemão que se apresentava na Taberna da Glória. Na Escola de Música, fez os cursos de harmonia elementar, com Arnaud Gouveia, e de conjunto de câmara, com Orlando Frederico. Nesta época, começou a trabalhar como arranjador para alguns cantores e gravadoras. Em 1943, ingressou no Convervatório Brasileiro de Música para se aperfeiçoar em contraponto, fuga e composição, tornando-se o primeiro aluno a concluir o curso de composição do Conservatório. Guerra Peixe compôs trilhas para os filmes “Terra É sempre Terra” e “O Canto do Mar”, sendo premiado em 1953 como melhor autor de música de cinema. Também realizou trabalhos no campo da música popular brasileira, fazendo arranjos sinfônicos para músicas de Chico Buarque, Luiz Gonzaga e Tom Jobim.

Comentários
Ficou muito linda a fatos.
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