
Labjor comemora 20 anos com simpósio sobre desafios da imprensa brasileira
10 de dezembro de 2014
Por Diego Freire
Agência FAPESP – À frente de uma série de cursos, publicações e projetos relacionados à comunicação científica e cultural, o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comemora 20 anos de atividade revisando sua história e as transformações vividas pela imprensa brasileira no período com o simpósio “A Questão da Imprensa: Tecnologia, Transparência, Autorregulação e Desconcentração”, no dia 11 de dezembro, em Campinas (SP).
“A escolha do simpósio para comemorar essas duas décadas tem elementos da história do Labjor e do futuro do jornalismo, tratando de questões que foram acentuando tendências e definindo toda a problemática enfrentada pelo papel fundamental da comunicação para a consolidação da democracia”, disse Carlos Vogt, professor da Unicamp e coordenador do laboratório, à Agência FAPESP.
Entre os convidados do simpósio estão Alberto Dines, editor do Observatório da Imprensa, e José Marques de Melo, professor da Universidade Metodista de São Paulo, que, em abril de 1994, com Vogt, então reitor da Unicamp, fundaram o Labjor.
De acordo com Vogt, o Labjor surgiu de uma demanda da universidade, que não possui graduação em Comunicação Social, por um programa de jornalismo que servisse à capacitação profissional na área.
“Optamos pelo curso de pós-graduação, seguindo o modelo norte-americano, para que, na formação do jornalista, houvesse a possibilidade de interação entre profissionais de diferentes origens do ponto de vista do conhecimento, já com um certo grau de amadurecimento”, disse Vogt, que também é presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e presidiu a FAPESP de 2002 a 2007.
Desde 1999, quando deu início ao seu primeiro curso de pós-graduação, a especialização em Jornalismo Científico, o Labjor já certificou mais de 400 profissionais, entre jornalistas, pesquisadores de todas as áreas do conhecimento e profissionais de diversos campos de atuação, sendo mais de 110 bolsistas da FAPESP por meio do Programa José Reis de Incentivo ao Jornalismo Científico (Mídia Ciência).
O laboratório também oferece especialização em Divulgação Científica e Saúde – Neurociências e mestrado em Divulgação Científica e Cultural, e se prepara para dar início ao doutorado na área.
“A formação das turmas em todos os cursos busca abranger um misto de jornalistas e profissionais e acadêmicos de outras áreas como um elemento importante na própria dinâmica pedagógica, o da diversidade epistemológica, etária e cultural, porque compreendemos que essa diversidade fortalece e democratiza a comunicação”, disse Vogt.
Publicações e outros legados
Além da formação jornalística e das atividades de pesquisa em diversos projetos, o Labjor é dedicado à produção de publicações de divulgação científica e cultural – entre elas a revista ComCiência, criada com a especialização em Jornalismo Científico e já em sua 163ª edição.
“A revista contribuiu para a consolidação do Labjor por servir não só à difusão de informação, mas também por possuir uma função pedagógica, como laboratório de escrita jornalística dos alunos”, disse Vogt.
Em paralelo à ComCiência, o Labjor produz a Revista do Edicc – publicação do mestrado em Divulgação Científica e Cultural, com artigos resultantes dos trabalhos apresentados ou discutidos no Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura (Edicc) –; Ciência & Cultura – Temas e Tendências, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); ClimaCom Cultura Científica, da Rede Clima, coordenada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); Inovação – Revista Eletrônica de P,D&I, em parceria com a Agência de Inovação Inova Unicamp; e a Ensino Superior Unicamp, da própria universidade.
O laboratório também produziu, ao longo de sua história, as publicações Conecta, Inovação Uniemp, Patrimônio – Revista Eletrônica do Iphan e Revista Luz.
“A história do Labjor se confunde com a da própria divulgação científica nacional e sua institucionalização, por meio da formação contínua de competências e da criação de canais de comunicação, como as revistas produzidas pelo laboratório, e as diversas atividades desenvolvidas ao longo desses 20 anos”, disse Vogt.
Para o coordenador e fundador do Labjor, a comunicação científica vive uma mudança de paradigmas e o laboratório participa do processo. “Estamos saindo de um paradigma fechado de gestão e governança da ciência para um novo, cada vez mais aberto, participativo, democrático. O Labjor se orgulha de contribuir há 20 anos não só para suprir déficits de informação nesse contexto, mas também na formação crítica dos profissionais de comunicação e da sociedade para uma participação cada vez mais atuante em relação à ciência”, disse.
O simpósio, que será realizado pelo Labjor para comemorar seus 20 anos de atividade e discutir essas e outras questões relacionadas à imprensa brasileira, ocorrerá a partir das 9h, no auditório da Agência para a Formação Profissional da Unicamp (AFPU), na Rua da Reitoria, nº 35, na Cidade Universitária Zeferino Vaz, em Barão Geraldo. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet.
Mais informações em www.labjor.unicamp.br.