Esforço, determinação, possibilidade e trabalho foram as bases das falas nesta sexta-feira (6) durante o encerramento da XIII Programa Ciência & Arte nas Férias (CAF) da Unicamp, realizado no Centro de Convenções da Universidade, com público que superlotou o local e que trouxe para o campus de Campinas participantes de 65 escolas. “O maior ganho de vocês e nosso foi a vivência proporcionada por este programa. O nosso país começa a se debruçar sobre a educação e conseguimos verificar que ingressar na Unicamp não é impossível para quem estuda”, declarou a pró-reitora de Pesquisa, Gláucia Maria Pastore, neste evento representando o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge.

De acordo com a pró-reitora de Pesquisa, titular da pasta da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP), que promove o CAF, foram 177 concluintes do programa, 88 orientadores de projetos individuais, 10 orientadores de projetos em grupo, 225 monitores, 134 colaboradores e 2 intérpretes de Libras. “Esse é um presente que os participantes vão levar para as suas vidas. Espero que um dos mais felizes encontros com vocês ocorra na formatura”, ressaltou Gláucia Pastore, diante de pais, convidados e comunidade universitária.

Segundo o coordenador do CAF e assessor da PRP, o físico Douglas Soares Galvão, "os alunos agora vêm à Unicamp como quem vem à sua própria casa". Ele acentuou que essa Universidade tem cumprido o objetivo de revelar vocações. “Temos procurado orientar esses alunos. Em uma das edições do CAF, havia um aluno que almejava cursar Direito na PUC-Campinas e, vendo novos interesses, ingressou no curso de Física da Unicamp”, conta. “Tem procurado desmistificar que estudar na Unicamp é algo inalcançável.”

Douglas também recordou do clichê que existe na sociedade de que os jovens são o futuro do país. “Mas é verdade. E a própria história recente mostra que muitos dos nossos dirigentes passaram pela universidade e que isso se reflete no destino da nação. “Estudaram aqui a presidente Dilma e os economistas José Serra, Aloízio Mercadante e outros."

O coordenador ainda citou alguns indicadores que distinguem a Universidade Estadual de Campinas: o fato de ter um dos exames vestibulares mais concorridos do país, de ter o maior número de notas máximas na avaliação de seus cursos de pós-graduação, ter proporcionalmente o maior número de publicações em revistas de alto impacto, etc. “Portanto, agradecemos por terem escolhido passar suas férias participando do nosso programa”, expressou.

O professor Luis Alberto Magna, pró-reitor de Graduação, convidou os 'cafianos' a ajudarem a ampliar a taxa de alunos advindos de escolas públicas ingressantes na Unicamp. “Assumam essa responsabilidade e exerçam o papel multiplicador de trazer outros alunos para nossa instituição”, ressaltou ele, fazendo um apelo: “venham estudar aqui, pois vocês têm plenas possibilidades. É só se candidatar ao nosso vestibular”.

Para o professor do Instituto de Artes (IA) da Unicamp Claudiney Carrasco, atual secretário municipal de Cultura de Campinas, esse foi um momento singular para  os alunos avaliarem a possibilidade de estudar na Unicamp. "Permeia ainda hoje a ideia de que estudar e trabalhar é um grande esforço. Trabalhar e estudar fazem bem. Também existe a ideia moderna de que o conhecimento é utilitário. Mas nem sempre ele ocorre com rapidez. A maioria das coisas que aprendemos não sabemos quando as utilizaremos e nem como. Contudo, um dia esses conhecimentos farão sentido", acentuou.

Participaram ainda do evento a professora Flávia Martins, da Secretaria Municipal de Saúde; e os professores Iolanda Soldadi e Paulo Rogério da Silva, representando respectivamente as diretorias de ensino de Campinas Leste e Oeste. Todos eles enfatizaram a importância do CAF para Campinas e incentivaram os alunos a prosseguir em suas trajetórias.

Ganhos
A aluna Yasmin Rodrigues, 16 anos, da Escola José Vilagelin Neto, situada no bairro Jardim Proença, apesar da tristeza de despedir dos amigos e da comunidade da Unicamp, era só sorrisos. Concluinte do programa Ciência & Arte nas Férias, ela aguardava ansiosa o momento de receber o seu certificado. Ela foi uma das dez participantes do programa no Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), desenvolvendo atividades relacionadas a plantas medicinais e aromáticas.

Naquele centro, Yasmin trabalhou mais especificamente com a Phytolacca, uma planta herbácea. "Aprendi como é trabalhar em um laboratório, fazer análises, conhecer as técnicas e identificar a presença de saponinas nas plantas, substâncias produzidas por certos vegetais", contou. "A experiência foi simplesmente fantástica. Foram muitos aprendizados. Embora tenha permanecido pouco tempo no CPQBA, senti que quero muito ficar na Unicamp", disse Yasmin. "Pretendo cursar Medicina, por isso terei que estudar com afinco. Esse ano fui aprovada no Etecap e devo começar o curso técnico. Creio que terei muitas horas de estudo pela frente, mas estou disposta. Sempre existe um começo para chegar a um fim."