Conexão
Cultural
debate a
importância
das ciclovias

05/03/2015 - 10:53

O tema da mobilidade urbana, mais especificamente o uso da bicicleta como meio de transporte e lazer, permeou as atividades da primeira edição de 2015 do Projeto Conexão Cultural, promovida nesta quarta-feira (4) pela Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC), órgão vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) da Unicamp. O objetivo do Conexão Cultural, que faz parte do Programa Campus Tranquilo, é ocupar os espaços existentes nos campi da Universidade para estimular o convívio das pessoas por meio de ações ligadas à arte e à cultura.

As atividades tiveram início no período da manhã, com a realização de uma conversa com o artista plástico e professor do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, Ernesto Boccara. O bate-papo foi seguido de sessão de autógrafos do livro “Os Ciclonautas. Jogro e os 12 Kríakos”, do qual o docente é o autor, e de uma exposição de pinturas e desenhos inéditos do próprio Boccara.

À tarde, o projeto promoveu uma roda de discussões sob a marquise da Biblioteca Central Cesar Lattes (BC-CL), cujo tema foi “ciclismo e mobilidade urbana”. Participaram do debate os professores Evandro Monteiro (FEC), Odilon Hoble (FEF) e Ernesto Boccara (IA). Também estiveram presentes o diretor teatral Ronaldo Marin e o representante do Movimento Pró-Ciclovias Campinas, Cesar Cury.

De modo geral, todas as falas defenderam a importância da ampliação do uso da bicicleta como contribuição à solução de diversos problemas. “A bicicleta ajuda a melhorar o trânsito, estimula a prática de uma atividade física, reduz a poluição ambiental e ainda coloca as pessoas em contato com a natureza”, elencou o professor Odilon Hoble.

O docente destacou, porém, que a sociedade ainda precisa mudar a visão que tem sobre a bike. “As pessoas precisam parar de pensar como motoristas de automóvel. Nossa tendência é considerar que a bicicleta atrapalha o trânsito, mas isso não é verdade. Em outros países, as pessoas têm claro que primeiramente são pedestres, depois ciclistas e eventualmente motoristas. Parte da tensão que entre motoristas e ciclistas vem da incompreensão dessa realidade”.

Evandro Monteiro também defendeu o uso da bicicleta, principalmente para o cumprimento de distâncias curtas, de por volta de 5 quilômetros. De acordo com ele, o campus de Barão Geraldo apresenta uma topografia que favorece o uso das bikes. “Temos um eixo que pode ser percorrido com poucas variações topográficas. Isso é um privilégio”, disse.

Para Cesar Cury, a bicicleta tem se tornado, cada vez mais, uma alternativa sustentável aos problemas de trânsito. “Nosso movimento tenta colocar a mobilidade por bicicleta como uma prioridade dentro das políticas públicas do setor. Embora a atual administração municipal tenha prometido implantar 100 quilômetros de ciclovias em Campinas, até agora ela não construiu um metro sequer. Esperamos mudar esse quadro com o engajamento da sociedade, inclusive da comunidade da Unicamp”, afirmou.

De acordo com Carmen Lúcia Rodrigues Arruda, a Malu, supervisora de Ação Cultural da CDC, o Projeto Conexão Cultural já tem atividades programadas para os próximos meses. “Em abril, por exemplo, pretendemos trabalhar a questão indígena. Um grupo da tribo Kariri-Xocó deverá trazer para um espaço da Unicamp elementos da sua cultura, como dança e artesanato”, adiantou.

 
O artista plástico e professor do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, Ernesto Boccara