As orquestras
sinfônicas
brasileiras e
o seu papel
social
24/03/2015 - 15:08
- Text:
- Images:
- Images Editor:
“Gestão orquestral e compromisso social” foi o tema do primeiro evento proposto pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ceddic) da Unicamp dentro dos Fóruns Permanentes organizados pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU). O fórum reunindo importantes maestros, compositores e gestores para discutir questões de planejamento artístico e administrativo, bem como os novos papéis das orquestras sinfônicas na sociedade atual, aconteceu nesta terça-feira no Centro de Convenções. Além dos mais de 90 inscritos, um público bem mais amplo pôde acompanhar as discussões graças à transmissão ao vivo pela RTV Unicamp para os campi e pela Internet para outras partes do país.
Segundo os organizadores, o tema do fórum se justifica plenamente diante do aumento da profissionalização de músicos e gestores da área artística, o que resulta numa melhoria na qualidade dos eventos; e também porque as instituições sinfônicas têm se mostrado cada vez mais ativas no desenvolvimento de programas educativos e sociais, auxiliando na melhoria da condição sociocultural de moradores da periferia, ao mesmo tempo em que amplia o alcance da música erudita.
Cinthia Alireti, maestrina da Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) e idealizadora do fórum, adiantou que seriam discutidas questões que não se aprende na escola, apenas no dia a dia das orquestras. “Existe muita curiosidade sobre como se organiza uma orquestra e como se lidera projetos para a melhoria social na região em que vivemos. Além das dificuldades administrativas e de planejamento artístico, são desenvolvidos projetos de médio e longo prazo voltados a educação musical, formação de público e inclusão de crianças de áreas carentes. Um exemplo são as chamadas orquestras sociais, em que se ensina sobre determinados instrumentos até termos a orquestra montada. É uma forma de conectar essas crianças e trazê-las para o nosso mundo.”
Claudiney Carrasco, professor do Instituto de Artes (IA) da Unicamp e atual secretário municipal de Cultura de Campinas, participou da primeira mesa-redonda do dia, sobre “Projetos sociais e educação musical”. “A educação é o ponto central da discussão, mas vou procurar fazer uma ligação com a gestão da Orquestra Sinfônica de Campinas, que atua em várias ramificações como de formação de público e concertos didáticos em escolas, além de se apresentar nos bairros e trazer aquelas populações para seus espetáculos. Partindo daí, sofisticamos a atuação em projetos efetivamente educativos, como a Escola de Música, agora reaberta, tendo como professores os estagiários do Departamento de Música da Unicamp.”
Além de Claudiney Carrasco e de Cinthia Alireti como mediadora, a primeira mesa teve a participação de Adriana Schincariol, da Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP Tom Jobim), e de Edson Leite, diretor da Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP). A mesa sobre “Formação de público e difusão da música contemporânea”, mediada por Denise Garcia, diretora do Ceddic, teve como debatedores o maestro Antônio Borges-Cunha, diretor artístico e regente da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro (Porto Alegre, RS); e o professor e compositor Leonardo Martinelli, da Faculdade Santa Marcelina e também diretor de formação da Fundação Theatro Municipal de São Paulo.
A última mesa, que tratou de “Programação de temporadas artísticas”, foi mediada por Parcival Módolo, regente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, e teve como debatedores: Jamil Maluf, fundador da Orquestra Experimental de Repertório e regente titular da Orquestra Sinfônica de Piracicaba; Victor Hugo Toro, regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Campinas; Lutero Rodrigues, regente titular da Orquestra Acadêmica da Unesp; e Abel Rocha, regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Santo André.