João Marcos Romano toma
posse como diretor da Feec

24/04/2015 - 11:25

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João Marcos é empossado por Tadeu

João Marcos é empossado por Tadeu

Cerimônia na Feec

Cerimônia na Feec

Assinatura do termo de posse

Assinatura do termo de posse

Alvaro Crósta, coordenador-geral

Alvaro Crósta, coordenador-geral

Yaro Burian e Carina: música

Yaro Burian e Carina: música

“Aqui estou sem ter feito uma caminhada de aventuras. Não me pus na luta empenhando o que podia e o que não podia... Não me foi uma ideia fixa, um posto a conquistar com todo o meu sangue.” Com essa citação do escritor José Lins do Rêgo, em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1950, o professor João Marcos Travassos Romano fez a sua primeira fala como diretor empossado da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) nesta quinta-feira (23). Ele cumprirá o mandato até 2019. O professor João Marcos, que tem ao lado como diretor-associado o professor Akebo Yamakami, assume a função no lugar do professor José Antenor Pomilio, que esteve à frente da Feec entre 2011 e 2015 juntamente com o professor João Bosco, diretor-associado.

Participaram da mesa diretiva da solenidade de posse o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge; o coordenador-geral, Alvaro Crósta; o ex-diretor da Feec, José Antenor Pomilio; o ex-diretor-associado, João Bosco; o atual diretor-associado, Akebo Yamakami; e o diretor empossado João Marcos, que foi conduzido ao recinto para integrar a mesa dos trabalhos, presidida pelo reitor. A cerimônia contou com ampla participação da comunidade, de autoridades e de convidados.

João Marcos manifestou a alegria de ter assumido mais essa designação, a qual acredita ter sido resultado, não das circunstâncias, e sim da "providência". Contou que em diferentes fases de sua vida teve experiências positivas com a Feec: na infância, na juventude e como jovem professor. Primeiramente, entre 1968-1969, seu pai, Hélio Drago Romano, recebeu o convite para ser professor na Faculdade de Engenharia Elétrica da Unicamp. Ele e a família deixaram o Rio de Janeiro. O primeiro contato de João Marcos com a Universidade de Campinas ocorreu aos nove anos de idade. “Eu não entendia bem o que estava acontecendo. Não tinha gostado da mudança. Mas, com o tempo, sobretudo com o entusiasmo de meu pai e de outros colegas, que foram pioneiros da faculdade, fui aceitando a nova condição. E é com o mesmo entusiasmo que procuro seguir a minha carreira na Feec.”

O segundo marco foi na sua juventude, em 1977, quando ingressou na graduação, encontrando ali um curso já bem-estabelecido e com diversos docentes que o inspiraram, como por exemplo o professor Hélio Waldman, seu orientador no mestrado. “Também aqui conheci aqui minha esposa, a Inês, e os professores Hermano Tavares e Dalton Arantes”, relatou.

A terceira recordação em relação à Feec foi como professor ainda muito jovem, isso em 1988, para fazer carreira. Galgou várias posições na unidade, entre elas a de diretor-associado na gestão do professor Christiano Lira, de 2003-2007. “Foi inegável o nosso crescimento e deve continuar assim, colocando ênfase no desenvolvimento do ensino de graduação e de pós-graduação. Temos três cursos de excelência e nossa pós-graduação com a nota máxima”, mencionou.

O novo diretor afirmou que assume como compromisso a mudança do quadro de docentes e funcionários. “Essa nossa administração deve ser a última da minha geração e devemos fazer a transição com olhos nas nossas origens, tendo em vista a memória da grandeza da nossa instituição e cumprindo o nosso trabalho com a mesma audácia do princípio.”

Outro compromisso de João Marcos é com o engajamento da qualidade, espírito de cidadania e com as questões sociais. E outro compromisso ainda é com o protagonismo da Feec nos aspectos da administração e gestão de RH. Ele agradeceu a toda a comunidade da Feec. “Mas o mais importante dessa 'aventura' é o que virá pela frente. Eu e o Akebo não temos outra motivação senão o trabalho. Que Deus nos ajude e que continuemos contando com nossos caros colegas”, frisou.

Em seu discurso de entrega do cargo, Pomilio lembrou Fernando Pessoa, ao dizer “que tudo valeu a pena”. Ressaltou que navegar é preciso e que quem navegou em sua gestão como diretor foi o mar, ajudado pela correnteza e os ventos. “Foi assim que o nosso trabalho se tornou mais leve. Graças a vocês, funcionários, alunos e professores, e ao João Bosco, navegamos. Hoje a Feec é a melhor escola de engenharia elétrica e de computação do país”, reconheceu.

O ex-diretor informou que os feitos do seu período estão disponíveis no relatório de gestão, constante no site da Feec. Apenas quis dar visibilidade a quatro iniciativas que colaboraram para as demais: o estabelecimento do Prêmio de Excelência Docente, a comemoração dos 40 anos da pós-graduação, a milésima tese defendida na unidade e a entrega do título de professor emérito a Hermano Tavares. “Esses eventos valorizaram o nosso pioneirismo”, reforçou, parabenizando a nova diretoria.

O professor Alvaro Crósta elogiou a gestão de Pomilio, a quem atribuiu um senso de notória organização. “Participamos de alguns GTs (grupos de trabalho) e o professor Pomilho sempre trazia escritas algumas deliberações para adiantar a reunião, o que nos servia de diretriz para a condução de nossos trabalhos. Sua participação sempre foi fundamental”, recordou. Dirigindo-se a João Marcos e a Akebo então, Crósta salientou que na carreira universitária não é fácil formar gestores, mas que este é um caminho muitas vezes natural. Desejou a ambos uma boa administração e um ótimo trabalho nesses anos.

Tadeu Jorge saudou os presentes e achou desnecessário falar das direções da Feec quanto à gestão acadêmica, visto que os resultados que ela ostenta na graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão por si só mostram a sua qualidade. “Há um trabalho adequadamente realizado e bem-produzido, e que permanece na formação de recursos humanos, na produção de conhecimento novo e sua disseminação”, julgou. 

Segundo o reitor, existe outra parte da gestão que não aparece de modo expressivo, mas que não é banal – a brutal burocracia da Universidade. “E olha que a Universidade é um dos lugares públicos que menos apresenta isso. Por essa razão, é primordial que funcionários e a direção trabalhem muito para que os bons resultados continuem a aparecer para a desburocratização”, assinalou. “A participação da Feec na gestão dos processos vem sendo bem-conduzida”, garantiu.

Tadeu Jorge sublinhou que Pomilio sempre se preocupou com os processos relacionados à carreira docente e os pautou apropriadamente nos colegiados. “Suas críticas sempre foram construtivas, em especial nos concursos da carreira docente. Merece a nossa apreciação e agradecimento.”

Quanto aos novos diretores, o reitor comentou que conhece João Marcos e Akebo há anos e que ambos têm uma considerável experiência administrativa e acadêmica. Reforçou que a fala de João Marcos sobre a troca de gerações – uma transição sem descontinuidade – é uma tarefa que exigirá preocupação e adequação, sem perder os valores sobre os quais se assentam a Feec. “Em menos de 50 anos, conseguimos construir uma universidade qualificada e isso deve ser mantido. Que a nova administração tenha essa percepção e conte com nosso apoio”, concluiu Tadeu Jorge. A seguir, a comunidade da Feec homenageou os ex e os atuais diretores e esposas com a entrega de mimos. O professor da Feec Yaro Burian, ao violino, e a aluna Carina Marconi, ao piano, executaram Ave Maria em homenagem a todos os diretores e aos familiares e convidados.