Exposição reforça aprendizado
de pós-graduandos para curadoria

11/06/2015 - 10:18

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Fotografias de Böröcz

Fotografias de Böröcz

Fotografias de Böröcz

Fotografias de Böröcz

Fotografias de Böröcz

Fotografias de Böröcz

Sandra Pereira, diretora da biblioteca do IFCH

Sandra Pereira, diretora da biblioteca do IFCH

Público na exposição

Público na exposição

Público na exposição

Público na exposição

O curador André Ribeiro de Barros

O curador André Ribeiro de Barros

Fotografia de Böröcz

Fotografia de Böröcz

Público na exposição

Público na exposição

Público na exposição

Público na exposição

Público na exposição

Público na exposição

O aluno Marcos Ribeiro

O aluno Marcos Ribeiro

Professora Patrícia na abertura

Professora Patrícia na abertura

Bem antes das 16 horas, horário marcado para estrear na Biblioteca 'Octavio Ianni' do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, a exposição Autorretratos, do fotógrafo húngaro Balázs Böröcz, arrebanhou um público inicial de cerca de 50 pessoas. Aberto o evento, o número quase que dobrou. Tudo para conhecer a mostra que reúne 21 fotografias de Böröcz. Prestigiaram a solenidade o pró-reitor de Extensão e de Assuntos Comunitários, João Frederico Meyer, e o pró-reitor de Graduação, Luis Alberto Magna, além de professores, alunos, funcionários da Universidade e visitantes.

A exposição deve permanecer na biblioteca pelo período de três meses, diariamente das 9 às 17 horas. A curadoria é de André Ribeiro de Barros, que teve como curadores assistentes os pós-graduandos Letícia Badan e Willian Pereira. O evento, idealizado pelo historiador da arte Jorge Coli, atual diretor do IFCH, faz parte do ciclo de exposições da biblioteca programadas para 2015.

As imagens de Autorretratos exploram as relações do fotógrafo com as cenas urbanas. Ele utiliza a técnica alternativa lith printing, que exige do artista contínua atenção com o tempo de revelação, com a granulação e contraste desejados, já que as imagens ficam sob constante mudança, quando no revelador. Cada revelação de uma mesma imagem é única.

Balázs Böröcz fez várias publicações, sobretudo em revistas de renome, e realizou exposições em grupo e individuais na Europa, no Japão e, mais recentemente, no Brasil. É plano do artista prosseguir com o projeto de autorretratos, mantendo os mesmos métodos de impressão, formato e número de reproduções. Ele, que começou na fotografia com 11 anos de idade, estudou o tema com Gábos Kerekes e György Stalter, artistas destacados da Hungria.


Aprendizado
André Ribeiro de Barros, curador de Autorretratos e aluno do programa de pós-graduação em História da Arte do IFCH, conta que o projeto do Ciclo de Exposições foi concebido pelo professor Jorge Coli desde 2014. Segundo o curador, essa é uma grande oportunidade que Coli dá aos pós-graduandos de terem a experiência de ingressarem no mercado de trabalho antes mesmo de saírem da Universidade, trabalhando com curadorias em galerias de arte, museus e em outros lugares onde a arte é levada. “Aprendemos a conversar com os artistas, a escolher as obras, pensar no texto da exposição, pensar num roteiro expositivo que consiga mostrar uma narrativa para o público que não conhece o artista, as suas obras, já que muitas pessoas não estão familiarizadas com fotografia ou com obras de arte.”

Para o artista húngaro, essa sua conexão com o espaço urbano de Budapeste, principalmente com a cidade velha, é sobremodo relevante. "Ele se coloca nas imagens de uma maneira inusitada. Não é um autorretrato que esperaríamos ver. Böröcz me disse que representa na verdade o ser humano em contato com essa urbanidade das cidades”, frisa. "Balázs Böröcz vive em Budapeste. Trata-se de um artista da nova geração que é bastante atuante."

André informa que o artista gosta muito do contato com a câmera fotográfica e não projeta muito uma imagem quando está passeando pela cidade. Mas, quando sente que a cidade vai lhe fornecer algo interessante, vai logo preparando a câmera, registrando a imagem e, depois, no processo de revelação, continua pensando sobre a imagem e processando-a (porque ele mesmo revela as imagens).  

O artista faz praticamente uma impressão de cada imagem e controla a iluminação, os escuros, os contrastes da foto na câmara escura. O processo da fotografia para ele então não envolve só o registro da fotografia. Vai desde andar pela cidade, registrar esse momento, levar o material recolhido para a câmara escura e fazer a revelação. Tem um amplo processo que acontece desde pensar até concretizar a imagem, explica. Ele registra a relação de qualquer um e de todos com os lugares por onde passa, registra a si mesmo como ser humano e como representante de uma coletividade.

As imagens de Autorretratos estão no Brasil desde setembro e passaram ultimamente pelo Sesi Tiradentes, em Minas Gerais. "O professor Jorge Coli achou que seria enriquecedor trazer essa experiência de um artista que é jovem para o nosso ciclo de exposições. Trouxemos todas a imagens, mas a fotografia e o modo de apresentar o texto curadorial, a ordenação das imagens no espaço da biblioteca, isso é uma visão 100% nossa", diz André. Essa  foi a sua primeira experiência curadorial. "É a primeira vez que trabalho com um artista escolhendo as fotografias, entrevistando-o e pensando no texto que vou mostrar às pessoas, o que eu vou interpretar do que o artista me disse e mostrar o meu olhar para a fotografia e os olhares dos meus colegas – os curadores assistentes.”

O processo curadorial, acredita André, consiste em primeiro entender o que o artista pensou e ter um posicionamento perante ele: que tipo de cor de parede escolher, qual será a ambientação do espaço, se a fotografia terá moldura ou não. Todas essas informações influenciam a interpretação de um curador.


Cultura
Não à toa o espaço de uma biblioteca, antes reservado para os estudos, agora tem se tornado um espaço de artes e de contemplação do belo. No ano passado, relata Sandra Aparecida Pereira, diretora da Biblioteca 'Octavio Ianni', foram três exposições na biblioteca. “A ideia é manter esse número ao longo do ano. Vimos que esses eventos atraem público, o que prova que a biblioteca não é um depositório de livros. Ela tem espaço inclusive para manifestações culturais”, afirma. 

Segundo Patrícia Menezes, coordenadora da Comissão de Biblioteca e professora de História da Arte, o público tem respondido bem às exposições e já se planeja a realização de workshops e palestras. 

Para Marcos Ribeiro, quintanista do curso de História do IFCH, esse tipo de atividade serve para dinamizar outros espaços da Universidade que se prestam para outras aplicações. Ele conta que sempre que pode prestigia as exposições na biblioteca e que gostou muito de Autorretratos, sobretudo porque é um apreciador de fotografias.  

Para saber mais a respeito da exposição, os interessados podem ligar para obter informações pelo telefone 19-3521-1585.