Parceria viabiliza Centro de Tecnologia Social
para atuar junto às cooperativas do município

25/06/2015 - 15:39

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O prefeito de Campinas, Jonas Donizetti

O prefeito de Campinas, Jonas Donizetti

Tereza Atvars: projeto inclusão

Tereza Atvars: projeto inclusão

Cooperados acompanham cerimônia

Cooperados acompanham cerimônia

Sandro Tonso, da FT

Sandro Tonso, da FT

Evento no CIS Guanabara

Evento no CIS Guanabara

Rafael Dias, do GAPI

Rafael Dias, do GAPI

Renato Dagnino, um dos idealizadores

Renato Dagnino, um dos idealizadores

Uma cerimônia realizada na manhã desta quinta-feira (25) no CIS Guanabara (Centro Cultural de Inclusão e Integração Social) marcou o início dos trabalhos do Centro Público de Tecnologia Social de Campinas, iniciativa desenvolvida pela Unicamp em parceria com a Prefeitura de Campinas e com o Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI). O projeto deverá beneficiar mais 1,5 mil pessoas vinculadas às cooperativas de economia solidária do município, conforme informação da Prefeitura.  

O Centro oferecerá cursos em formação de tecnologia social para os cooperados, além de auxiliar na elaboração de tecnologias sociais de acordo com as demandas das cooperativas. Outro objetivo é o fomento à criação de redes de colaboração. As tecnologias sociais podem ser compreendidas, neste contexto, como ferramentas de mudança da economia informal para a economia solidária.

Neste sentido, estas tecnologias são materializadas por meio de um conjunto de conhecimentos que prevê desde a criação de novos equipamentos até a concepção de diferentes formas de trabalho. Os projetos serão desenvolvidos de forma colaborativa entre cooperados, professores, pesquisadores e gestores públicos. 

O evento realizado no CIS Guanabara contou com a participação do prefeito de Campinas, Jonas Donizette; da pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, Teresa Dib Zambon Atvars; do idealizador do Centro Público de Tecnologia Social, o docente Renato Peixoto Dagnino, do Instituto de Geociências (IG); do professor da Faculdade de Tecnologia (FT), Sandro Tonzo, que representou a Pró-Reitora Extensão e Assuntos Comunitários; do Coordenador do Grupo de Análise de Política e Inovação (GAPI) do IG e professor da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, Rafael de Brito Dias; do professor do IG e coordenador do Centro Público de Tecnologia Social, Alessandro Luís Piolli; do Secretário Municipal de Trabalho e Renda; Arnaldo Salvetti Palácio Júnior; e do vereador de Campinas, Jairson Canário. Também participaram membros das cooperativas do município.

O prefeito de Campinas informou que o investimento no Centro é da ordem de R$ 756 mil. Desse valor, R$ 540 mil serão repassados pelo MCTI e R$ 216 mil pela Prefeitura, como contrapartida. “As atividades serão destinadas aos participantes do programa de economia solidária do município. Não haverá custo algum aos trabalhadores. O programa de economia solidária é dividido em quatro grupos: Programa de Resíduos Sólidos, que atende 12 cooperativas e uma associação de catadores de material reciclável; Programa de Comércio Justo e Solidário, que atende cinco feiras permanentes de artesanato e alimentação; Programa de Agricultura Urbana e Interurbana, que compreende duas hortas comunitárias; e o Programa de Segmento de Produção que atende a padaria comunitária. Ao todo, cerca de 1500 trabalhadores serão beneficiados”, acrescentou Jonas Donizetti. 

A pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, Teresa Dib Zambon Atvars, disse que “é uma grande honra para a Unicamp dar início a este projeto social. A Universidade coloca todo o seu conhecimento à disposição da comunidade no sentido de trabalhar um assunto absolutamente relevante para a sociedade brasileira, que é a questão da inclusão.” Tereza Atvars representou o reitor José Tadeu Jorge, que está em viagem ao exterior. “O reitor pede que eu transmita a vontade e o esforço que faremos para tornar este conjunto de ideias uma realidade palpável e transformadora”, completou.

O docente Sandro Tonso ressaltou que o Centro é uma oportunidade de “construir conhecimentos não para a comunidade, mas com a comunidade. Para nós isso faz muita diferença. Esta é a postura de extensão da Unicamp, de construir conhecimento na relação diária com a comunidade.” Rafael de Brito Dias, do GAPI, afirmou, por sua vez, que a Unicamp tem uma atuação relevante no país e América Latina no tema da tecnologia para a inclusão social. “A nossa expectativa é que, com este Centro, Campinas seja um polo de produção de conhecimento e inovação para a inclusão social.” 

Ainda como parte do evento, o professor Renato Peixoto Dagnino, um dos idealizadores do Centro Público, ministrou uma palestra sobre o tema. De acordo com ele, o conceito de tecnologia social, bastante trabalhado nos últimos 50 anos na América Latina, se relaciona com a necessidade da utilização do potencial científico e tecnológico das universidades para promover uma vida melhor para a população.

“O Brasil é um país que tem se mostrado na liderança entre os países emergentes na produção de conhecimento científico e de produção de pessoal pós-graduado que pode fazer pesquisa. No entanto, essa pesquisa e esse potencial de pesquisa estão sendo preparados para que os nossos formandos trabalhem em empresas privadas. E na realidade, nós somos 200 milhões de habitantes e só 45 milhões tem carteira assinada. E só sete milhões trabalham na indústria enquanto que cinco milhões de pessoas vendem cosméticos de porta em porta. Portanto, a universidade precisa se preocupar com a produção de conhecimento para a inclusão social”, afirmou.