O Instituto Física "Gleb Wataghin" (IFGW) da Unicamp inaugurou na tarde desta quinta-feira (17) um espaço no Laboratório de Plasma dedicado à óptica. O local começou a funcionar tendo como primeira atividade Veja a Luz como Nunca Viu, durante uma exposição com manipulação de experimentos de óptica, sob a responsabilidade do professor do IFGW José Joaquim Lunazzi, que é quem vai coordenar as atividades da nova sala.

Essa primeira exposição acontecerá todos os dias, de segunda a sexta-feira, das 14 às 15h30, no local. Segundo Lunazzi, o evento terá três módulos no total: módulo 1 abordará a óptica geométrica (a luz será vista como raio), o módulo 2 a luz como ondas e o módulo 3 o que existe de mais moderno em termos de aplicação e pesquisa na área. Serão três meses de experimentos. “As pessoas devem entender que a ciência pode ser bonita, surpreendente, fascinante, não mágica”, ressalta.

Para fazer parte dessa atividade, as escolas interessadas terão que fazer um agendamento prévio com o professor Lunazzi. Os alunos do Colégio Rio Branco Campinas foram os primeiros a participarem dessa proposta. A intenção, informa o professor, é que alunos de outras escolas tenham uma maior aproximação com a Unicamp. Outro objetivo é divulgar a luz principalmente porque 2015 é o Ano Internacional da Luz, declarado pela Unesco. “Como trabalho há 50 anos com óptica, vejo que daqui a pouco estarei saindo da Universidade e tenho pressa de dividir todos os experimentos que acumulei ao longo desse tempo. Daqui a pouco eles podem deixar de existir”, salienta.

O evento, dedicado a diferentes públicos, principalmente a alunos do ensino médio de escolas de Campinas e região, foi acompanhado por docentes da Unicamp e pelo diretor do IFGW, profesor Newton Frateschi, além de alunos e interessados. Lunazzi fez uma sequência temática de experimentos durante a cerimônia de inauguração. Trata-se de experimentos originais, afirma ele, feitos com materiais caseiros. “Tudo isso foi possível graças ao financiamento da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) no valor de 6 mil reais, por meio de um edital Preac. A proposta à chamada da Preac foi disseminar a ideia do que é óptica”, conta.


Lunnazzi trabalha sobretudo com holografias, fotografias em 3D, imagens surpreendentes que, embora apareçam reais, surgem do suporte para o espaço como se fosse uma mágica. Apesar desse trabalho envolver física, envolve arte também, pois existem muitas tentativas artísticas para fazer com a luz. Falta, porém, conhecimento técnico. "E é isso que eu posso oferecer. A ideia é que o aluno conheça, manipule e ganhe mais base para fazer novos experimentos. Fungos, folhas e bichos também são dotados de luz própria. São seres luminosos”, expõe.

O professor Newton Frateschi explicou que é natural que esse evento sobre a luz tenha partido do IFGW, apesar de outras atividades sobre esse assunto estarem ocorrendo em outros institutos e mesmo no Museu Exploratório de Ciências da Unicamp. “Lunazzi trabalha com óptica em extensão e como instrumento de divulgação de ciência. Temos visto por aí laboratórios de ponta, sofisticados, onde apenas um aluno pode interagir com o experimento. Aqui as pessoas poderão ter mais acesso e ter menos medo de colocar a mão nele. Portanto, espero que os alunos participem e divulguem o que aprenderam.

A aluna do 2º ano do Ensino Médio Clarice Lapresa, 16 anos, conta que sempre gostou de realizar experimentos e ver qual será o seu resultado. ”Como no momento estamos estudando óptica na escola, creio que essa nossa participação poderá ajudar muito nos estudos pelo nosso aprendizado na Universidade”, afirmou.

A sala inaugurada recebeu apoio, além da Preac, do IFGW, do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) e da Unesco. Mais informações a respeito do assunto podem ser obtidas no Facebook.