Congresso da AUGM inscreve 1.125 participantes no primeiro dia




10. out, 2015 em Notícias

Até o final da noite de abertura, a equipe da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) contabilizava 1.125 inscrições. “Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” é o tema que reúne na Unicamp, neste feriado prolongado, tantas pessoas de diferentes nacionalidades. Ontem, os participantes tiveram a oportunidade de ouvir as considerações do reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Targino de Araújo, sobre “O papel estratégico da universidade no desenvolvimento socioeconômico”.

Durante a conferência, Araújo acentuou que “é somente por meio da indissociabilidade que a universidade pode concretamente produzir e repassar conhecimentos relevantes para a sociedade”. Para ilustrar o papel da universidade em tornar acessível o conhecimento produzido em seu interior, ele citou o livro publicado por Silvio. Pesquisa alienada e ensino alienante: o equívoco da extensão universitária. “Este título pontua o equívoco quando se cria a extensão para tentar corrigir o ensino e a pesquisa. Até porque a extensão precisa estar dentro do ensino e da pesquisa, precisa ser parte da formação de nossos alunos, precisa ser preocupação daqueles que produzem conhecimento; para onde vai ser utilizado este conhecimento”, pontuou. Para ele, não se pode tratar a extensão de forma separada. São as três atividades – ensino pesquisa e extensão – que dão concretude à missão da universidade, que é produzir conhecimento e tornar acessível.

Público presente na abertura do Congresso

Público presente na abertura do Congresso

O presidente da AUGM e reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Carlos Alexandre Júnior, enfatixou que a associação já nasceu com uma bela história de solidariedade e construção coletiva. “Começamos com mobilidade infantil para graduação primeiramente e, ao longo desses 25 anos, chegamos aos apoios a pesquisas de pós-graduação e hoje chegamos à extensão, mostrando essa caminhada que, às vezes, fazemos nas próprias instituições.” Alexandre Júnior acrescentou que a extensão é absolutamente fundamental desde que as universidades deixaram de viver dentro de seus muros e começaram a levar não apenas conhecimento mas cultura e, ao mesmo tempo, trazer os saberes da sociedade para elaborar e construir novos saberes. “Naquele momento, as universidades começaram a se justificar muito mais perante a sociedade”, declarou.

Targino de Araújo

Targino de Araújo

A programação do 2º Congresso de Extensão da AUGM é rica a partir do momento que permite aos participantes o aprofundamento na temática sobre indissociabilidade, na opinião de Dalva de Oliveira, presidente do Fórum de Pró_reitores de Extensão das Universidades  Públicas Brasileiras (ForProex). “Este tema é sempre muito importante a todos nós. Todos temos objetivo comum de trabalhar para que extensão seja cada vez mais forte em nossas universidades, trabalhar para que extensão esteja cada vez mais presente na comunidade precisamos trabalhar para o desenvolvimento social para que a comunidade que nos mantém possa conhecer o desenvolvimento social.” Dalva acrescentou que a extensão tem papel significativo para que universidade cumpra seu papel social e, quanto mais próximas do ensino e da pesquisa, num trabalho conjugado, mais conseguirão atingir seus objetivos.

O organizador do evento na Unicamp, pró-reitor de Extensão João Frederico Meyer, lembrou que há um desafio permanente em todas as universidades: o que aquela ciência produzida seja colocada a serviço da sociedade que a sustenta. “Além de ser um desafio, tem de ser compromisso de nossas universidades para que nossa ciência sirva de muitas maneiras à sociedade que nos mantém.”

Tadeu Jorge, durante abertura do 2° congresso da AUGM

Tadeu Jorge, durante abertura do 2° congresso da AUGM

Para o reitor da Unicamp, professor José Tadeu Jorge, a tarefa mais fundamental de uma universidade pública é a de formar profissionais qualificados e preparados para o exercício de suas funções, porém, nem sempre essas duas coisas caminham juntas. “Nem sempre se formam profissionais qualificados e preparados para o exercício profissional. Muitas vezes, algumas instituições formam profissionais qualificados, mas nem sempre preparados para o exercício da função. A universidade precisa, além da qualidade da formação, entregar para a sociedade profissionais preparados para atuar nela”, ponderou.

Para Tadeu Jorge, duas coisas precisam ser feitas com bastante intensidade, dedicação e qualidade: fazer pesquisa intensamente e estabelecer as relações com a sociedade. “Porque estar em contato com a sociedade é trazer a realidade social para o dia a dia das atividades executadas na universidade. Temos de colocar nossos estudantes em contato direto com essa realidade, pois, ao adquirir a formação, vão cotidianamente verificar funções sociais nas quais terão de atuar como profissionais. E, dessa foram estarão muito mais conhecedores da realidade em que atuarão, das necessidades e do papel que um bom profissional deve oferecer à sociedade”, declarou.

Para o secretário executivo da AUGM, professor Álvaro Maglia, é impossível pensar a extensão sem a importância do diálogo entre Universidade e a Sociedade. “Temos de dialogar com a comunidade, um território, um País”, enfatizou.

“Comecei a prender o que era AUGM com professor Mohamed Habib, na criação da AUGM, há 25 anos, quando ele era pró-reitor de Extensão. Ali começava a construção do conceito de América Latina. Para nós sempre foi satisfação irmos às reuniões da AUGM e conversarmos sobre os problemas da América Latina. Gostaria que cada um de nós usássemos nossos instrumentos de mobilidade pelos canais que a AUGM nos proporciona para fazer pesquisa, extensão, porque, neste processo, estamos construindo realmente nosso futuro porque isso é mais importante. Somos região pacífica e precisamos nos tornar cada vez mais uma região solidária e a educação e a ciência são os grandes instrumentos que temos para realizar isso”, concluiu o vice-reitor de Relações Internacionais da Unicamp, professor Luiz Cortez.

A cerimônia de abertura contou com a participação da Camerata de Violões da Unicamp, formada por estudantes da Universidade.

Camerata de Violões da Unicamp

Camerata de Violões da Unicamp