Alunos do Pibic-EM expõem
trabalhos no Instituto de Física

23/10/2015 - 10:19

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O assessor da PRP Douglas Galvão

O assessor da PRP Douglas Galvão

A estudante Luana Lima

A estudante Luana Lima

O estudante Luan Gabriel

O estudante Luan Gabriel

Grupo que participou do programa

Grupo que participou do programa

Sessão de pôsteres no IFGW

Sessão de pôsteres no IFGW

O professor Marcelo Guzzo

O professor Marcelo Guzzo

Um dos pôsteres apresentados

Um dos pôsteres apresentados

Sete estudantes que participaram do Programa Pibic-EM (Ensino Médio) da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da Unicamp, quota 2013-2014, expuseram seus pôsteres na tarde desta quinta-feira (22) no saguão do Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia do Instituto de Física "Gleb Wataghin" (IFGW). Segundo o responsável por esses alunos na área de Física, o professor Marcelo Guzzo, este foi o fechamento particular do trabalho que foi desenvolvido ao longo de um ano de atividades com estudantes de escolas públicas da região de Campinas. "Foi uma pequena apresentação acerca do que esses alunos concluíram. Em breve, teremos outro evento – o Congresso de Iniciação Científica da Unicamp, em que esses alunos também participarão", salientou. 

Gabriel Augusto Leal Cavalcante, Mariana Marques Jardim, Francine Louise Benedito, Sabrina Savani Sena, Luana Santos Lima, Marco Antonio Barbosa Passos e Luan Gabriel Duarte realizaram atividades de pesquisa relacionadas ao projeto Introdução à Física de Partículas Elementares: Do que a matéria é feita? De acordo com Guzzo, a Física das Partículas esteve presente em todos os trabalhos. "Essencialmente, discutimos com os alunos as ideias científicas, o status da arte, que a gente chama o modelo padrão da física de partículas. Fizemos isso com uma linguagem acessível, para que houvesse entendimento de todos. Cada um deles se interessou por um subtema dentro dessa grande área. Os trabalhos abordaram Fissão Nuclear, Supernovas, Matéria Escura, entre outros assuntos."

A Física de Partículas é o estudo da constituição íntima da matéria, definiu o orientador dos trabalhos. "A matéria é quebrada em pedaços e mais pedaços. Antigamente, acreditava-se que essa quebra parava no átomo. Hoje se sabe que o átomo não é ainda a menor parte da matéria. Ele pode ser subdividido”, explicou o professor. “Tem o núcleo atômico, que ainda pode ser subdividido, e aí vamos chegar às menores partes que existem, que são as partículas elementares. São manométricas no sentido de que são muito pequenas. Mas são ainda menores que um nanometro.” 

Para Guzzo, essa experiência no programa foi muito positiva, principalmente por poder repassar os conhecimentos da Física para alunos do ensino médio. “Mas também contei com a colaboração dos monitores, que são alunos de pós-graduação, e ainda com a participação ativa dos alunos do Pibic-EM”, comentou.

Luana Lima estuda na Escola Estadual “Dom Barreto”. É uma jovem de 16 anos que se mostra feliz com a iniciativa da Unicamp de trazer alunos de escolas públicas para conhecer uma instituição também pública. “Aqui na Física me ensinaram de uma maneira diferente do que aprendi na escola. Comecei a estudar Física de Partículas. Passei a pesquisar o assunto em casa e fiz muitas descobertas”, conta. Agora a jovem pretende fazer um curso superior relacionado à Física. A sua maior dificuldade foi ter que se inteirar acerca da linguagem técnica. “Vejo isso na escola, mas de maneira muito massiva. Lá é preciso decorar e nem sempre entendemos. Aqui não. Aprendi mesmo”, disse. 

Ela fez um trabalho sobre matéria escura, que é uma parte do Universo que os astrônomos sabem que existe, porém ainda não sabem exatamente o que é. “Só que a gente vê os efeitos que ela provoca no Universo. É uma matéria, porque conseguimos medi-la por meio da força gravitacional. E é escura, porque não emite luz, nem a reflete”, esclareceu. 

Outro estudante, Luan Gabriel Duarte, de 16 anos, estuda na Escola "Disnei Francisco Scornaienchi", no Parque Jambeiro. Seu trabalho abordou a fissão nuclear, uma quebra que ocorre num núcleo pesado de urânio 235 em que ele se transforma em outros dois núcleos com massas menores. Quando isso acontece, há uma tremenda reação, que libera grande quantidade de energia. Com uma grande concentração do urânio 235, expõe Luan, ao ser quebrada a primeira partícula, ela libera três nêutrons em alta velocidade, que podem chocar com outros núcleos de urânio 235, ocorrendo uma reação em cadeia. Esse processo é aplicado a bombas e a reatores nucleares, a fim de obter energia. Só que nos reatores nucleares a liberação de energia é bem menor para poder ocasionar uma explosão. 

Luan relatou que pretende fazer Engenharia Elétrica na Unicamp, que também inclui tópicos de Física. “Vi aqui pessoas tão interessadas em ensinar e por isso tirei muitas dúvidas. Os monitores e professores passavam tarefas bem-elaboradas, tornando o nosso aprendizado melhor.” 

O aluno realçou que esse aprendizado o ajudou até a estudar outras disciplinas. “Acabou sendo um incentivo para que eu quisesse estudar mais e me aplicar mais. Toda a matéria que eles disponibilizaram eu estudei e gostei muito.” 

Douglas Galvão, assessor da PRP e também professor do IFGW, visitou a exposição de pôsteres no Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia. Enfatizou que esse programa tem deixado a Unicamp muito satisfeita porque é uma contrapartida do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). Segundo ele, agora em parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas, a PRP também tem o Programa Ciência & Arte no Inverno, que acontece no mês de julho. “São alunos ainda mais novos, mas bastante dedicados. Vejo que essa é uma forma de antecipar a participação dos alunos na Universidade antes que estudem aqui. A ideia é identificar talentos e revelar novas vocações”, destacou. “Esses programas produzem resultados que podem ser até publicados, em alguns casos.”