Seminário debate criação de pedagogias
descolonizadoras para nossas crianças

26/10/2015 - 15:45

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Mesa de abertura do seminário do Gepedisc

Mesa de abertura do seminário do Gepedisc

Ana Lúcia Goulart de Faria, da organização

Ana Lúcia Goulart de Faria, da organização

Seminário teve 820 professores inscritos

Seminário teve 820 professores inscritos

Olga Garcia, do Ministério da Educação de Cuba

Olga Garcia, do Ministério da Educação de Cuba

Primeira mesa do evento, que prossegue na terça

Primeira mesa do evento, que prossegue na terça

Seminário teve 820 professores inscritos

Seminário teve 820 professores inscritos

O 2º Seminário Internacional sobre Infâncias e Pós-colonialismo: pesquisas em busca de pedagogias descolonizadoras, organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Diferenciação Sociocultural (Gepedisc) – Culturas Infantis, foi aberto na manhã desta segunda-feira com 820 professores inscritos, principalmente da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O objetivo do seminário é a difusão da produção de conhecimento a respeito das várias infâncias do Brasil, bem como os processos de criação de pedagogias descolonizadoras para a educação infantil e anos iniciais de ensino fundamental. 

A professora Ana Lúcia Goulart de Faria, presidente da comissão organizadora do evento, ressaltou o apoio que viabilizou um evento gratuito, apesar de a Universidade estar sofrendo com o corte de verbas. O seminário teve o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP), da Faculdade de Educação (FE) e do Fundo de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Faepex), todos pela Unicamp, bem como da Capes, Fapesp e Associação de Leitura do Brasil (ALB). Também fizeram parte da mesa de abertura os professores Rachel Meneguello, pró-reitora de Pós-Graduação e representante do reitor José Tadeu Jorge; Fernando Coelho, representando a pró-reitora de Pesquisa Gláucia Pastore; e Rita Coelho, coordenadora geral de Educação Infantil do Ministério da Educação. 

“Ao questionarmos e resistirmos aos dispositivos do modelo canônico científico europeu, tentamos não apenas negar ou estabelecer novas hierarquias com relação aos valores culturais e científicos da Europa ocidental, mas sim, o oposto, ou seja, trata-se de desconstruir valores hegemônicos, marcados pela herança patriarcal, androcêntrica e racista que submetem as crianças desde o nascimento a um conjunto de sistemas que colonializa as diferenças etárias, étnico-raciais, sexuais e de gênero”, dizem os organizadores. 

A convidada para a conferência de encerramento, professora Olga Franco Garcia, do Ministério da Educação de Cuba, adiantou que abordaria como é possível garantir, mediante o socialismo, o nível de educação conquistado em seu país. “Temos dificuldades de todo tipo e estamos defendendo as realizações do socialismo, como na saúde, na educação e na seguridade social. Não podemos perdê-las, independentemente de que Cuba tenha que comprar coisas no exterior e pagar pelo frete caro. Queremos ter assegurados à nossas crianças e jovens os seus livros, toda a bibliografia digitalizada, os laboratórios necessários. Isso nós não podemos perder por nada, sem isso não vale a vida.” 

Olga Garcia falou do orgulho por seu país ter reduzido o analfabetismo praticamente a zero e lembra que também foi alfabetizadora na exitosa campanha iniciada em 196, hoje copiada por dezenas de outros países. Atualmente, a professora trabalha na formação do profissional pedagógico. “Atendemos à formação de profissionais tanto em nível universitário como através de escolas pedagógicas – temos 22 unidades no país, que foram criadas em um ano e hoje são nossas ‘meninas dos olhos’. Grupos de pessoas se incorporam a esses centros educacionais a cada quatro anos, o que faz parte da atualização para manter o modelo econômico, político e social de Cuba.” 

A mesa-redonda de abertura, sobre o tema “Reinventar os signos e criar o novo: tessituras para uma educação da infância”, teve a participação dos professores Silvio Gallo (Unicamp) e Maria Carmen Silveira Barbosa (UFRGS). No final da tarde, no salão nobre da FE, houve o lançamento de seis livros: “Infâncias e Pós-Colonialismo: pesquisas em busca de pedagogias descolonizadoras”, “Infâncias e movimentos sociais”, “Creche e feminismo”, “Campos de experiência na escola da infância”,  “Trabalho infância” e “Poder local e políticas públicas para educação em periferias urbanas do estado do Rio de Janeiro”.