Diversidade de público em museus
é tema dos Fóruns Permanentes

18/11/2015 - 14:08

Nos Estados Unidos, todos os museus utilizam, em alguma medida, o Design Universal, também chamado de Design para Todos, em seus programas de inclusão. A informação é da historiadora Marie Clapot, uma das responsáveis pelos projetos de acessibilidade do Metropolitan Museum of Art (MET, na sigla em inglês), instalado em Nova York. Marie ministrou a palestra de abertura dos Fóruns Permanentes – Arte, Cultura e Lazer, realizado nesta quarta-feira (18), no Centro de Convenções da Unicamp. A organização do evento, cujo tema central foi “Museus de Arte: acolhendo a diversidade de públicos”, foi do Museu de Artes Visuais (MAV) da Unicamp.

De acordo com a historiadora, que é francesa mas trabalha no MET há dez anos, o esforço dos museus norte-americanos em acolher os mais diferentes públicos está baseado não somente no cumprimento à lei, que garante a todos os cidadãos o acesso aos edifícios públicos, mas na compreensão de que as pessoas com deficiência constituem um contingente importante de consumidores de arte e cultura.

O objetivo do Design Universal, explica Marie, é gerar produtos, serviços e ambientes que possam ser utilizados pelo maior número possível de pessoas, a despeito da idade, condição social ou habilidades que elas apresentem. No caso do MET, que recebeu cerca de 6 milhões de visitantes em 2014, há diversos programas de acessibilidades em andamento, que são elaborados e conduzidos por educadores e artistas.

Um deles é voltado a deficientes visuais, que podem participar de um tour tátil pelo museu. Durante visita, eles recebem explicações e orientações de um educador e podem tocar as obras. Outra experiência relaciona fragrâncias de perfumes com as obras de arte. “Nós temos programas voltados também para pessoas com surdez e demência. Todas as ações estão baseadas em dois preceitos: escolha e flexibilidade”, informa Marie.

Segundo a funcionária do MET, um aspecto fundamental para que as iniciativas de inclusão tenham sucesso é o estimulo à participação da comunidade. Assim, os programas não ficam restritos somente às dependências do museu. “Nós também vamos às escolas e galerias de arte para ministrar workshops e promover a integração das pessoas com a arte”, destaca. A palestra contou com tradução para a Língua Brasileiras de Sinais (Libras).

Os Fóruns Permanentes, criados em 2003, estão sob a responsabilidade da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU). Os eventos foram concebidos para propiciar o intercâmbio de experiências entre profissionais e estudantes da Unicamp e representantes da sociedade.