Fórum discute impactos da
internet e das mídias móveis

19/11/2015 - 12:48

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Richard Miskolci, da UFSCAR

Richard Miskolci, da UFSCAR

Iara Beleli, coordenadora do Pagu

Iara Beleli, coordenadora do Pagu

Os docentes Jurandir Zullo, Gláucia Pastore, José Marcos Cunha e Iara Beleli em mesa de abertura

Os docentes Jurandir Zullo, Gláucia Pastore, José Marcos Cunha e Iara Beleli em mesa de abertura

Refletir sobre a reconfiguração das relações sociais a partir da mediação tecnológica, discutindo seus impactos nas relações entre as pessoas, com o Estado, com o mercado e com os movimentos sociais. Esse foi um dos objetivos do Fórum Permanente “Impactos da internet e das mídias móveis no desenvolvimento social”. O evento, organizado pela coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu da Unicamp, Iara Beleli, ocorreu nessa quinta-feira (19), no auditório do Centro de Convenções da Universidade.

Iara Beleli destacou a importância da discussão em torno do tema. A docente lembrou que há coisas ruins propagadas pela internet, mas ressaltou os benefícios oriundos desse meio, que podem ser usado, por exemplo, como forma de divulgação e também de denúncia. A palestra de abertura do evento foi “Desejos Digitais: homossexualidades masculinas e mercado na sociedade brasileira contemporânea”, apresentada pelo docente do Departamento de Sociologia da Universidade Federal São Carlos (Ufscar) e pesquisador do Pagu, Richard Miskolci. Iara Beleli apresentou o docente como parceiro muito importante nessa área de pesquisa. “Estamos tentando imprimir nessa área um olhar que até então não estava sendo discutido, contando como as diferenças se articulam nesse campo de estudo”, afirmou a docente.

A apresentação de Richard Miskolci foi baseada em uma pesquisa que desenvolve há alguns anos, envolvendo a compreensão das transformações pelas quais têm passado aqueles homens que buscam relacionamentos amorosos com outros homens, usando as mídias digitais. “É perceptível, no uso de aplicativos em busca de parceiros amorosos, que esses homens tentam construir uma persona muito perfeita. No fundo, isso é uma forma de aprisionamento. É quase uma equação: o homossexual precisa ser bonito, musculoso, perfeito para se aceitável. Essa é uma forma sofisticada de controle e enquadramento social”, explicou. O docente destacou ainda a importância de discussões envolvendo as mídias digitais e o formato do fórum, que permite o acesso à transmissão on line. 

José Marcos Pinto da Cunha, assessor da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), que no evento  representou o coordenador geral da Unicamp, Alvaro Crósta, ressaltou o papel e o impacto da internet não só nas relações humanas, mas também na área acadêmica. Já a pró-reitora de pesquisa, Gláucia Maria Pastore, falou sobre o impacto da internet na vida do homem. A docente ressaltou o uso do meio como ferramenta de trabalho e também como forma de desenvolvimento social. Além dos docentes Gláucia Pastore,  José Marcos Cunha e Iara Beleli, participou da composição da mesa de abertura do Fórum o coordenador da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da Unicamp (Cocen), Jurandir Zullo Júnior. 

Dentro da programação do evento, ocorreu ainda na parte da manhã a palestra “A importância das redes sociais na ressignificação do ser negra: desconstrução e empoderamento”. Na parte da tarde, ocorreram duas outras palestras: “As políticas afetivas da cruzada contra a pornografia infantil na internet” e “Moralidade técnica, ou: quem apertou o botão?”. Os Fóruns Permanentes da Unicamp são uma iniciativa da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e têm o objetivo de promover o intercâmbio entre experiências e pesquisas desenvolvidas na Unicamp e profissionais de outras instituições da sociedade.