Observatório Pierre Auger tem
operação garantida até 2025

23/11/2015 - 17:01

A professora Carola Chinellato

Representantes de agências de financiamento à pesquisa e apoiadores do Observatório Pierre Auger assinaram em meados de novembro um novo acordo internacional para a operação continuada, até 2025, daquele empreendimento científico, instalado numa área semidesértica da província de Mendoza, na Argentina. O novo convênio permitirá o aprimoramento dos equipamentos e ampliação dos dados fornecidos pelo complexo, com o objetivo de decifrar o enigma da origem dos raios cósmicos de alta energia.

O Observatório Pierre Auger é o mais importante projeto para a exploração de raios cósmicos de altas energias no mundo. Cerca de 500 cientistas de 16 países, entre eles o Brasil, vêm trabalhando desde 1998 para tentar elucidar a origem e as características das partículas mais energéticas do universo, que chegam à Terra desde os confins do cosmos.

O Observatório Pierre Auger mede chuveiros gigantes de partículas relativísticas, resultantes das colisões entre os raios cósmicos de altíssimas energias, que são raríssimos, e os núcleos atômicos da atmosfera. As características desses chuveiros que se desenvolvem no ar são usadas para inferir a energia, a direção de chegada e a massa das partículas cósmicas.

De acordo com a professora Carola Dobrigkeit Chinellato, do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp, representante brasileira no Observatório, perto de 30 brasileiros, entre professores e estudantes de pós-graduação, estão diretamente envolvidos nas pesquisas desenvolvidas naquele complexo científico. “Nós temos planos de aprimorar os detectores das partículas e também a eletrônica empregada nos experimentos. Uma parte desse trabalho deverá ser feita por empresas brasileiras”, adianta a docente.