No jornalismo, a fotografia é frequentemente vista como um recorte do factual. Na busca pela representação da verdade, caberia ao fotógrafo evidenciar em imagens aquilo que a notícia imprime. É ela que dá credibilidade ao que está sendo narrado, como se fosse uma comprovação de que aquele fato realmente ocorreu. Mas isso é totalmente possível? Porque a objetividade é uma categoria que não se discute conceitualmente no fotojornalismo? Até que ponto a visão de quem fotografa deve imprimir um tom autoral, opinativo na concepção da imagem? E o resultado pode apontar para uma nova eticidade imagética?

Compreender esses terrenos foi o que chamou a atenção do pesquisador Celso Bodstein, autor da tese de doutorado “Fotojornalismo e a ficcionalidade no cotidiano”, defendida no Instituto de Artes sob a orientação do professor Fernando de Tacca. Esse trabalho é o tema de hoje da série de reportagens Fotografia Plural, produzida pela RTV-Unicamp (acesse o link).

Fotografia Plural mostra resultados de pesquisa em que a fotografia é o objeto de estudo. São resultados de trabalhos de mestrado, de doutorado, de publicações de livros e de pesquisas pontuais que abordam a fotografia em suas diferentes formas de concepção, produção e aplicação.

É a partir dessas inúmeras possibilidades de interpretação da fotografia que se estrutura essa nova produção da RTV-Unicamp. “Com base em pesquisas já concluídas, o assunto é retomado e ressignificado com o olhar no presente”, afirma o diretor-associado da RTV e idealizador do projeto, jornalista Amarildo Carnicel. Com duração de seis minutos, a reportagem dá voz ao autor da pesquisa e ganha em conteúdo com a narração baseada em fontes escritas e visuais em que as imagens vão muito além da mera ilustração. “A proposta é manter a série com a produção de novas reportagens a partir de pesquisas realizadas na Unicamp”, afirma o jornalista.

 

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