Luiz Antônio da Costa Sardinha, médico neurologista e coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, é o entrevistado deste mês no podcast Ressonância. Sardinha esclarece dúvidas sobre como é feita a doação, a retirada dos órgãos e a convocação de quem aguarda por um transplante.
“Doar é um ato de bondade. Um único doador pode salvar a vida de várias pessoas, pois é possível doar mais de um órgão e também tecidos”, ressalta Sardinha durante a entrevista.
Entre os órgãos que podem ser doados, o coração e o pulmão são os que possuem o menor tempo de preservação extracorpórea: de quatro a seis horas. Fígado e pâncreas vêm em seguida, com tempo máximo para transplante de 8 a 16 horas. Já os rins podem aguentar até 48 horas antes de serem transplantados. As córneas, por outro lado, podem permanecer em boas condições por até sete dias e os ossos, por até cinco anos.
“Atualmente, a doação de órgãos deve ser consentida. Portanto, não vigora mais a lei que só considerava efetivamente doadores aqueles que tivessem no RG ou na Carteira Nacional de Habilitação [CNH] a inscrição de ‘Doador de Órgãos e Tecidos’. Hoje, quem autoriza a doação são os familiares com até o segundo grau de parentesco”, explica o coordenador da OPO, instituição responsável também pelo transplante de tecidos.
Setembro é o mês de conscientização sobre e de incentivo para a doação de órgãos. Desde 1984, o HC está credenciado junto ao Ministério da Saúde para a realização de transplantes. Até 2022, o hospital havia concluído 8.860 transplantes de rim, córnea, coração, fígado e medula óssea.
Ressonância é um podcast realizado por meio de uma parceria do HC com a SEC Rádio e TV Unicamp. O podcast aborda assuntos da área da saúde de interesse geral da população, divulga campanhas e faz entrevistas com especialistas do hospital. A edição deste mês está disponível no YouTube e em plataformas de streaming como Spotify, Deezer e outras.